Ao comando da sua própria vida
Em plena quadra natalícia,
Carolina Rodrigues fala dos diferentes papéis que a Mulher foi assumindo (ou
cumprindo), ao longo do tempo. E assinala os progressos, lentos, na conquista
plena dos seus direitos.
“Felizmente, a situação alterou-se”.
Na sua opinião, hoje, as mulheres são “livres para conduzirem o seu próprio
destino”. “Contudo – sublinha – “continuam a sofrer pressões”…
"Mulheres (...) livres para conduzirem o seu próprio destino". |
Os papéis da Mulher – Ao observar as mulheres que me rodeiam, constato que,
dependendo da geração a que pertencem, desempenham papéis muito diferentes e, à
medida que se aproximam da minha geração, sinto que o seu lugar na sociedade se
vai tornando mais relevante.
A Constituição de 1933
estabeleceu o princípio da igualdade entre cidadãos perante a lei, com
exceção da mulher. Esta era considerada diferente e a
lei refere as “diferenças resultantes da sua natureza e do bem da família”. Era
vista como mais frágil, física e emocionalmente, mas, na verdade, o papel
secundário que lhe era reservado era bastante exigente: tinha de ser mãe, dona
de casa, esposa. Era, assim, relegada para segundo plano, na família e na
sociedade, em geral, o que, de resto, ainda acontece atualmente, mais
frequentemente do que seria desejável.
Julgo que a mulher só começou
a comandar um pouco a sua própria vida, embora de forma muito subtil, quando
acedeu a medidas anticoncecionais; talvez a pílula tenha sido a chave para
abrir algumas portas para uma liberdade que se foi conquistando muito
lentamente. Pior do que esse cativeiro era ainda o daquelas que tinham de
suportar violência doméstica sem acesso a qualquer ajuda médica ou judicial. A
educação e a escola também lhes eram vedadas.
É neste contexto de opressão e
de limitação das suas liberdades que algumas mulheres vão desempenhar um papel
muito importante: vão contribuir para a denúncia das desigualdades entre homens
e mulheres e, sobretudo, para a necessidade de lutar por mudanças que possam
atribuir à mulher plenos direitos.
Felizmente, a situação
alterou-se: hoje, as mulheres ocupam os mesmos lugares profissionais que antes
eram apenas permitidos aos homens; estudam, são donas do seu corpo, livres para
conduzirem o seu próprio destino; hoje, as mulheres divorciam-se, partilham as
tarefas domésticas, partilham a guarda dos filhos… Contudo, continuam a sofrer
pressões: a beleza, a profissão, a obrigação de ser dona de casa, mulher, mãe…
Carolina
Rodrigues, 12.º ano.