O gosto do dinheiro
Há quem lhe chame
“vil metal”, mas, para Matias Gonçalves, é uma prioridade. Até porque, na sua
opinião, “os nossos sonhos não são alcançados apenas por talento, esforço e/ou
dedicação pura, mas também pela influência do dinheiro”.
Deixa, no entanto,
uma chamada de atenção: “o dinheiro é muito importante na nossa vida, mas deve
ser valorizado com cautela, para que não se torne uma fonte de problemas”.
O gosto do dinheiro – Já alguma vez
tentaram encontrar o nome que se dá a uma “pessoa que gosta de dinheiro”?
Possivelmente, diriam: avarento, mesquinho, usurário, poupador, vigarista ou
sovina. Mas, no meio de tantos nomes, fiquei a pensar, por um momento, e
surgiu-me esta questão. Será que todas as pessoas que gostam de dinheiro são
egoístas e forretas?
Sinceramente, acho
que não, pois eu sou uma dessas pessoas e, considerando que ainda tenho alguma
autoestima e amor a mim mesmo, não me encaixo nesse perfil.
Eu gosto de dinheiro,
pois acredito que pode tomar o lugar de quase tudo. Mas fará isso de mim uma
pessoa “má”?
Faz parte do senso
comum saber que o dinheiro faz o mundo andar e acredito que todas as pessoas o
reconhecem como objeto de valor. Basta olhar para as suas roupas para o
comprovar, embora inúmeras pessoas assumam perspetivas diferentes sobre o mesmo.
Com isto quero dizer que devemos aceitar que os nossos sonhos não são
alcançados apenas por talento, esforço e/ou dedicação pura, mas também pela
influência do dinheiro.
“Ninguém dá nada a
ninguém” foi uma das frases que meu pai me disse quando era pequeno e, ao longo
dos poucos anos que já vivi, aprendi que isto é, de facto, bastante real na
sociedade atual. Acredito, pois, que ninguém faz nada de graça e, assim como
pessoas que praticam boas ações podem saciar o seu coração de bons feitos, eu
preencho a minha conta bancária com dinheiro. Agora, pergunto-me se existe
alguma diferença de verdade? As suas atividades podem fazer alguém feliz, mas o
mesmo vale para mim, quando pego no dinheiro que ganhei e o uso para lubrificar
as engrenagens do capitalismo.
Acontece que o
dinheiro é uma bênção, mas também um néctar viciante: quanto mais se tem mais
se quer. E é preciso saber controlar-se. O dinheiro pode levar uma pessoa à
falência, à depressão, à solidão e, possivelmente, a conflitos com pessoas que
consideramos insubstituíveis.
Concluindo, o
dinheiro é muito importante na nossa vida, mas deve ser valorizado com cautela,
para que não se torne uma fonte de problemas.
Matias Gonçalves, 11.º ano.