quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

As Leituras no Secundário

A exemplo de anos anteriores, aqui estamos nós, e sobretudo eles, os alunos, com novas experiências de leitura, desafiando novos títulos ou retomando obras já lidas por colegas que os precederam. Num e noutro caso, a leitura deixa sempre em quem lê uma marca indelével, seja porque o livro arrebatou-o do seu quotidiano e levou-o por um apetecido mundo imaginário, seja porque encontrou alguma sintonia entre os heróis da história e si mesmo, seja ainda porque essa obra não o conseguiu “tocar” de modo significativo e ficarão - o livro e o leitor - à espera de uma melhor oportunidade para “se entenderem”.

A este propósito, apetece-me recordar as palavras de José Luís Peixoto, na abertura do seu livro “Abraço”:

Os livros, esses animais opacos por fora, essas donzelas. Os livros caem do céu, fazem grandes linhas rectas e, ao atingir o céu, explodem em silêncio. Tudo neles é absoluto, até as contradições em que tropeçam. E estão lá, aqui, a olhar-nos de todos os lados, a hipnotizar-nos por telepatia. Devemos-lhes tanto, até a loucura, até os pesadelos, até a esperança em todas as suas formas.”


Ouçamos alguns leitores e o que pensam dos livros que leram.



“Crepúsculo”, de Stephenie Meyer, convida-nos a refletir sobre o amor, mostrando que é um sentimento que vai muito para além da sensualidade. Ensina-nos também que ser virgem não é um problema. Ao mesmo tempo, convence-nos que ter bons amigos e darmo-nos bem com a nossa família é importante porque a vida é feita de escolhas.
Esta obra desafia-nos a combater os maus instintos e a agressividade.

Daniela Amorim, 10.º D



Há fraquezas humanas que aproximam os Homens aos Deuses.” (“O Homem sem Nome”)

A personagem que mais me impressionou, pela positiva, foi o poeta (o Homem sem nome), pois foi o único ser que conseguiu passar pela Zona Central do Deserto sem provisões de água, proeza que nenhum ser vivo conseguiu realizar ou sequer chegar perto.
O poeta era um artista, um trovador, era reconhecido pelas suas canções, alegrava todos, dizia frases que deixava qualquer pessoa a pensar.

César Monteiro, 10.º D






Esta obra fez-me pensar sobre a forma como algumas pessoas podem ser realmente gananciosas, ao ponto de destruírem uma família que qualquer pessoa desejaria ter, e até mesmo uma vida “perfeita”, digna de um conto de fadas.

E mostrou-me também que as escolhas individualistas de uma única pessoa podem modificar completamente o rumo da vida de um vasto número de pessoas, tanto de cúmplices como de inocentes.    

Adriana Cerqueira , 12.º B










“Amor de Perdição” leva-nos a pensar no que podemos sentir quando o amor que nutrimos por outrem não é correspondido ou algo nos impede de nos juntarmos com essa pessoa amada.
As personagens da obra são para nós o exemplo de que temos de ser muito fortes para lutar pelos nossos ideais e, deste modo, contrariar as convenções sociais e familiares.
Um aspeto que considero interessante no narrador é o facto de servir-se de cartas escritas pelas personagens para descrever com propriedade o sentimento delas.

Eduarda Amorim, 12.º B




           




Só a suave carícia do beijo, uma carícia como nunca tivera, uma carícia de mãe. Só a suave carícia no seu rosto. Era como se o mundo tivesse parado naquele momento do beijo e tudo houvesse mudado.” (pag. 135)

            “Capitães da Areia” é uma obra que nos reenvia para o tema do abandono das crianças e para os “meninos da rua”. Porém, em contraponto, mostra-nos que há pessoas com espírito de ajuda, possibilitando a essas crianças enfrentar a vida com outra perspetiva.

Joana Pereira, 12.º B





         


  “O Mundo de Sofia”, de Jostein Gaarder, é um romance cheio de aventuras, no qual a personagem principal, Sofia, troca correspondência com Alberto, fazendo a caminhada da história da filosofia. Em algumas destas cartas encontram-se perguntas que nos inquietam e nos fazem pensar sobre a essência do Homem e do mundo: ”Quem sou eu?” “De onde vem o mundo?”
Para além do contacto com a filosofia, este livro tem a virtualidade de nunca perder de vista os problemas do quotidiano, razão pela qual se mantém interessante a sua leitura.

Juliana Cerqueira, 10.º D









“Só te Amo até terça-feira”, de Rosa Luna, sensibilizou-me não só pelo facto de Mariana perder o seu filho, mas também pelo modo como Diogo reagiu ao saber da vida que se estava a formar no ventre da Mariana. Era seu filho, mas ele por imaturidade (medo, irresponsabilidade, criancice) negou a vida a este ser que não teve culpa de coisa nenhuma. Esta obra toca muito de perto a problemática do aborto, dando-nos algumas perspetivas para a sua abordagem.

Mariana Sousa, 12.º B









No meu ponto de vista, a história de “O Ano da Morte da Ricardo Reis” não acarreta, em si mesma, nenhum tipo de moral; mostra apenas um percurso possível de vida para Ricardo Reis (um dos heterónimos pessoanos) que, por lapso, falta de tempo ou intenção, o seu criador não determinou.
            Assim, Saramago coloca o protagonista do romance a testemunhar o período em que o fascismo aos poucos se instalava na sociedade portuguesa. E aqui o plano da imaginação cruza-se com o da história.

 Helena Mendes, 12-º B
                 
          





  A minha vida é uma lição apenas para mim. (…) Após a noite, vem o dia. Após a morte, vem a vida. Mesmo nos momentos mais sombrios, olha em volta, pois nunca estás realmente só. És amada.” (pag. 356)

“Estarás sempre comigo” é uma obra que nos faz pensar no sentido da vida, na duração dela… Toca-nos a dor e o sofrimento de Emma ao perder o seu amor, assim como as voltas que a vida pode dar: tão depressa se está vivo como não. De repente, um futuro cheio de possibilidades torna-se num pesadelo. A vida é algo “inesperadamente inesperado”.

Catarina Barros, 12.º B


           


          Este livro de José Rodrigues dos Santos proporciona-nos um olhar crítico sobre o facto de estarmos constantemente a destruir o nosso planeta. Sendo baseado em informação verídica, pretende mentalizar-nos de que o mundo acabará muito mais cedo do que imaginamos.
Outra linha de leitura não menos importante da obra é a temática da efemeridade da vida e das coisas do mundo. A vida é frágil e breve e, por isso, devemos aproveitá-la ao máximo, pois, partilhando do mesmo pensamento do narrador, “As plantas e as flores farfalhavam diante de si como se o ritmo a que dançassem tivesse a marca da eternidade, quando afinal eram tão efémeras quanto a brisa que as agitava.” (pag. 497), ou seja, tudo o que começa um dia acabará.
Judite Rodrigues, 12.º B





O orgulho diz respeito mais à opinião que temos de nós próprios, enquanto a vaidade ao que pretendemos que os outros pensem de nós.” (pag.17)

            Os comportamentos e as atitudes são fatores muito importantes para a caracterização psicológica das pessoas.           
            É através deles que podemos perceber o que as pessoas são; porém, como nos mostra a protagonista de “Orgulho e Preconceito”, enganam-nos frequentemente. Às vezes, é como se nos déssemos conta de que não podemos ter a certeza de que temos razão em relação a determinada ideia, porque podemos, a qualquer momento, ser contrariados e a razão pode não estar do nosso lado.
            Esta situação aconteceu a Elizabeth. Ela construiu uma imagem negativa de Darcy, desenvolvida através do que observava (dos seus comportamentos e atitudes) e do que lhe contavam. Esta imagem negativa foi invertida quando Darcy lhe escreve uma carta, contando-lhe, realmente, a verdade.

Helena Rodrigues, 12.º B






Este livro mostra-nos uma mulher - Carminho - cheia de coragem, conseguindo ultrapassar todas as dificuldades da vida, as suas dúvidas, inseguranças, complexos…

            É fácil identificar-se com ela, sobretudo nos problemas que experimenta na sua adolescência a propósito do amor, da amizade, entre muitos outros. Ela valoriza sobretudo o lado positivo da vida.
Um livro que se lê com agrado e de leitura fácil.

Filipa Rodrigues, 10.º D






Organização de:
Prof. António Rocha
 

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

QUADRAS DE NATAL

O Natal está a chegar,
É o tempo de magia,
A família e os amigos
São a melhor companhia. 

Por que é que a neve é branca?
Será feita de algodão?
Por que cai ela do Céu,
Se  se derrete no chão?

Por que é a neve tão fria,
Que põe todos a tremer?
Lá do sítio de onde  vem,
Não a podem aquecer?

Mas ninguém fica zangado
Se cair ou escorregar,
Porque todas as crianças
Gostam de ver a nevar.

Por que há neve nas montanhas
E não há no meu jardim?
Será que se eu pedir
Vai nevar só para mim?

No Natal tudo é magia,
Com os sinos a tocar,
Há mais paz e harmonia,
Mesmo que esteja a nevar.
Daniela, 7.º G e João Miguel, 7.º E

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Natal

Noite de muita alegria,
Harmonia e muita paz,
Momentos de felicidade,
Sem raça e sem idade.
Margarida Rocha, 7.º G

domingo, 18 de dezembro de 2011

É NATAL

Gostava que fosse Natal todos os dias


O Natal é uma das épocas do ano de que gosto muito, porque estamos todos em família.  
É nesta altura, especialmente, que me lembro das crianças e das famílias que não podem reunir-se. É nesta época tão especial que reflito sobre a minha vida, e de como devo sentir-me feliz por poder usufruir da companhia dos que me são mais próximos e de ter o que comer quando chega a hora das refeições.
Em Belém, há muitos, muitos anos, toda a gente se reuniu para ir conhecer o Menino Jesus. Foi assim, há muito tempo; hoje, reunimo-nos para comemorar esse nascimento, com exageros de comida e presentes à mistura.
Na minha casa, fazemos sempre o presépio, e, à noite, quando vamos consoar, temos o hábito de rezar, agradecendo a comida de que dispomos, pois nem toda a gente tem a nossa sorte. Há, por todo o mundo, imensas pessoas que não têm que comer, ou que se alimentam com o que encontram nos contentores do lixo.
Coitadas das pessoas que nem um barraco têm para morar, vivem na rua, debaixo das pontes, nos vãos de escada e entradas dos prédios, embrulhados em cobertores e farrapos e a sua cama é a pedra fria, coberta de bocados de cartão.
Como os pobres aproveitam e conseguem reutilizar tantas coisas, que a sociedade consumista deita fora!
Na minha opinião, a noite de consoada e o dia de Natal deviam servir para toda a gente refletir, já que a maior parte se esquece de o fazer durante o resto do ano, acerca da fome e da miséria que abundam por todo o mundo.
Eu gostava, de verdade, de conseguir, com as minhas palavras, amolecer um pouco o coração daqueles que, tendo muito, não são dados a dividir com os pobres e que fazem da sua riqueza uma bandeira que agitam a cada instante, por pura vaidade.
Gostava de ver o mundo a mudar, dando mais apoio aos desprotegidos, em vez de se empenhar em guerras e em conflitos.
Nunca me cansarei de dizer que um simples ato de carinho, aquilo que para nós é muito pouco, significa o aconchego de muitos.
Enfim, eu sei que é pedir muito, mas gostava que fosse Natal todos os dias...
 
Florbela, 7.º G
(texto elaborado sob orientação da prof. Lúcia Ribeiro)

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Literacia Digital

FORMAÇÃO EM “EXCEL”

19 professores da Educação Especial, dos 1.º, 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e ainda do ensino secundário participaram numa ação de formação interna do Agrupamento sobre “Excel”.
Desenvolvido ao longo de quatro sessões de 120 minutos, sempre em horário pós-laboral, o trabalho foi orientado pelos docentes Marlene Cunha e Jorge Rocha, ambos do Grupo Disciplinar de Informática.
O curso foi eminentemente prático e proporcionou aos formandos um conhecimento abrangente das principais potencialidades do “Excel”, sobretudo nas funcionalidades com incidência mais direta no exercício da atividade docente.
Com esta formação, para além de se contribuir para o aprofundamento de uma cultura de trabalho colaborativo e de apetência para a formação contínua, pretendeu-se favorecer a promoção da literacia digital.
Os objetivos foram plenamente alcançados, merecendo realce o agrado geral dos participantes. Todos foram unânimes em afirmar que valeu a pena participar na formação e que consideram vantajosos mais encontros desta natureza, havendo mesmo quem sugerisse o “powerpoint” para uma próxima iniciativa.
Recorde-se que este trabalho surgiu na sequência da aposta da Biblioteca Escolar / Centro de Recursos Educativos no sentido de, na medida do possível, criar condições favoráveis à partilha de experiências pedagógicas, ao debate de ideias e à valorização dos recursos humanos – objetivo estratégido do “Projeto Educativo” do Agrupamento.
Luís Arezes, PB

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O LIVRO E A LEITURA

Encontros com João Pedro Mésseder
são destaque na imprensa

O ciclo de encontros dos alunos da educação pré-escolar e do 1.º ciclo com o escritor João Pedro Mésseder mereceu destaque na imprensa local e regional.
Na sua última edição de 10 de dezembro, o “Notícias da Barca” divulgou a iniciativa organizada pela Biblioteca Escolar do Agrupamento, em parceria com as Edições Trampolim e a Câmara Municipal de Ponte da Barca .
Uns dias antes, já o diário “Correio do Minho” havia atribuído destaque ao ciclo de encontros dinamizado com o objetivo de promover do livro e da leitura, conforme se pode ler em http://www.correiodominho.com/noticias.php?id=57037.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

ENCONTROS COM JOÃO PEDRO MÉSSEDER


Concluiu-se, hoje, o ciclo de encontros com o escritor João Pedro Mésseder, uma iniciativa que, ao longo dos dias 25 de novembro e 9 de dezembro, mobilizou as perto de seis centenas de crianças que frequentam a educação pré-escolar e o 1.º ciclo do ensino básico.
As quatro sessões de hoje envolveram os alunos do 1.º ciclo do Centro Escolar de Crasto e ainda os miúdos que frequentam a educação pré-escolar e o 4.º ano, na Escola-sede do Agrupamento.
Tal como havia acontecido há duas semanas, os alunos estabeleceram uma interessante conversa com o escritor, interrogando-o acerca dos temas mais diversos.
João Pedro Mésseder respondeu a todas as questões, tratando de provocar no espírito dos miúdos a magia da palavra e de despertar neles o gosto pelo livro e pela leitura, dando largas à imaginação e à fantasia. E, para tal, não hesitou em partilhar com os seus ouvintes a leitura de uma história e ainda de alguns poemas.  
Os alunos, por sua vez, fizeram questão de presentear o convidado com vários trabalhos desenvolvidos na sequência da leitura que tinham realizado de alguns livros do autor, tais como “As letras de números vestidas”, “O Aquário”, “Versos quase matemáticos” e “Caneta feliz”.
Recorde-se que este ciclo de encontros com João Pedro Mésseder foi uma iniciativa do Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca, através da Biblioteca Escolar, em parceria com as Edições Trampolim e a Câmara Municipal que, na próxima semana, vai oferecer, como presente de Natal, um livro do autor a cada um dos alunos envolvidos nesta atividade.