A exemplo de anos anteriores, aqui estamos nós, e sobretudo eles, os alunos, com novas experiências de leitura, desafiando novos títulos ou retomando obras já lidas por colegas que os precederam. Num e noutro caso, a leitura deixa sempre em quem lê uma marca indelével, seja porque o livro arrebatou-o do seu quotidiano e levou-o por um apetecido mundo imaginário, seja porque encontrou alguma sintonia entre os heróis da história e si mesmo, seja ainda porque essa obra não o conseguiu “tocar” de modo significativo e ficarão - o livro e o leitor - à espera de uma melhor oportunidade para “se entenderem”.
A este propósito, apetece-me recordar as palavras de José Luís Peixoto, na abertura do seu livro “Abraço”:
“Os livros, esses animais opacos por fora, essas donzelas. Os livros caem do céu, fazem grandes linhas rectas e, ao atingir o céu, explodem em silêncio. Tudo neles é absoluto, até as contradições em que tropeçam. E estão lá, aqui, a olhar-nos de todos os lados, a hipnotizar-nos por telepatia. Devemos-lhes tanto, até a loucura, até os pesadelos, até a esperança em todas as suas formas.”
Ouçamos alguns leitores e o que pensam dos livros que leram.
“Crepúsculo”, de Stephenie Meyer, convida-nos a refletir sobre o amor, mostrando que é um sentimento que vai muito para além da sensualidade. Ensina-nos também que ser virgem não é um problema. Ao mesmo tempo, convence-nos que ter bons amigos e darmo-nos bem com a nossa família é importante porque a vida é feita de escolhas.
Esta obra desafia-nos a combater os maus instintos e a agressividade.
Daniela Amorim, 10.º D
Há fraquezas humanas que aproximam os Homens aos Deuses.” (“O Homem sem Nome”)
A personagem que mais me impressionou, pela positiva, foi o poeta (o Homem sem nome), pois foi o único ser que conseguiu passar pela Zona Central do Deserto sem provisões de água, proeza que nenhum ser vivo conseguiu realizar ou sequer chegar perto.
O poeta era um artista, um trovador, era reconhecido pelas suas canções, alegrava todos, dizia frases que deixava qualquer pessoa a pensar.
César Monteiro, 10.º D
Esta obra fez-me pensar sobre a forma como algumas pessoas podem ser realmente gananciosas, ao ponto de destruírem uma família que qualquer pessoa desejaria ter, e até mesmo uma vida “perfeita”, digna de um conto de fadas.
E mostrou-me também que as escolhas individualistas de uma única pessoa podem modificar completamente o rumo da vida de um vasto número de pessoas, tanto de cúmplices como de inocentes.
Adriana Cerqueira , 12.º B
“Amor de Perdição” leva-nos a pensar no que podemos sentir quando o amor que nutrimos por outrem não é correspondido ou algo nos impede de nos juntarmos com essa pessoa amada.
As personagens da obra são para nós o exemplo de que temos de ser muito fortes para lutar pelos nossos ideais e, deste modo, contrariar as convenções sociais e familiares.
Um aspeto que considero interessante no narrador é o facto de servir-se de cartas escritas pelas personagens para descrever com propriedade o sentimento delas.
Eduarda Amorim, 12.º B
“Só a suave carícia do beijo, uma carícia como nunca tivera, uma carícia de mãe. Só a suave carícia no seu rosto. Era como se o mundo tivesse parado naquele momento do beijo e tudo houvesse mudado.” (pag. 135)
“Capitães da Areia” é uma obra que nos reenvia para o tema do abandono das crianças e para os “meninos da rua”. Porém, em contraponto, mostra-nos que há pessoas com espírito de ajuda, possibilitando a essas crianças enfrentar a vida com outra perspetiva.
Joana Pereira, 12.º B
“O Mundo de Sofia”, de Jostein Gaarder, é um romance cheio de aventuras, no qual a personagem principal, Sofia, troca correspondência com Alberto, fazendo a caminhada da história da filosofia. Em algumas destas cartas encontram-se perguntas que nos inquietam e nos fazem pensar sobre a essência do Homem e do mundo: ”Quem sou eu?” “De onde vem o mundo?”
Para além do contacto com a filosofia, este livro tem a virtualidade de nunca perder de vista os problemas do quotidiano, razão pela qual se mantém interessante a sua leitura.
Juliana Cerqueira, 10.º D
“Só te Amo até terça-feira”, de Rosa Luna, sensibilizou-me não só pelo facto de Mariana perder o seu filho, mas também pelo modo como Diogo reagiu ao saber da vida que se estava a formar no ventre da Mariana. Era seu filho, mas ele por imaturidade (medo, irresponsabilidade, criancice) negou a vida a este ser que não teve culpa de coisa nenhuma. Esta obra toca muito de perto a problemática do aborto, dando-nos algumas perspetivas para a sua abordagem.
Mariana Sousa, 12.º B
No meu ponto de vista, a história de “O Ano da Morte da Ricardo Reis” não acarreta, em si mesma, nenhum tipo de moral; mostra apenas um percurso possível de vida para Ricardo Reis (um dos heterónimos pessoanos) que, por lapso, falta de tempo ou intenção, o seu criador não determinou.
Assim, Saramago coloca o protagonista do romance a testemunhar o período em que o fascismo aos poucos se instalava na sociedade portuguesa. E aqui o plano da imaginação cruza-se com o da história.
Helena Mendes, 12-º B
“A minha vida é uma lição apenas para mim. (…) Após a noite, vem o dia. Após a morte, vem a vida. Mesmo nos momentos mais sombrios, olha em volta, pois nunca estás realmente só. És amada.” (pag. 356)
“Estarás sempre comigo” é uma obra que nos faz pensar no sentido da vida, na duração dela… Toca-nos a dor e o sofrimento de Emma ao perder o seu amor, assim como as voltas que a vida pode dar: tão depressa se está vivo como não. De repente, um futuro cheio de possibilidades torna-se num pesadelo. A vida é algo “inesperadamente inesperado”.
Catarina Barros, 12.º B
Este livro de José Rodrigues dos Santos proporciona-nos um olhar crítico sobre o facto de estarmos constantemente a destruir o nosso planeta. Sendo baseado em informação verídica, pretende mentalizar-nos de que o mundo acabará muito mais cedo do que imaginamos.
Outra linha de leitura não menos importante da obra é a temática da efemeridade da vida e das coisas do mundo. A vida é frágil e breve e, por isso, devemos aproveitá-la ao máximo, pois, partilhando do mesmo pensamento do narrador, “As plantas e as flores farfalhavam diante de si como se o ritmo a que dançassem tivesse a marca da eternidade, quando afinal eram tão efémeras quanto a brisa que as agitava.” (pag. 497), ou seja, tudo o que começa um dia acabará.
Judite Rodrigues, 12.º B
“O orgulho diz respeito mais à opinião que temos de nós próprios, enquanto a vaidade ao que pretendemos que os outros pensem de nós.” (pag.17)
Os comportamentos e as atitudes são fatores muito importantes para a caracterização psicológica das pessoas.
É através deles que podemos perceber o que as pessoas são; porém, como nos mostra a protagonista de “Orgulho e Preconceito”, enganam-nos frequentemente. Às vezes, é como se nos déssemos conta de que não podemos ter a certeza de que temos razão em relação a determinada ideia, porque podemos, a qualquer momento, ser contrariados e a razão pode não estar do nosso lado.
Esta situação aconteceu a Elizabeth. Ela construiu uma imagem negativa de Darcy, desenvolvida através do que observava (dos seus comportamentos e atitudes) e do que lhe contavam. Esta imagem negativa foi invertida quando Darcy lhe escreve uma carta, contando-lhe, realmente, a verdade.
Helena Rodrigues, 12.º B
Este livro mostra-nos uma mulher - Carminho - cheia de coragem, conseguindo ultrapassar todas as dificuldades da vida, as suas dúvidas, inseguranças, complexos…
É fácil identificar-se com ela, sobretudo nos problemas que experimenta na sua adolescência a propósito do amor, da amizade, entre muitos outros. Ela valoriza sobretudo o lado positivo da vida.
Um livro que se lê com agrado e de leitura fácil.
Filipa Rodrigues, 10.º D
Organização de:
Prof. António Rocha