sábado, 27 de junho de 2020

Sarau de Poesia 
a encerrar as atividades letivas
Um Sarau de Poesia, através da aplicação “classroom” do “Google”, marcou a conclusão das atividades letivas no Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca.
O Sarau aconteceu na noite de sexta-feira e reuniu, à distância, um grupo de professores e alunos de vários níveis de ensino, acompanhados das respetivas famílias, que deram voz à Palavra feita ritmo, reflexão, magia, e disseram / sentiram a riqueza e a beleza da Arte, feita Poesia.
Promovida pela Biblioteca Escolar, a atividade constituiu um momento com especial significado, tanto mais que a situação de pandemia que estamos a viver torna ainda mais premente a necessidade da presença e da partilha de sentimentos e de emoções.
Esta mesma ideia foi sublinhada pelo Diretor do Agrupamento, professor Carlos Louro, que realçou ainda as marcas que este ano atípico vai deixar na comunidade escolar, concluindo com votos de boas férias.
Biblioteca Escolar
Alunos do 3.º ano publicam 
livros digitais
Cada uma das turmas do 3.º ano das Escolas Básicas Diogo Bernardes e de Crasto acaba de publicar um livro digital, produzido e editado sob a orientação da respetiva docente titular.
“Retalhos de mim” (3.º A, professora Idalina Gândara), “Amigos improváveis…” (3.º B, professora Cristina Pires) e “Pedaços de mim” (3.º C, professora Sofia Costa) são os títulos dos livros publicados pelas três turmas da EB Diogo Bernardes, enquanto a turma da EB de Crasto (professora Rosa Cerqueira) editou “O melhor de mim”.
Este foi um projeto que mobilizou professoras, alunos e famílias, durante o período de confinamento e de ensino à distância.
Nas palavras do professor Carlos Louro, Diretor do Agrupamento de Escolas, que assina o Prefácio, estas obras traduzem “o trabalho, o comprometimento e a vontade de concretizar aprendizagens e desenvolver a autonomia no 3.º ano de escolaridade”.
Fica, por isso, o desafio de folhear os livros, de visitar as diversas estórias, memórias, retratos, ilustrações, de entrar na aventura….




Boas leituras!
Biblioteca Escolar


sexta-feira, 26 de junho de 2020


Nem tudo foi perfeito, mas todos deram o seu melhor!
Carta aberta às Famílias, 
à Escola, aos Alunos!
                                                   
Meus Caros!
Terminam hoje as atividades letivas do ano mais estranho e surpreendente das nossas vidas.
Sem que ninguém o pudesse imaginar, março trouxe-nos uma situação nunca vista e a declaração da pandemia remeteu-nos para o confinamento das nossas casas, num isolamento social que só conhecíamos no mundo da ficção literária e cinematográfica.
Foi – está a ser – um desafio duro, uma vivência marcante, que ficará guardada no livro íntimo das nossas memórias mais impressivas.
É justo uma aplauso a vós, Famílias, pelo notável trabalho levado a cabo. Foram vocês que, no recato dos lares, souberam ser o apoio omnipresente e incansável dos mais novos. Trabalhando com eles, explorando plataformas digitais com eles, aprendendo, sentindo, crescendo com eles.
Nestes tempos de pandemia, estou em crer que reforçaram laços, partilharam emoções dia e noite, fizeram escola na plenitude da riqueza etimológica do termo grego, isto é, descansaram, exploraram o poder criador do tempo livre e do ócio, estudaram e aprenderam, cresceram, descobriram novas dimensões da vida que também são importantes, porventura as mais importantes.
É justo também um aplauso às crianças, adolescentes e jovens estudantes. Para sempre, ficará esta memória marcante que vos acompanhará ao longo dos anos. Porque foi – está a ser – a lição das vossas vidas! Uma lição que, certamente, vos ensinou a perceber a centralidade dos afetos, a importância dos laços e das relações, a fragilidade da existência, a necessidade de colocar em primeiro lugar apenas aquilo que é primordial.
É justo também um aplauso à Escola – professores e assistentes operacionais. Reinventaram-se de um dia para o outro, descobriram novos caminhos, desbravaram veredas desconhecidas, tudo fizeram para esbater desigualdades, não deixando ninguém para trás. Numa palavra, encurtaram distâncias…
Por último, um aplauso às autarquias e à comunidade em geral. Porque se envolveram, deram as mãos, ajudaram a encontrar soluções.
No final desta etapa memorável das nossas vidas, presto aqui uma especial homenagem às Famílias, aos Alunos, aos Professores e à Escola, porque se trata do triângulo insubstituível que alimenta a qualidade do futuro que desejamos, sempre mais sustentável, sempre mais solidário, sempre mais humanista.
Neste tempo de pandemia, o triângulo empenhou-se na perfeição, manteve-se em sintonia, focou-se no essencial, aprendeu a lição…
Um Bem-hajam!
Rosa Maria Arezes, Professora de Português

quinta-feira, 25 de junho de 2020

MENÇÃO HONROSA


Uma aventura no mar

                Nas últimas férias de verão, dois adolescentes estavam aborrecidos em casa e fartos de ver televisão. O João teve uma ideia e sugeriu:
– Vamos até à praia e aproveitamos para explorar as maravilhas do fundo do mar?
– Boa! – exclamou o Martim. – Estou ansioso por experimentar o meu fato de mergulho novo.
Vestiram os fatos e partiram. A certa altura, o João reparou que o Martim andava de uma forma estranha.
– Ó Martim, tu vestiste o teu fato ao contrário! Ah! Ah! Ah!
– Eh pá, nem reparei! – respondeu o Martim, todo atrapalhado, enquanto arranjava o fato.
Uns minutos mais tarde, chegaram à praia e pousaram as suas coisas. Estava um tempo fantástico. O sol brilhava intensamente e havia muita gente na areia. Mergulharam perto de uns rochedos que ficavam um pouco afastados da praia. O Martim seguia à frente, porque conhecia bem aquela zona e já tinha alguma experiência como mergulhador. O João só queria apreciar a paisagem e observava tudo com muita atenção.
De repente, sentiram uma estranha corrente marítima que os afastava para longe da costa. De mãos dadas, agarraram-se a umas rochas e entraram numa pequena gruta. Lá dentro, fizeram uma descoberta surpreendente, era um tesouro escondido. Sem hesitar, decidiram levá-lo com eles.
A muito custo, conseguiram regressar a terra, embora estivessem ainda mais afastados do local onde tinham mergulhado. Era um pequeno cais onde estavam ancorados alguns barcos de pescadores locais. Avistaram um rapazinho muito mal vestido e com um ar triste e pouco cuidado. Decidiram dar-lhe algum dinheiro e o menino agradeceu. Estavam tão entretidos que nem se aperceberam que alguém os observava de longe.
Um Ninja das Trevas que também andava à procura do tesouro descobriu-os e atacou-os com tudo o que ele sabia sobre karaté. O Martim pegou na catana do Ninja e espetou-a na terra, segurou-a com a mão e deu-lhe um super pontapé. O Ninja ficou tão furioso que lhe lançou uma bola de fogo, mas não acertou nele e pegou fogo a tudo à sua volta.
O Ninja disse com voz grossa que queria o tesouro e transformou-se em super mega Ninja. O João e o Martim aperceberam-se de que ele estava cada vez mais forte, pois deu um salto fortíssimo e o chão abriu-se.
Enquanto o Martim lutava, o João tentava arranjar uma saída. Nesse momento, começaram a aproximar-se alguns homens e o Ninja sentiu-se mais intimidado. O Martim aproveitou para lhe aplicar um golpe fatal. O Ninja sentiu-se derrotado, espetou a sua espada no chão e desapareceu com toda a sua honra.
O João e o Martim nem queriam acreditar no que lhes tinha acontecido. Decidiram atirar o tesouro de volta ao mar e nunca mais falar sobre o assunto.
Francisco Dinis Costa Pereira e Rúben Oliveira Varajão

terça-feira, 23 de junho de 2020


O livro é um tesouro que nos faz sonhar e crescer
– defende a ilustradora Susana Lima
Os alunos dos 2.º, 3.º e 4.º anos do Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca participaram numa animada sessão com a ilustradora Susana Lima.
Tendo em conta os atuais constrangimentos resultantes da pandemia, a sessão decorreu através da plataforma digital “classroom”, tendo entusiasmado os participantes, que chegaram a ultrapassar as duas centenas.
A ilustradora conduziu uma interessante viagem pelo livro, um verdadeiro tesouro que – nas suas palavras – fica para a vida e nos faz sonhar, imaginar e crescer.
Susana Lima começou por explicar, com recurso a imagens, como nasce um livro, apresentando as várias etapas, desde a ideia inicial até à escrita, ilustração, design, impressão, chegada à livraria ou à biblioteca e, finalmente, a leitura.
Num segundo momento, partilhou com os alunos e respetivos professores a sua dinâmica criativa, nomeadamente a técnica do desenho / ilustração digital, o processo de criação de cenários e de personagens e o ambiente digital em que as realiza.
A título exemplificativo, mostrou e leu algumas passagens do livro “Pequenos Corações Verdes”, de João Manuel Ribeiro com ilustrações de Susana Lima, e, a terminar, deixou um desafio aos alunos: redação de um pequeno texto / mensagem sobre a proteção da Natureza, acompanhado de uma ilustração.
Esta foi mais uma atividade que aconteceu no âmbito da parceria existente entre o Agrupamento e as edições Opera Omnia e a sua organização esteve a cargo da Biblioteca Escolar, em articulação com o Departamento do 1.º Ciclo.
A Organização

segunda-feira, 22 de junho de 2020


Pequenos leitores aplaudem 
animação de leitura com Inácia Cruz
As salas da Educação Pré-escolar e os alunos do 1.º ano de escolaridade do Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca participaram numa animação de leitura com a atriz Inácia Cruz.
A animação aconteceu a partir do livro "História do Rei Livro e da Princesa Palavra", de Elisa Sá Costa e ilustrações de Ana Fonseca, e realizou-se através da plataforma digital “classroom”.
Trata-se de uma história com final feliz, em que os pequenos leitores percebem a alegria da leitura e do convívio com os livros e com as suas personagens.
No atual contexto de pandemia, esta foi uma experiência nova e gratificante que aproximou as crianças, ainda que de uma forma virtual, conduzindo-as até ao mundo mágico da leitura, ao mesmo tempo que apreciavam a riqueza dos múltiplos códigos cénicos, como os adereços, a expressividade da voz, a riqueza gestual e a interação com a atriz Inácia Cruz.
Esta animação de leitura em linha aconteceu no âmbito da parceria que o Agrupamento mantém com as edições Opera Omnia e contou com a organização da Biblioteca Escolar, em parceria com os Departamentos da Educação Pré-escolar e do 1.º Ciclo.
A Organização 

sábado, 20 de junho de 2020

SUGESTÕES DE LEITURA


Dia Mundial do Refugiado


Assinala-se hoje o Dia Mundial do Refugiado, instituído em 2001 pela Assembleia-Geral das Nações Unidas.
Numa altura em que a pandemia causada pela Covid-19 e os recentes protestos antirracistas vieram pôr em evidência as desigualdades sociais, o tema da campanha deste ano é «Cada ação conta», relembrando que todos podemos ter um papel na criação de um mundo mais justo, inclusivo e igualitário.
A este propósito, aqui ficam cinco sugestões de leitura para crianças e jovens, que abordam o tema dos refugiados através da ficção e também inspirados em casos reais.

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Saramago faleceu há 10 anos


“Memorial do Convento”
é uma reescrita subversiva da História oficial
- defende Cândido Martins
“Para uma síntese da leitura de ‘Memorial do Convento’”, de José Saramago, foi o tema genérico de uma conversa em linha que Cândido Martins, professor na Universidade Católica e investigador, manteve com alunos e professores da Escola Secundária de Ponte da Barca.
A sessão foi aberta pelo Diretor do Agrupamento, Prof. Carlos Louro, que, depois de saudar os participantes, apresentou o convidado e realçou a aposta no fomento e consolidação de aprendizagens, através do recurso aos mais diversos contextos.
Num registo sereno, pedagógico e muito assertivo, Cândido Martins começou por assinalar a feliz coincidência de a iniciativa coincidir com o dia em que passa o décimo aniversário da morte de José Saramago (18 de junho).
Num primeiro momento, falou da génese do romance, relevando a vontade do autor de imortalizar os humilhados e ofendidos que foram escravizados ao longo da construção do palácio-convento de Mafra.
Em termos de universo diegético, apresentou a(s) história(s) possíveis, nomeadamente, a epopeia da construção de um edifício (Poder), a utopia da construção de uma passarola (Saber) e o enredo de uma relação amorosa (Amor).
A linguagem e o estilo, com predomínio da liberdade de pontuação e do discurso direto, num contexto de valorização da oralidade / fala, e a riqueza simbólica da escrita, presente, por exemplo, nas construções do palácio-convento e da passarola, nas múltiplas viagens, e no jogo dos nomes, das relações, dos números e das cores, foram outros tópicos explorados na intervenção.
No que à temática dominante diz respeito, Cândido Martins afirmou que o romance apresenta uma visão alternativa do passado, ou seja, uma reescrita subversiva da História “oficial”, com uma crítica frontal ao poder (régio e religioso) e uma valorização do ponto de vista dos explorados.
Daí que, a terminar, o investigador tenha sublinhado tratar-se de um romance-construção de livre inspiração histórica, uma narrativa intemporal e alegórica que se afirma como um memorial dos dominados.  
Encerrou a sessão o Subdiretor do Agrupamento, Prof. Manuel Soares Alves, que felicitou o convidado pela sua magnífica comunicação e reiterou a importância da leitura, mais ainda neste tempo de pandemia e de confinamento, fazendo apelo a outras obras de Saramago.
Recorde-se que esta conversa em linha sobre uma obra que faz parte dos conteúdos programáticos de Português no 12.º ano aconteceu no âmbito da parceria que o Agrupamento mantém com as edições Opera Omnia e contou com a organização da Biblioteca Escolar e do Grupo de Português.
A Organização

terça-feira, 16 de junho de 2020

3.º Prémio para "Uma Aventura no Tempo"



UMA AVENTURA NO TEMPO
Parecia um dia normal como tantos outros. O cientista Franklin foi para o seu trabalho. Ele andava a desenvolver uma máquina do tempo. Estava a trabalhar neste projeto há vários meses e tinha esperança de que fosse desta vez que iria conseguir realizar o seu sonho.
Nesse dia, tinha saído de casa sem tomar o pequeno-almoço. Estava a apetecer-lhe um café e resolveu parar pelo caminho para comprar um. Cheio de pressa e ansioso por trabalhar na sua máquina, ia bebendo enquanto afinava algumas peças. Mas…, de repente, sem querer, deixou cair um pingo de café quente em cima da máquina. As luzes apagaram-se todas, aparecendo mesmo à sua frente um grande portal que o levou para o futuro.
Foi transportado para o mesmo lugar onde estava, mas no futuro. A primeira pessoa que encontrou foi ele próprio, mas mais velho, claro.
– Estou mesmo velho! – exclamou.
Muito preocupado e sem saber em que ano estava, decidiu falar com o seu “eu” mais velho. Foi imediatamente reconhecido por ele.
– Meu deus! O que estás aqui a fazer? Conseguiste encontrar-me! Tens de voltar imediatamente. Se não fores para o passado nas próximas vinte e quatro horas, nós deixamos de existir!
O jovem Franklin respondeu um pouco embasbacado:
– O quê! Estás a brincar! Temos de arranjar uma forma de me levar de volta.
O velho Franklin disse-lhe que havia, sim, uma forma, mas tinha de estar muito atento e seguir todas as instruções rigorosamente.
– Primeiro, precisamos de falar com o meu amigo cientista Josefino que sabe muito sobre estas coisas.
Foram logo de seguida para a casa do suposto amigo. Quando chegaram, tudo parecia estar em ruinas, uma desgraça. Mas isso era só da parte de fora, porque, por dentro, a casa era muito acolhedora. Josefino ficou muito contente por ver o seu velho amigo, mas, quando viu o jovem Franklin, ficou alarmado e confuso. Depois de observar bem os dois e de ouvir toda a história, concluiu:
– Já entendi o que se passa. Vieste parar aqui por acidente. Nós aqui no futuro já estamos habituados a estas situações. Mas, infelizmente, há um problema. As nossas máquinas do tempo foram apreendidas e estão numa fortaleza vigiada por muitos guardas.
– Então precisamos de equipamento para rebentar com as portas! – exclamou o jovem Franklin.
Eles estavam cheios de medo pelo que lhes poderia acontecer, mas ao mesmo tempo confiantes. Meteram-se a caminho e chegaram ao local, após algumas horas. Mas, para surpresa de todos, não havia nenhuma fortaleza e a vegetação estava muito seca. O jovem Franklin reparou que havia um arbusto com aspeto diferente, pois tinha as folhas muito verdes, e disse aos outros:
– Isto é muito estranho! Tenho de ver aquele arbusto mais de perto.
Conforme dizia isto, aproximava-se cada vez mais do arbusto. Sem querer, tropeçou numa raiz seca e empurrou-o com o peso do seu corpo. Toda a gente ficou impressionada com a descoberta de uma passagem debaixo do arbusto. Empurraram uma porta pesadíssima, desceram uns degraus subterrâneos e finalmente ali estava ela, a fortaleza. O problema era passar pelos guardas que afinal eram robôs com pistolas laser.
Os guardas viram-nos e começaram a disparar, mas os cientistas usaram uma arma muito poderosa inventada pelo Franklin mais velho e conseguiram derrotá-los. 
Finalmente, subiram as escadas que davam acesso às máquinas do tempo e conseguiram transportar o jovem Franklin para o passado. Tudo voltou ao normal e ele até ficou famoso por ter inventado uma máquina do tempo.
Ana Sofia Cerqueira e Sophia Vieira

segunda-feira, 15 de junho de 2020


(Dia Mundial d)o Vento e o Ambiente

Hoje é o Dia Mundial do Vento, uma data celebrada desde 2009.
Criada pelo Global Wind Energy Council (GWEC), esta efeméride surgiu com o intuito de relembrar a importância deste recurso e o seu potencial para a produção de energia.

O vento é o movimento do ar, ou seja, o deslocamento de massas de ar em reação às diferenças de pressão atmosférica entre duas regiões.
Tem uma grande importância para o ambiente e para os ecossistemas, porque permite:
  • O equilíbrio da temperatura;
  • A renovação do ar;
  • A formação de ondas no mar;
  • A polinização anemófila;
  • A produção de energia eólica.
A energia eólica é uma energia renovável gerada através do vento, que não polui o Planeta nem esgota recursos naturais limitados como a água. 
Em maio passado, foi a segunda fonte de geração de eletricidade mais utilizada em Portugal (22%), sendo que a primeira foi a hídrica. Segundo a Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), 1 milhão e meio de portugueses em Portugal Continental utilizou esta fonte de energia na passada semana de 8 de junho.
O vento é também um fator essencial na movimentação de embarcações e em desportos como o kitesurf, windsurf e parapente.
Na mitologia grega, Éolo é tradicionalmente conotado com a divindade que origina e regula os ventos, que mantinha fechados numa gruta. Daí a designação de energia eólica…
É, também, um nome que designa várias personagens da mitologia grega difíceis de distinguir.

sábado, 13 de junho de 2020


Celebrando o 132.º aniversário 
de Fernando Pessoa



Fernando Pessoa nasceu há 132 anos, a 13 de junho de 1888.
Assinalamos esta data com dois excertos dos heterónimos Alberto Caeiro e Ricardo Reis, respetivamente, que sublinham a importância de nascermos “a cada momento / Para a eterna novidade do Mundo…”, sabendo colher e amar o presente: “Este é o dia, / Esta é a hora, este o momento, isto / É quem somos, e é tudo.” 



O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...

[…] Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...

Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar...
                        Alberto Caeiro, 08-03-1914

“O Guardador de Rebanhos”. In Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. (Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor) Lisboa: Ática, 1946 (10.ª ed., 1993), p. 24.



Uns, com os olhos postos no passado,
Veem o que não veem; outros, fitos
Os mesmos olhos no futuro, veem
O que não pode ver-se.

Porque tão longe ir pôr o que está perto —
A segurança nossa? Este é o dia,
Esta é a hora, este o momento, isto
É quem somos, e é tudo.


Perene flui a interminável hora
Que nos confessa nulos. No mesmo hausto
Em que vivemos, morreremos. Colhe
O dia, porque és ele.
                        Ricardo Reis, 28-08-1933
Odes de Ricardo Reis. Fernando Pessoa. (Notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor) Lisboa: Ática, 1946 (imp.1994), p. 154.

quarta-feira, 10 de junho de 2020

ROTEIRO DE CAMÕES EM LISBOA

...DA TORTURA NO TRONCO 
AO ENIGMA DE SANT'ANA

No 440.º aniversário da morte de Luís Vaz de Camões, propomos a visita a três lugares de Lisboa que marcam a vida do autor de Os Lusíadas e constituem histórias incertas e interessantes.

“Amor de Perdição” foi um golpe de manipulação a favor da causa de Camilo
Vilarinho de Samardã: casa onde Camilo passou os únicos anos felizes da vida...
A vida de Camilo Castelo Branco e a relação íntima desta no processo de criação da obra "Amor de Perdição" foi o tema de uma longa conversa que o editor José Manuel Costa teve com alunos e professores da Escola Secundária de Ponte da Barca.
A sessão realizou-se em linha, através da plataforma “classroom”, tendo sido aberta pelo Diretor do Agrupamento, Prof. Carlos Louro, que aplaudiu mais este momento de enriquecimento curricular, resultante da parceria estabelecida com as edições Opera Omnia.
Recorrendo a um acervo considerável de imagens, o responsável pela editora conduziu os participantes numa interessante viagem, desde o nascimento de Camilo, em Lisboa (1825), até à sua morte, em S. Miguel de Seide (1890).
A infância, marcada pela perda dos pais, e a adolescência e juventude, por terras de Trás-os-Montes, mereceram particular atenção, assim como a sua formação sob a orientação de clérigos, lendo os clássicos portugueses e latinos e literatura eclesiástica.
O seu carácter insatisfeito, instável, irrequieto, levou-o a uma vida profundamente tumultuosa, sobretudo em termos sociais e amorosos. Casou-se com apenas 16 anos e, até conhecer Ana Plácido, foi protagonista de vários enlaces pouco duradouros, incluindo uma relação com a freira Isabel Cândida, que acabaria por lhe criar uma filha nascida de uma outra mulher.
Depois de ter andado por diversas localidades de Trás-os-Montes e do Minho, fixou-se no Porto, onde iniciou o curso de medicina, que não concluiu, e se apaixonou por Ana Plácido.
Quando esta se casou, em 1850, com o rico negociante Manuel Pinheiro Alves, Camilo teve uma crise de misticismo, chegando a frequentar o seminário. Mas foi sol de pouca dura, pois logo tratou de seduzir Ana Plácido, raptando-a e andando com ela a monte, num período rocambolesco de verdadeira novela, que terminou com os dois amantes na Cadeia da Relação, no Porto.


Uma vida infeliz
Foi na Cadeia da Relação que Camilo conheceu e fez amizade com o famoso salteador Zé do Telhado e, com base nesta experiência, escreveu “Memórias do Cárcere”. E foi também aqui que foi visitado pelo rei, D. Pedro V, e escreveu “Amor de Perdição”, uma obra que, segundo José Manuel Costa, é um magnífico golpe de “marketing” para conquistar a simpatia do público, antes do seu julgamento.
Naquela época, o caso emocionou, de facto, a opinião pública, pelo seu conteúdo tipicamente romântico de amor contrariado, à revelia das convenções e imposições sociais, envolvendo uma figura aclamada como escritor a nível nacional.
Aliás, neste contexto, José Manuel Costa realçou o facto de o autor ter dedicado o livro a Fontes Pereira de Melo, à época o homem mais poderoso do país, num claro exercício de manipulação e de condicionamento.
Os seus objetivos foram conseguidos, pois acabaram absolvidos do crime de adultério, por não haver provas, passando a viver juntos, corria o ano de 1863.  
A última parte da vida de Camilo foi passada em S. Miguel de Seide (Famalicão), numa casa que o filho de Manuel P. Alves, ex-marido de Ana Plácido, recebera por herança do comerciante, entretanto falecido.
Foram uns 26 anos vividos sob o signo da infelicidade, sem a estabilidade emocional por que ansiava, com dificuldades financeiras e desgostos atrás de desgostos provocados pelos filhos e pela doença que, a pouco e pouco, lhe ia minando a vida.
Até que a 1 de junho de 1890, face a um diagnóstico médico que lhe destruiu a última esperança, decidiu dar um tiro na cabeça. Mas até neste momento supremo de desespero foi extraordinariamente infeliz e tragicamente sofredor: esteve cerca de duas horas em agonia de morte.
Recorde-se que esta sessão aconteceu no âmbito da parceria que o Agrupamento mantém com as edições Opera Omnia e contou com uma organização conjunta da Biblioteca Escolar e do Grupo de Português.
No próximo dia 18 de junho, é a vez de Cândido Martins, investigador e professor universitário, dinamizar uma sessão sobre o “Memorial do Convento”, de José Saramago, outra obra que faz parte dos conteúdos programáticos de Português no Secundário.    
Prof. Luís Arezes