segunda-feira, 28 de setembro de 2020

 “Opiniões de Segunda” – Stress na adolescência 

Na crónica desta segunda, Luana Silva escreve sobre o stress na adolescência e sobre a importância de sabermos gerir a pressão, construindo “um ambiente positivo à nossa volta”.

Uma reflexão a não perder, mais ainda no início de um novo ano letivo…

“Sorri, respira e vai com calma, mas vai.”

 Stress na adolescência. Enquanto adolescente de 16 anos, no 11.º ano de escolaridade, encontro-me numa fase da minha vida cheia de desafios. E, tal como eu, outros tantos adolescentes.

A adolescência é por natureza um período stressante. Juntam-se as mudanças físicas, emocionais e hormonais aos conflitos familiares, à vida social, aos padrões de beleza e preconceitos impostos pela sociedade, e torna-se difícil chegar ao fim do dia sem nos sentirmos física e psicologicamente esgotados.

Em resposta a este stress, e muitas vezes inconscientemente, o adolescente acaba por abraçar hábitos autodestrutivos, como a autocrítica excessiva ou consumo de álcool e drogas ou então lutar contra distúrbios alimentares, ansiedade ou insónia. Acresce ainda a escola que, por experiência própria, exerce a maior pressão num adolescente, sendo potenciadora das reações acima referidas. Os testes e exames, o sistema de ensino antiquado, a escolha de área para 10.º ano ou de curso findo o ensino secundário são claramente motivos de inquietação. São motivos para temermos o fracasso. O medo de falhar.

Mas, afinal, não é suposto errar para aprender? O stress estará sempre e naturalmente presente na nossa jornada. Mas nada em excesso é saudável, e o stress não é exceção. Não havendo uma receita exata para combater o stress, existem, porém, algumas técnicas preventivas: praticar desporto, ter uma alimentação saudável, contactar com a natureza, evitar o uso de substâncias aditivas e, acima de tudo, priorizar metas realizáveis e pensamentos positivos.

Sim, a adolescência é complexa, mas o verdadeiro desafio passará por saber construir um ambiente positivo à nossa volta, perceber quais os princípios e valores essenciais, lutar pelo nosso bem-estar e o dos outros. Na verdade, adolescência é a melhor fase da nossa vida, por isso vivamos um dia de cada vez e aproveitemos cada momento ao máximo!

Luana Silva, 11.º ano

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

“Opiniões de Segunda” está de volta…

Semana a semana, à segunda, vamos dar voz à opinião dos mais novos. Porque o saber pensar não tem idade. Nem o exercício crítico da cidadania. 

No início de um ano diferente, a Maria João Cerqueira estreia esta 2.ª série, falando do regresso à escola em tempos de pandemia. E dos múltiplos desafios que temos pela frente.

“A história que todos iremos contar…”

Desde março, as nossas vidas sofreram uma transformação enorme e tivemos de nos adaptar e lidar com esta nova forma de viver. Este início de ano, tal como estes seis meses, foi também atípico e fez com que desejássemos mais uma vez que tudo voltasse ao normal.

Agora, tudo é diferente e nesta primeira fase é árduo para nós, alunos, professores e funcionários, habituarmo-nos a todo o plano de contingência. Como aluna, creio e sinto que o mais difícil é a falta de contacto com o próximo, ter de manter o distanciamento social, não podermos dar a mão, tocar num ombro, dar um abraço, coisas que antes tínhamos por garantidas.

Mas no meio de tantas mudanças também me sinto grata por poder voltar a ter um ensino presencial, onde, apesar de usarmos máscara e de nos distanciarmos, a relação professor-aluno é muito mais próxima.

 Acho que este ano temos de nos motivar e pensar nos aspetos positivos do regresso à escola. Temos, muitas vezes, a tendência para nos concentramos só nos aspetos menos bons, mas, para que este ano corra o mais tranquilamente possível e para que seja viável continuarmos com o ensino presencial, temos de fazer um esforço para cumprir todas estas normas que nos dão a possibilidade de manter o diferente menos diferente.

É essencial também, mais do que nunca, sermos altruístas e o que quero dizer com isto é que podemos pensar que talvez este vírus em nós não tenha muitas repercussões, mas pode ter muitas para o próximo.

Todos temos plena consciência de que este ano vai ser muito cansativo, física e mentalmente, mas a vida está repleta de desafios e temos de pensar que este é mais um e que vamos conseguir ultrapassá-lo. E um dia será uma história de superação e resiliência para contar!

Maria João Cerqueira, 11.º ano.

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

 Biblioteca Escolar recebe novos títulos

O fundo documental da Biblioteca Escolar acaba de ser enriquecido com a doação, por parte das Edições Opera Omnia e da professora Sónia Martins, de um conjunto alargado de títulos das classes da Literatura (8) e de Generalidades (0), respetivamente.



        Neste último caso, os livros oferecidos são dicionários da língua portuguesa, de sinónimos e de verbos portugueses, e dicionários de Inglês, nomeadamente, o “Oxford Advanced Learner’s Dictionary” e ainda o “Dicionário Visual Verbo Português – Francês – Inglês”.

Na área da Literatura, os títulos são todos das Edições Opera Omnia e incluem quatro obras de Secundino Cunha sobre escritores e casas com uma forte presença nas suas vidas / obras: “Eça de Queiroz e a Casa de Tormes”, “Raul Brandão e a Casa do Alto”, “A Casa de Teixeira de Pascoaes” e “Casas de Escritores do Alentejo”.

Outros títulos oferecidos têm a ver com a colecção “Viajar com… Os Caminhos da Literatura”, registando-se os livros que dizem respeito a Camilo Castelo Branco, Ramalho Ortigão, Eça de Queiroz, Ferreira de Castro, José Régio, Luísa Dacosta e Vasco Graça Moura.

No capítulo da divulgação de grandes artistas, recebemos “Eça de Queiroz – Sou um pobre homem da Póvoa e Varzim” (Gisela Silva), “Teixeira de Pascoaes – A página de um livro é terra semeada” (Luísa Ducla Soares), “Amadeo de Souza-Cardoso – Tenho mais fases que a lua” e “Raul Brandão – De dia podo árvores, à noite sonho”, ambos de João Manuel Ribeiro.

Destaque ainda para “O bem e o mal” e “Maria Moisés”, de Camilo Castelo Branco, “Os pobres” e “Os pescadores”, de Raul Brandão, “Três peças em um ato”, de José Régio, e “Açôr, o cão de Ventura Terra”, de Gisela Silva.

Às Edições Opera Omnia e à professora Sónia Martins, muito obrigado!

Biblioteca Escolar

terça-feira, 8 de setembro de 2020

 Ao serviço da Literacia da Informação…

 Celebra-se, hoje, 8 de setembro, o Dia Internacional da Literacia, uma jornada que visa concentrar as atenções mundiais na alfabetização e na aprendizagem ao longo da vida.


Para a UNESCO, apesar dos progressos atingidos, os desafios de alfabetização persistem: cerca de 773 milhões de adultos em todo o mundo não têm competências básicas neste domínio. E, entre nós, ainda há perto de meio milhão de portugueses sem essas habilitações.

Mas o nosso país e a sociedade em geral debatem-se com um outro problema. É que vão longe, muito longe, os tempos em que o conceito de literacia significava apenas a capacidade de ler. E, à época, já significava imenso!

Desde há umas décadas a esta parte, o desafio ganhou outra dimensão. Em plena “era digital”, assistimos a um crescimento exponencial do imenso oceano da informação, que deixou de ser um privilégio de um número restrito de iluminados para passar a estar ao alcance de quase todos. É a “Sociedade da Informação”, verdadeira marca identitária de um mundo que se transformou numa “aldeia global”, para usar a feliz expressão de McLuhan.

Ora, é neste contexto que se impõem como prioritárias as chamadas literacias, nomeadamente a da informação. Porque, sem esta ferramenta, teremos uma multidão cada vez mais acrítica, amorfa, insensível, estúpida, desumana. Teremos uma cidadania cada vez mais anémica. E jamais veremos desabrochar o admirável mundo novo da “Sociedade do Conhecimento”.

Não basta, de facto, consumir informação. É preciso saber processá-la e o elemento responsável pelo processamento de toda a informação é o domínio da crítica. Sem ela, fica-se à mercê de slogans enganosos, da manipulação fácil, do fascínio instantâneo das notícias falsas.

Neste novo paradigma, à escola e à sociedade em geral coloca-se o desafio extremamente arrojado de preparar as novas gerações, equipando-as com as chamadas competências ou “habilidades de informação”, de tal forma que sejam capazes de, ao longo da vida, saber procurar, nos diversos suportes, a informação de que necessitam, de saber recolhê-la, avaliá-la, compreendê-la e tratá-la, tendo em vista a produção crítica de nova informação que responda a situações novas, comunicando-a de uma forma eficaz, ética e socialmente responsável.

Esta é a ferramenta fundamental para a vida que a instituição escolar deve facultar aos estudantes, isto é, ajudá-los a “aprender a aprender”. Porque a literacia da informação (e dos “media”) é o único caminho que abre horizontes no capítulo da construção do conhecimento, contribuindo para o aprofundamento da autonomia, na medida em que exige uma participação ativa e crítica.

E um estudante com autonomia e capacidade de construir o seu próprio conhecimento é, seguramente, um aluno mais bem apetrechado, que oferece mais garantias de sucesso escolar, e um cidadão equipado com as ferramentas que lhe auguram sucesso pessoal, profissional e cívico. Em síntese, é, com certeza, um espírito lúcido, uma mente criativa, um cidadão com horizontes, uma pessoa com autonomia e valor(es), um Homem com futuro…

Prof. Luís Arezes

BOM ANO LETIVO

 

Fonte: blogue cais da escrita