quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

A Cantiga é uma Arma

"LIBERDADE"


Em plena quadra natalícia e quatro dias depois da celebração dos 75 anos da proclamação, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, da “Declaração Universal dos Direitos Humanos” (10/12/1948), a edição desta semana de “A Cantiga é uma Arma” dedica a sua atenção a um tema clássico – “Liberdade”, de Sérgio Godinho.

Editada alguns meses depois da Revolução dos Cravos, esta canção de intervenção faz parte do disco “À Queima-Roupa”, tendo-se afirmado, rapidamente, como um dos temas mais conhecidos do cancioneiro revolucionário do pós “25 de Abril”.

Depois de mais de quatro décadas de ditadura, com a Revolução de Abril sentia-se a aurora esperada de um tempo novo, o país vivia “O dia inicial inteiro e limpo / Onde emergimos da noite e do silêncio / E livres habitamos a substância do tempo”, como escreveu Sophia de Mello Breyner Andresen.

Conquistado o sonho da Liberdade, impunha-se, então, a urgência política de passar à realidade. E, neste contexto, o refrão da canção torna-se emblemático, inspirando a mudança de mentalidades e a transformação social:

“Só há liberdade a sério quando houver

A paz, o pão,

Habitação,

saúde, educação

Só há liberdade a sério quando houver

Liberdade de mudar e decidir

quando pertencer ao povo o que o povo produzir.”

Eis o resumo de uma das grandes aspirações da Revolução, que nos convoca para um dos três famosos “D”, que constituíam os propósitos centrais no programa político do MFA: Democracia, Descolonização e… Desenvolvimento.

Um desenvolvimento traduzido, antes de mais, na garantia dos direitos fundamentais do ser humano, consagrados e protegidos numa sociedade democrática.

Quase cinco décadas depois, a mensagem de “Liberdade” – uma canção que é considerada como uma espécie de “proto rap”continua atual, tantos são os desafios dos nossos dias, ao nível da paz, do pão, da habitação, da saúde, da educação.

Mais do que palavras de ordem, continuam necessidades prementes no mundo e também em Portugal, um país que está a caminho dos 50 anos do “25 de Abril”.

Vamos, então, ouvir – e cantar – “Liberdade”, com Sérgio Godinho…, um tema cujo refrão é um slogan inesquecível que o próprio autor descreve como “um grafiti posto em rock”.

A Organização

quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

Sarau de Poesia celebra espírito natalício

Um grupo alargado de alunos do 1.º Ciclo e ainda algumas crianças da Educação Pré-escolar deram voz a um Sarau de Poesia que celebrou o espírito da quadra festiva que estamos a viver.


Promovido pela Biblioteca Escolar, o Sarau decorreu na BE da Escola Básica Diogo Bernardes, contando também com a presença de colegas, professores e de alguns encarregados de educação.

Em sintonia, todos deram voz ao encanto da Palavra feita musicalidade, ritmo, Poesia. Todos exercitaram a fluência leitora em voz alta e em público e aprofundaram a interação Escola/ Família.

Em suma, todos disseram e sentiram a riqueza e a beleza da Arte, celebrando o Natal e trabalhando na construção de uma “Escola a Ler”.

Biblioteca Escolar

terça-feira, 12 de dezembro de 2023

 Entrega dos prémios do Concurso de Leitura

Os três melhores desempenhos em cada um dos cinco escalões do Concurso de Leitura 2022/2023 receberam os respetivos prémios, no decorrer de uma sessão que aconteceu no âmbito da programação da Feira do Livro do Município.


Com o patrocínio da Câmara Municipal de Ponte da Barca, o prémio traduziu-se na entrega de um cheque-livro que os contemplados aplicaram na aquisição de obras à sua escolha, disponíveis na Feira, que esteve patente ao público na Praça da República.

A sessão contou com a presença do Diretor do Agrupamento e da Vereadora da Educação e Cultura, professores e educadoras, assistentes operacionais, familiares e, como é óbvio, dos próprios premiados.

Nas suas intervenções, tanto o Diretor, Carlos Louro, como a autarca, Rosa Maria Arezes, enalteceram o trabalho realizado, felicitando os galardoados, assim como as respetivas famílias e a escola, na pessoa dos professores. 

Os premiados

Organizado em cinco escalões, o concurso 2022/2023 trabalhou, na Educação Pré-escolar, o livro “Poemas para Brincar e Pensar”, de Isabel Pereira Santos, tendo sido apurados os seguintes resultados: crianças finalistas da EB Diogo Bernardes, turma B da EB de Crasto e turma A da EB de Entre Ambos-os-Rios.

No escalão do 1.º Ciclo (“Os Três Desejos”, de Júlio Borges), os premiados foram Sophie Miculis de Souza, do 4.º ano da EB Diogo Bernardes, Mariana Martins Freitas, do 4.º ano da EB de Entre Ambos-os-Rios, e Maria João Araújo, também do 4.º ano da EB de Crasto.

No 2.º Ciclo (“O Menino-Estrela”, de Oscar Wilde), os três melhores desempenhos foram conseguidos, respetivamente, por Tomás Dias Veloso, Joana Paço Gomes e Diogo Sousa Gonçalves, todos do 5.º ano.

Já no 3.º Ciclo – que trabalhou a obra “O Conto da Ilha Desconhecida”, de José Saramago –, o pódio foi ocupado por três alunas do 8.º ano: Inês Cerqueira, Leonor Imperadeiro Lemos e Paula Esteves Rodrigues da Silva.

Finalmente, no Secundário (“O Acontecimento”, da Prémio Nobel Annie Ernaux), as vencedoras foram três jovens do 12.º ano, atualmente já a frequentar o Ensino Superior: José Pedro Cerqueira, Inês Sofia Batista Bago e Mariana Rafaela Sousa da Silva.

A mobilização para a atividade e a qualidade dos desempenhos dos participantes constituem um bom indicador do impacto positivo da estratégia em curso, tendo em vista o reforço da construção de uma “Escola a Ler”.

Recorde-se que o Concurso de Leitura é uma atividade já com um longo percurso, que resulta de um trabalho conjunto dos Departamentos da Educação Pré-escolar, do 1.º Ciclo e de Línguas, em articulação com a Biblioteca Escolar e a Biblioteca Municipal.

A Organização

sábado, 9 de dezembro de 2023

Promoção das Literacias em Saúde Oral e da Leitura

As crianças da Educação Pré-escolar e do 1.º Ciclo do Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca participaram em mais um ciclo de sessões de promoção da higiene e saúde orais.

A ação envolveu as 27 salas/turmas a funcionar nas Escolas Básicas Diogo Bernardes, em Ponte da Barca, de Crasto e de Entre Ambos-os-Rios e foi dinamizada pela Biblioteca Escolar, em articulação com a equipa de Saúde Escolar da UCC de Ponte da Barca e ainda a Unidade de Saúde Pública do Alto Minho (ULSAM).

Com o objetivo da promoção transversal da higiene e saúde orais, da autoestima, bem-estar e saúde mental positiva, e também do gosto pelo livro e pela leitura, o trabalho conheceu um primeiro momento com a Biblioteca Escolar a dinamizar a leitura expressiva das estórias “Pedro e a Pasta de Dentes” e “Amigas Inseparáveis”, da autoria dos 3.º A e 3.º B da EB Diogo Bernardes, no último ano letivo, sob a orientação das professoras titulares Anabela Canossa e Emília Pinto, e que constam do livro digital “SOBE + NA BARCA”, que a BE editou.

Seguiu-se uma animada conversa de educação para a saúde oral, com a enfermeira Alexandrina Rodrigues, da equipa de Saúde Escolar da UCC de Ponte da Barca, a interagir com os miúdos acerca dos cuidados para manter “dentes fortes, saudáveis e bonitos”.

Ao mesmo tempo, aconteceu também a aplicação de verniz de flúor às crianças da Educação Pré-escolar, pela Higienista Oral Ângela Ferreira, da Unidade de Saúde Pública do Alto Minho.

O interesse e envolvimento dos miúdos nas atividades constitui um excelente indicador quanto ao seu compromisso na adoção de comportamentos amigos da saúde oral.

Biblioteca Escolar

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

A CANTIGA É UMA ARMA

“Portugal Resiste”

Na edição desta semana de “A Cantiga é uma Arma”, visitamos um cantor sem grande visibilidade pública nos tempos que correm, mas que é considerado um dos primeiros, ou mesmo o primeiro músico de intervenção.

Num artigo no jornal “Público” (10/09/2020), Nuno Pacheco não tem qualquer dúvida, considerando que “o canto de exílio português tem um pioneiro e o seu nome é Luís Cília”.

De facto, não é possível falar sobre exílio e canções de protesto sem mencionar Luís Cília, um compositor e intérprete nascido em Angola, mas que veio para Portugal em 1959, para prosseguir os seus estudos.

Cinco anos depois, em 1964, acabaria por se exilar em Paris, apenas regressando uma década mais tarde, a 30 de abril de 1974, no avião em que vieram também umas quatro dezenas de exilados políticos, entre outros, Álvaro Cunhal e José Mário Branco.

Neste período de 10 anos, realizou recitais junto das comunidades emigrantes dos “bidonvilles” parisienses e em quase todos os países da Europa, denunciando a guerra colonial e a falta de Liberdade no nosso país. Na altura, os seus discos entravam em Portugal, clandestinamente, e animavam os convívios da Resistência.

No ano em que Luís Cília chega a Paris, 1964, chega também à capital francesa Manuel Alegre. Numa entrevista a João Céu e Silva, publicada no “Diário de Notícias” (22/02/2018), Cília recorda que conheceu o poeta e resistente antifascista “num café do Quartier Latin” e que, de seguida, foram “para o quartinho onde eu vivia, num sétimo andar no Boulevard Sebastopol, onde ele ia dizendo os poemas e eu musicava.”

E assim nasce o seu primeiro disco, “Portugal-Angola: Chants de Lutte” (1964), uma gravação que em boa medida é facilitada pela amizade que, entretanto, havia travado com a cantora Collete Magny, que o encaminhou para a famosa editora Chant du Monde.

Trata-se de um disco que é uma afirmação da Liberdade e um protesto veemente contra a guerra colonial. A canção “Exílio”, cuja letra é da autoria de Manuel Alegre, fala por si:

Venho dizer-vos que não tenho medo,

A verdade é mais forte do que as algemas,

Venho dizer-vos que não há degredo

Quando se traz a alma cheia de poemas.

 

Pode ser uma ilha ou uma prisão,

Em qualquer lado eu estou presente,

Tomo o navio da canção

E vou direto ao coração de toda a gente.

No ano seguinte, em 1965, Luís Cília publica novo álbum, "Portugal Resiste". Com música simples, acompanhando a voz com apenas o som de uma guitarra tocada pelo próprio cantor, esta canção com o mesmo nome do disco tornar-se-ia um tema emblemático de combate contra a opressão, a repressão, a guerra colonial, a ditadura.

Vamos, então, ouvir – e cantar – “Portugal Resiste”, um poema de Manuel Alegre, musicado e interpretado por Luís Cília…

A Organização

terça-feira, 5 de dezembro de 2023

CLUBE DE LEITURA

Autora entusiasma os mais novos para o fascínio da leitura

Um grupo de alunos do 2.º Ciclo, que integram o Clube de Leitura da EB Diogo Bernardes, participou numa sessão com Joana Luísa Matos.

Aproveitando a visita da escritora ao Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca, para dinamizar encontros com a Educação Pré-escolar e o 1.º ano, os discentes mostraram interesse em conhecer e conversar com a autora de “As Cinco Ânforas de Ouro” (2015), uma obra que tinha despertado grande interesse entre os leitores.

Foi uma tertúlia emocionante que andou à volta da importância dos cinco valores centrais trabalhados no livro: a amizade, a solidariedade, a esperança, o trabalho e o amor.

Num registo espontâneo e muito próximo, os alunos fizeram perguntas e verbalizaram experiências e sonhos, ambiente a que Joana Luísa Matos correspondeu com a partilha do seu percurso de vida, seja como leitora, seja como criadora/ escritora, seja como profissional da área da saúde.

A mensagem final foi de que, com trabalho persistente e com paixão/ amor, as coisas tornam-se mais fáceis e os sonhos mais ousados podem mesmo virar realidade.

Esta ação – que foi organizada pela Biblioteca Escolar – aconteceu no âmbito da parceria que o Agrupamento mantém com as edições Opera Omnia, com o objetivo de favorecer o gosto pelo livro e pela leitura.

Biblioteca Escolar

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

A CANTIGA É UMA ARMA

PEDRA FILOSOFAL

Na sexta-feira da semana passada, assinalámos o Dia Nacional da Cultura Científica. E foi escolhido o 24 de novembro porque foi nesse dia, em 1906, que nasceu Rómulo de Carvalho, professor de Física e Química, grande responsável pela promoção do ensino de ciência e da cultura científica em Portugal.

Acontece que, para além de homem da ciência e de professor, Rómulo de Carvalho foi também um grande poeta. E como poeta ficou conhecido pelo pseudónimo de António Gedeão.

Pois bem… Nesta edição oitava de “A Cantiga é uma Arma”, vamos dedicar a nossa atenção a uma dos poemas mais conhecidos de Gedeão. Chama-se “Pedra Filosofal” e faz parte da obra “Movimento Perpétuo”, publicada em 1956.

Mas, afinal, o que é que vem a ser a “pedra filosofal”

Segundo a “Enciclopédia Significados”, “pedra filosofal é um objeto ou substância lendária com poderes incríveis, capaz de transformar qualquer metal em ouro.” Também poderia ser usada para criar o elixir da vida, “que tinha a propriedade de prolongar a vida da pessoa que o bebesse.”

Por isso é que a “pedra filosofal e os seus poderes estão relacionados com a transmutação e a vontade de criar que existe dentro de cada ser humano.”

Não admira, portanto, que o poema tenha despertado tanto interesse e, sobretudo, se tenha tornado muito popular, quando, em 1970, Manuel Freire, o musicou e interpretou.


Exaltando a força criadora do Sonho, que “é uma constante da vida” ao longo da história da Humanidade, o poema (e a canção…) lançam um fortíssimo desafio à ação, à intervenção, à capacidade da alma humana de imaginar, de antecipar, de modelar, de criar, de transformar:


        “(…) Eles não sabem, nem sonham,

        que o sonho comanda a vida,

        que sempre que um homem sonha

        o mundo pula e avança

        como bola colorida         

        entre as mãos de uma criança.” 

Pelo contexto em que se vivia, em Portugal, no início dos anos 70 do século passado, a canção rapidamente se tornou num hino e numa bandeira da resistência contra a ditadura.

Dir-se-ia que estávamos perante um grito de cidadania, que apelava, simbolicamente, à busca da “Pedra Filosofal”, capaz de transformar o país num Portugal novo, um país de Liberdade, de Democracia.

Vamos, então, ouvir – e cantar – a “Pedra Filosofal”, um poema inspirador e intemporal de Gedeão, na voz de Manuel Freire…

A Organização

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

SABER ESTUDAR

Boas razões para rever um teste


Depois da entrega de um teste devidamente corrigido por parte do professor, o processo não está concluído.

Para além da correção no grupo/ turma, importa ainda fazer uma reflexão pessoal sobre os motivos que levaram a que uma ou outra questão não tivesse sido respondida. E sobre as respostas erradas ou incompletas…

Para te orientar, partilhamos um documento da autoria da professora Isabel Gonçalves: “Razões para rever um teste”.

Biblioteca Escolar

terça-feira, 28 de novembro de 2023

Joana Luísa Matos ajuda crianças 

a vencer o medo

A escritora e médica dentista Joana Luísa Matos visitou as Escolas Básicas de Crasto e de Entre Ambos-os-Rios, onde dinamizou sessões com as crianças da Educação Pré-escolar e do 1.º ano de escolaridade.

Partindo da sua mais recente obra, “Os Dentuças – A Patrulha do Bem”, a autora manteve uma conversa muito próxima e interessante com os mais novos, ajudando-os a reforçarem a autoconfiança e a ultrapassarem os seus múltiplos receios.

A interação gerada ao longo das sessões serviu ainda para a convidada chamar a atenção para um conjunto de comportamentos saudáveis, ao nível da higiene oral.

Fazendo apelo à imaginação e à riqueza sugestiva das ilustrações do livro, da autoria de Nuno Alexandre Vieira, Joana Luísa Matos orientou ainda uma viagem fantástica com a Patrulha do Bem, ao encontro da Fada dos Dentes e dos duendes, com o objetivo de ajudar as crianças a vencer o monstro do medo.

Como é habitual, esta ação – que foi organizada pela Biblioteca Escolar, em articulação com os Departamentos da Educação Pré-escolar e do 1.º Ciclo – aconteceu no âmbito da parceria que o Agrupamento mantém, há vários anos, com as edições Opera Omnia.

Em jeito de preparação para este “À Conversa com…”, a Biblioteca Escolar proporcionou a cada uma das turmas envolvidas uma leitura expressiva da obra, procurando favorecer o gosto pelo mundo do maravilhoso, através do contacto com o livro e a leitura, porque assim se constrói uma “Escola a Ler”!

Biblioteca Escolar

quinta-feira, 23 de novembro de 2023

A CANTIGA É UMA ARMA

48 anos do “25 de Novembro”: “Força, força, companheiro Vasco”

A dois dias de se assinalar 48 anos do “25 de Novembro de 1975”, o apontamento “A Cantiga é uma Arma” recua no tempo e recorda o ambiente revolucionário que então se viveu em Portugal.

Falamos do Verão Quente de 75 e do PREC – Processo Revolucionário em Curso, um período durante o qual foi muito popular a canção desta semana, “Força, força, companheiro Vasco”, interpretada por Maria do Amparo e Carlos Alberto Moniz.  

Eis o contexto…

A seguir ao “25 de Abril”, especialmente ao longo de 1975, Portugal regista grande agitação social, política e militar.

São tempos muito turbulentos, marcados por manifestações, saneamentos, ocupações de empresas e de explorações agrícolas, nacionalizações de diversos setores estratégicos, vários governos provisórios, por um cerco à Assembleia da República, que impediu, durante dois dias, os deputados de saírem do Parlamento, e até por confrontos militares.

O país vive uma radicalização política, com confrontos entre os que pretendiam prosseguir a Revolução com o MFA (depois da “intentona” do “11 de Março” de 1975 designado Conselho da Revolução), incluindo-se aqui os quatro governos provisórios liderados por Vasco Gonçalves (“gonçalvismo”), e os que entendiam que o caminho se devia fazer com os partidos políticos sufragados em eleições.

Toda esta tensão atinge o auge a 25 de novembro de 1975, já lá vão 48 anos. Setores da esquerda radical tentam um Golpe de Estado, que acaba por ser frustrado pelos militares que se encontravam com o moderado “Grupo dos Nove”, apoiados por um plano militar liderado por Ramalho Eanes.

Clarificada a situação, abre-se caminho para a realização de eleições democráticas que, a 25 de abril de 1976, dão maioria aos partidos moderados.

Ao longo de 1975, dir-se-ia que a Revolução se espalhou pelas ruas, pelas empresas, pelos campos.

É o chamado Verão Quente ou PREC, isto é, Processo Revolucionário em Curso…, durante o qual foi muito popular a canção desta semana, “Força, força, companheiro Vasco”, que exalta Vasco Gonçalves e as medidas que então havia tomado como primeiro-ministro de quatro governos provisórios.

A canção é o lado B do single “Daqui o Povo Não Arranca Pé!”, editado precisamente em 1975.

Vamos lá, então, recuar a 1975 e ouvir e cantar “Força, força, companheiro Vasco”,com Maria do Amparo e Carlos Alberto Moniz…

A Organização

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Júlio Borges lança desafio:

Vamos ler cinco ou dez minutos por dia?

“Experimentem começar a ler cinco ou dez minutos por dia e vão verificar que, ao fim de um mês, já conseguiram ler um ou dois livros, sem grande dificuldade, o que é fantástico.”

O desafio é de Júlio Borges e foi lançado aos alunos dos 5.º e 6.º anos da Escola Básica Diogo Bernardes, no decurso de uma conversa que teve como ponto de partida “D. Afonso Henriques: Do Sonho ao Nascimento de uma Nação”, a sua mais recente obra, que os alunos haviam trabalhado previamente, com o apoio da Biblioteca Escolar.

Numa interação permanente com o público, o autor partilhou o seu gosto pela leitura e pela escrita, apresentou os vários livros que já publicou e aos miúdos que teimam em repetir que não gostar de ler deixou um apelo.

Leiam e escrevam, todos os dias, nem que seja durante um curto período, e vão verificar que conseguem alcançar coisas fantásticas e adquirir o prazer de ler e de escrever.

Ao mesmo tempo – realçou o convidado –, estarão a desenvolver a vossa criatividade e imaginação, a alargar os vossos conhecimentos e a aprofundar a vossa capacidade de análise e de estruturação de ideias. Por outras palavras, estarão a crescer como pessoas e como cidadãos.

As sessões aconteceram no âmbito do ciclo “À conversa com…”, da responsabilidade da Biblioteca Escolar, e resultam da parceria que o Agrupamento mantém com as edições Opera Omnia, tendo em vista o aprofundamento da competência leitora, mediante a promoção de um ambiente amigo do livro e da leitura.

Biblioteca Escolar

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

A CANTIGA É UMA ARMA

“Canta, canta, amigo, canta”

A caminho dos 50 anos do “25 de Abril”, continuamos a dar voz ao apontamento “A Cantiga é uma Arma”.

Semana a semana, recuperamos uma canção que tenha marcado essa época de transição do Estado Novo para a Liberdade e a Democracia.

Na edição 6 desta iniciativa, vamos ao encontro de um tema que ficou no imaginário popular, antes e depois do “25 de Abril”.

Apesar de, atualmente, estar praticamente esquecida, tal como o seu autor, António Macedo, “Erguer a voz e cantar” (ou “Canta, canta, amigo, canta”) é uma canção-chave dos “filhos da madrugada”.

Nos últimos anos do Estado Novo, não havia reunião, convívio, passeio, em que não se fizesse ouvir o “canta, canta, amigo, canta, / Vem cantar a nossa canção, / Tu sozinho não és nada, / Juntos temos o mundo na mão”.

Trata-se, de facto, de uma balada considerada por muitos como um hino de resistência, que faz parte da memória coletiva, na medida em que marcou uma geração e uniu muita gente, contribuindo para o aprofundamento do espírito de luta, nos anos que antecederam a Revolução dos Cravos.

Com uma mensagem muito forte de apelo à entreajuda e à solidariedade, a canção exalta ainda o sentido cívico da participação ativa (“Erguer a voz e cantar”…, por oposição à fraqueza de quem se limita a “Viver sempre a esperar”) e semeia a esperança “dum novo dia”: “Não vás ao sabor do vento / Aprende a canção da esperança / Vem semear tempestades / Se queres colher a bonança.”

O autor deste tema emblemático é António Macedo (1946-1999), nome que se destacou pela força das suas canções e pela sua ação interventiva, antes e durante a Revolução.

Com uma discografia curta, a sua música é simples e direta, para o contexto da época, destacando-se do seu primeiro disco, de 1970, o tema "Erguer a voz e cantar", que ficou no imaginário popular antes e depois do “25 de Abril”.

O jornalista Mário Contumélias, reportando para a revista “Cinéfilo” de 6 de abril de 1974 o I Encontro da Canção Portuguesa, que se realizara a 30 de março, escrevia: “Fosse lá porque fosse, naquela noite, no Coliseu, senti-me. E isso não nos acontece todos os dias. Isso é importante!”.

“Estavam lá, não sei se já vos disse, 5 mil pessoas. Eram 10 horas, passavam 30 minutos da hora prevista para o começo do espetáculo. Cantava-se em coro ‘Canta, canta, amigo, canta’… Era assim que os 5 mil pediam que o espetáculo, também ele, começasse.”

Dir-se-ia que aquela noite, de finais de março de 1974, já fazia antever o que, umas três semanas depois, viria a acontecer….

Vamos lá, então, ouvir – e cantar – “Canta,canta, amigo, canta”, de António Macedo…

A Organização

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Educação Pré-escolar e 1.º ano participam em encontro com Joana Luísa Matos

“Os Dentuças – A Patrulha do Bem”, a mais recente obra de Joana Luísa Matos, esteve no centro de uma animada conversa que a autora manteve com as crianças da Educação Pré-escolar e do 1.º ano da Escola Básica Diogo Bernardes.

Ao longo de três sessões, a escritora, que profissionalmente é médica dentista, interagiu com os mais novos, chamando a atenção para um conjunto de comportamentos saudáveis, ao nível da higiene oral.

Fazendo apelo à imaginação e à riqueza sugestiva das ilustrações do livro, da autoria de Nuno Alexandre Vieira, Joana Luísa Matos orientou ainda uma viagem fantástica com a Patrulha do Bem, ao encontro da Fada dos Dentes e dos duendes, com o objetivo de ajudar as crianças a ganharem mais confiança e a vencerem o monstro do medo.

Como é habitual, esta ação – que foi organizada pela Biblioteca Escolar, em articulação com os Departamentos da Educação Pré-escolar e do 1.º Ciclo – aconteceu no âmbito da parceria que o Agrupamento mantém, há vários anos, com as edições Opera Omnia.

Em jeito de preparação dos encontros, a Biblioteca Escolar proporcionou a cada uma das catorze turmas envolvidas uma leitura expressiva da obra, procurando favorecer o gosto pelo mundo fantástico, através do contacto com o livro e a leitura, porque assim se constrói uma “Escola Ler”!

No dia 27, a autora está de volta ao Agrupamento, para visitar as crianças das Escolas Básicas de Crasto e de Entre Ambos-os-Rios.

Biblioteca Escolar