Hino à “força desmedida da Mulher afegã”
Na crónica desta semana, Maria Miranda resgata
do esquecimento uma tragédia e escreve um verdadeiro hino à “força desmedida da
Mulher afegã”.
Deixa ainda uma pergunta: Como é possível “a
Humanidade, impávida e serena, silenciar e pactuar com os talibãs e outros
fanáticos/ fanatismos?!..., aniquiladores da liberdade, melhor dizendo, da
Dignidade do ser humano, em geral, e da mulher/ Mulher, em particular?"
"Aliem-se à Luta!... Eu já estou a caminho!!!"
Um Mundo Novo… Nascerá!... – Mullah Noruddin Turabi, um dos fundadores do
movimento talibã e um dos membros mais conservadores do grupo, surge, enquanto
líder, determinado a ativar punições/ atrocidades extremas.
Este alto responsável talibã deixa um aviso à
comunidade Internacional: – " Ninguém nos vai dizer quais devem ser as
nossas leis, seguiremos o Islão e faremos as nossas leis sobre o Alcorão", palavras desafiadoras,
dignas de combate arrojado, congregador de mãos unidas, a falar numa só Voz – a
da condenação e combate prementes…
Na verdade, como pode a Humanidade, impávida e
serena, silenciar e pactuar com os talibãs e outros fanáticos/ fanatismos?!...,
aniquiladores da liberdade, melhor dizendo, da Dignidade do ser humano, em
geral, e da mulher/ Mulher, em particular, impondo-lhe códigos de vestuário
obrigatório e, mais grave, ainda, negando-lhe, titanicamente, o acesso ao
emprego e à educação. Assim, privada dos muitos direitos que lhe estão
consignados, incluindo o do trabalho, condicionador da sua autonomia financeira,
vê-se afastada da vida pública, privada da educação, do emprego, da saúde,
melhor dizendo, da Vida Pessoal e Social. Consequentemente, ei-la dependente de
membros da família do sexo masculino e, o mais grave, condenada ao sofrimento
silencioso e devorador, entre outras circunstâncias, o de “uso” e abuso
doméstico.
Enaltecedor aos olhos dos que se dignam cidadãos,
é a capacidade enérgica com que, não muitas, contudo, algumas delas, ávidas de
inverter a marcha da anulação e adulação feminina, elevam a voz do protesto,
ecoando, bem alto, a defesa dos seus direitos e, o mais curioso, depois de os
talibãs assumirem o controlo de Cabul e de grande parte do país, numa postura
de titãs. Grave, grave… é que, enquanto isso, caminha o Mundo, sem ação de
combate, parece-me, a lamentar, quase só, adiando a urgência de atuar…
Prometiam os americanos, juntamente, com os
seus comparsas, um Afeganistão renovado e emancipado, mais justo, enfim,
Novo!!! Tudo foi eclipsado. A própria chama da redenção apocalíptica, augurada,
ofuscou-se. Por isso, vivamos a acreditar no seu esplendor, a acontecer com a
força desmedida da Mulher afegã e de tantas outras que, Humanidade-fora, acendem
o facho da esperança de um Mundo Melhor, antes de tudo, digno de Ser e do seu Ser,
a acontecer, quando o Homem quiser, Ontem, Hoje, Amanhã. Tudo adiado?!... Mesmo
assim, fico à espera, negando a sombra, mas, inversamente, de olhos postos na
Luz que, Acredito, reinará. Aliem-se à Luta!... Eu já estou a caminho!!!
Maria Miranda, 10.º ano.