No devido tempo e na “quantidade” certa
Há temas que dividem opiniões e a sua abordagem está longe
de reunir consensos. Daí que Manuel Ribeiro não hesite em afirmar que “devem
ser ensinados às crianças e aos jovens, mas no devido tempo e na ‘quantidade’
certa para que as consequências não se tornem indesejáveis.
Uma crónica para ler e pensar…
No devido tempo e na “quantidade” certa – Hoje em dia, a liberdade e a igualdade de direitos tendem
a ser a base da educação, não só na escola como na sociedade. Por isso,
coloca-se a questão, será que os alunos, especialmente os mais novos, terão de
tomar conhecimento de atrocidades cometidas no passado, como a escravatura, a
perseguição de homossexuais e a perseguição de certas religiões? Ou terão de
tomar conhecimento das diferentes formas de orientação sexual?
Na minha opinião, a resposta não pode ser, de todo, linear. Pessoas
diferentes e opiniões diversas fazem parte do mundo em que vivemos; contudo, a
abordagem de certos temas deverá ser feita com cuidado. Por exemplo, na minha
perspetiva, o racismo não se combate com manifestações, raiva ou revolta, mas,
sim, com convívio, amizade e, essencialmente, integração, não forçada, mas
natural.
Por outro lado, será que é essencial ensinar aos miúdos mais
novos a existência de todas as orientações sexuais? Eu penso que não, porque
uma criança de dez anos não tem maturidade suficiente para saber qual a sua
orientação sexual ou com que género se identifica. Atenção, não defendo que a
educação sexual e as orientações sexuais não façam parte do ensino, apenas o
comento porque já vi muita gente a defender essa prática dirigida a estudantes
mais novos.
Relativamente ao racismo, considero que, atualmente, a nossa
educação aborda-o na “dose” certa. Muita gente acha que o racismo tem de ser
mais falado na escola e que devia estar ainda mais presente no ensino dos
alunos. Não sou dessa opinião, porque nos deparamos com manifestações antirracismo
todos os dias, tanto na televisão como nas redes sociais e até em alguns
partidos políticos. O antirracismo começou também a ser usado como forma de
publicidade e de criação de boa imagem, mas este excesso de manifestação pode
causar o efeito contrário daquilo que originalmente era pretendido, podendo
fazer com que as pessoas fiquem saturadas de tais temas e comecem a desenvolver
raiva contra eles, de tal modo que a tentativa de solução acaba por aumentar o
problema.
Assim sendo, concluo que os mais diversos temas devem ser
ensinados às crianças e aos jovens, mas no devido tempo e na “quantidade” certa,
para que as consequências não se tornem indesejáveis.
Manuel Ribeiro, 12.º ano.
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