segunda-feira, 1 de novembro de 2021

OPINIÕES DE SEGUNDA

 No devido tempo e na “quantidade” certa

Há temas que dividem opiniões e a sua abordagem está longe de reunir consensos. Daí que Manuel Ribeiro não hesite em afirmar que “devem ser ensinados às crianças e aos jovens, mas no devido tempo e na ‘quantidade’ certa para que as consequências não se tornem indesejáveis.

Uma crónica para ler e pensar…

"(...) Diversos temas devem ser ensinados 
no devido tempo e na 'quantidade' certa."
 

No devido tempo e na “quantidade” certa – Hoje em dia, a liberdade e a igualdade de direitos tendem a ser a base da educação, não só na escola como na sociedade. Por isso, coloca-se a questão, será que os alunos, especialmente os mais novos, terão de tomar conhecimento de atrocidades cometidas no passado, como a escravatura, a perseguição de homossexuais e a perseguição de certas religiões? Ou terão de tomar conhecimento das diferentes formas de orientação sexual?

Na minha opinião, a resposta não pode ser, de todo, linear. Pessoas diferentes e opiniões diversas fazem parte do mundo em que vivemos; contudo, a abordagem de certos temas deverá ser feita com cuidado. Por exemplo, na minha perspetiva, o racismo não se combate com manifestações, raiva ou revolta, mas, sim, com convívio, amizade e, essencialmente, integração, não forçada, mas natural.

Por outro lado, será que é essencial ensinar aos miúdos mais novos a existência de todas as orientações sexuais? Eu penso que não, porque uma criança de dez anos não tem maturidade suficiente para saber qual a sua orientação sexual ou com que género se identifica. Atenção, não defendo que a educação sexual e as orientações sexuais não façam parte do ensino, apenas o comento porque já vi muita gente a defender essa prática dirigida a estudantes mais novos.

Relativamente ao racismo, considero que, atualmente, a nossa educação aborda-o na “dose” certa. Muita gente acha que o racismo tem de ser mais falado na escola e que devia estar ainda mais presente no ensino dos alunos. Não sou dessa opinião, porque nos deparamos com manifestações antirracismo todos os dias, tanto na televisão como nas redes sociais e até em alguns partidos políticos. O antirracismo começou também a ser usado como forma de publicidade e de criação de boa imagem, mas este excesso de manifestação pode causar o efeito contrário daquilo que originalmente era pretendido, podendo fazer com que as pessoas fiquem saturadas de tais temas e comecem a desenvolver raiva contra eles, de tal modo que a tentativa de solução acaba por aumentar o problema.

Assim sendo, concluo que os mais diversos temas devem ser ensinados às crianças e aos jovens, mas no devido tempo e na “quantidade” certa, para que as consequências não se tornem indesejáveis.

Manuel Ribeiro, 12.º ano.

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