segunda-feira, 15 de novembro de 2021

OPINIÕES DE SEGUNDA

Hino à “força desmedida da Mulher afegã”

Na crónica desta semana, Maria Miranda resgata do esquecimento uma tragédia e escreve um verdadeiro hino à “força desmedida da Mulher afegã”.

Deixa ainda uma pergunta: Como é possível “a Humanidade, impávida e serena, silenciar e pactuar com os talibãs e outros fanáticos/ fanatismos?!..., aniquiladores da liberdade, melhor dizendo, da Dignidade do ser humano, em geral, e da mulher/ Mulher, em particular?" 

"Aliem-se à Luta!... Eu já estou a caminho!!!"

Um Mundo Novo… Nascerá!... – Mullah Noruddin Turabi, um dos fundadores do movimento talibã e um dos membros mais conservadores do grupo, surge, enquanto líder, determinado a ativar punições/ atrocidades extremas.

Este alto responsável talibã deixa um aviso à comunidade Internacional: – " Ninguém nos vai dizer quais devem ser as nossas leis, seguiremos o Islão e faremos as nossas leis sobre o Alcorão", palavras desafiadoras, dignas de combate arrojado, congregador de mãos unidas, a falar numa só Voz – a da condenação e combate prementes…

Na verdade, como pode a Humanidade, impávida e serena, silenciar e pactuar com os talibãs e outros fanáticos/ fanatismos?!..., aniquiladores da liberdade, melhor dizendo, da Dignidade do ser humano, em geral, e da mulher/ Mulher, em particular, impondo-lhe códigos de vestuário obrigatório e, mais grave, ainda, negando-lhe, titanicamente, o acesso ao emprego e à educação. Assim, privada dos muitos direitos que lhe estão consignados, incluindo o do trabalho, condicionador da sua autonomia financeira, vê-se afastada da vida pública, privada da educação, do emprego, da saúde, melhor dizendo, da Vida Pessoal e Social. Consequentemente, ei-la dependente de membros da família do sexo masculino e, o mais grave, condenada ao sofrimento silencioso e devorador, entre outras circunstâncias, o de “uso” e abuso doméstico.

Enaltecedor aos olhos dos que se dignam cidadãos, é a capacidade enérgica com que, não muitas, contudo, algumas delas, ávidas de inverter a marcha da anulação e adulação feminina, elevam a voz do protesto, ecoando, bem alto, a defesa dos seus direitos e, o mais curioso, depois de os talibãs assumirem o controlo de Cabul e de grande parte do país, numa postura de titãs. Grave, grave… é que, enquanto isso, caminha o Mundo, sem ação de combate, parece-me, a lamentar, quase só, adiando a urgência de atuar…

Prometiam os americanos, juntamente, com os seus comparsas, um Afeganistão renovado e emancipado, mais justo, enfim, Novo!!! Tudo foi eclipsado. A própria chama da redenção apocalíptica, augurada, ofuscou-se. Por isso, vivamos a acreditar no seu esplendor, a acontecer com a força desmedida da Mulher afegã e de tantas outras que, Humanidade-fora, acendem o facho da esperança de um Mundo Melhor, antes de tudo, digno de Ser e do seu Ser, a acontecer, quando o Homem quiser, Ontem, Hoje, Amanhã. Tudo adiado?!... Mesmo assim, fico à espera, negando a sombra, mas, inversamente, de olhos postos na Luz que, Acredito, reinará. Aliem-se à Luta!... Eu já estou a caminho!!!

 Maria Miranda, 10.º ano.

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