segunda-feira, 22 de novembro de 2021

OPINIÕES DE SEGUNDA

Viajar a nossa alma

Na crónica desta semana, Rita Zamith propõe uma viagem. Uma viagem pelo universo do “eu” e à descoberta do mundo do “outro”.

Tudo isto “para nos conhecermos com a ajuda daquilo que nos rodeia ‘para além daquilo que está dentro de nós’, como as pessoas com quem lidamos.”

Então, boa viagem!

Mudança do processo de autodescobrimento durante as viagens

Viajar não é tão simples quanto parece. Não é uma questão de fazer as malas e visitar novos locais. Vai muito além disso. Deixamos para trás parte do nosso antigo “eu” e construímos uma nova peça que faltava para nos conhecermos com a ajuda daquilo que nos rodeia “para além daquilo que está dentro de nós”, como as pessoas com quem lidamos.

O mundo é demasiado grande para o conhecermos na íntegra. Portanto, penso que cada um de nós o perceciona da forma que lhe foi apresentado, conforme a cultura onde nasceu e tudo o que construímos, de acordo com a nossa personalidade. Quando viajamos, é-nos mostrado outro mundo, novas facetas que nunca antes tínhamos visto, cheirado, ouvido,… sentido. Assim, creio que, a partir desse momento, as nossas imagens mentais mudam. Descobrimos outras pessoas, outros tipos de seres, aos quais não estávamos acostumados e, quando fazemos uma autoanálise acerca do nosso próprio ser, apercebemo-nos de que está diferente, está mudado. Mas o mais relevante é que, enquanto fazemos esta autorreflexão, concluímos que nos estamos a encontrar, também, a nós mesmos. Não totalmente. Acredito que estamos num processo de autodescobrimento até ao fim dos nossos dias. Porém, encontramos mais um bocadinho de nós.

Concluo que viajar não é viajar o corpo, a vida e a mala. Acho que viajar é viajar o “eu”, a nossa alma, que descobre o outro à medida que se autodescobre.

Rita Zamith, 12.º ano

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