quinta-feira, 26 de outubro de 2023

A CANTIGA É UMA ARMA

“CANTATA DA PAZ”

Semana a semana, continuamos a celebrar os 50 anos da Revolução dos Cravos.

Até ao próximo dia 25 de Abril, a rubrica “A Cantiga é uma Arma” divulga, sábado a sábado, um poema, uma canção e histórias associadas que marcaram o ambiente cultural do nosso país, há umas cinco décadas.

São canções de intervenção, que deram vida à consciência coletiva de um povo, a caminho do fim do Estado Novo e a ensaiar os primeiros passos, em liberdade e em democracia.


Na edição desta semana de “A Cantiga é uma Arma”, falamos e ouvimos “Cantata da Paz”, um poema de Sophia de Mello Breyner, com música de Francisco Fernandes, cantada por Francisco Fanhais.


«A 31 de dezembro de 1968, cerca de 150 católicos entraram na igreja de S. Domingos, em Lisboa, e nela permaneceram durante a noite, depois de o papa Paulo VI ter decidido, no mesmo mês, que 1 de janeiro passaria a ser assinalado pela Igreja como Dia Mundial da Paz.»

Nas palavras de Rui Jorge Martins, «A iniciativa contra a guerra colonial, e de oposição ao regime ditatorial de então, foi vigiada pela polícia política, tendo terminado sem incidentes. Sophia de Mello Breyner escreveu propositadamente para essa vigília a "Cantata da Paz", que ficou conhecida pelos primeiros versos, “Vemos, ouvimos e lemos/ Não podemos ignorar”».

«Quatro anos depois, nos últimos dias de 1972, ocorreu na Capela do Rato nova vigília de protesto contra o regime, que acabou com a invasão do templo por parte da polícia. Os participantes foram levados para a esquadra e a maioria foi presa.»

Entre as pessoas detidas pela PIDE, encontravam-se vários funcionários públicos, que foram demitidos das suas funções.

Vigília na Capela do Rato (1972) - Ilustração de Sofia Cavaleiro
Francisco Fanhais e Pepe (José António) Feu a cantar a "Cantata da Paz",
na sessão evocativa dos 50 anos da Vigília na Capela do Rato. 
Foto © Cláudia Teixeira | Comissão Comemorativa 50 Anos 25.

Cantada pelo então padre Francisco Fanhais, a “Cantata da Paz” foi publicada, em 1970, no seu álbum “Canções da Cidade Nova” e, rapidamente, tornou-se num dos temas de intervenção que mais se cantaram em Portugal.

53 anos volvidos, este hino à Paz, à Liberdade, à Cidadania, continua desafiante e inspirador, a merecer sempre uma visita, mais ainda agora, com tanta guerra à nossa volta: “Vemos, ouvimos e lemos/ não podemos ignorar”…

Vamos à música!

A Organização

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

A CANTIGA É UMA ARMA

"Trova do Vento que Passa”

Até ao próximo dia 25 de Abril, altura em que se completam 50 anos da Revolução dos Cravos, continuámos a recordar, semana a semana, um poema, uma canção e histórias associadas, que nos remetem para esse importante período da nossa vida coletiva.


Na edição desta semana de “A Cantiga é uma Arma”, visitamos a “Trova do Vento que Passa”, um tema que, a partir de 1963, se transformou num verdadeiro símbolo da contestação ao regime ditatorial do Estado Novo.

“Trova do Vento que Passa” é um longo poema de 15 quadras, em redondilha maior, escrito por Manuel Alegre em 1963 e publicado dois anos mais tarde, no livro “Praça da Canção”.

A primeira e as duas últimas estrofes foram musicadas por António Portugal, dando origem a uma balada do ano de 1963, interpretada por Adriano Correia de Oliveira, no seu disco “Fados de Coimbra”.

O sucesso desta canção foi percebido três dias depois do seu lançamento, por ocasião de uma festa de caloiros da Faculdade de Medicina. Há relatos que garantem que o delírio foi de tal dimensão que Adriano Correia de Oliveira teve de a cantar três ou quatro vezes. A "Trova do Vento Que Passa" tornou-se, então, como que um hino para o meio universitário, nomeadamente o de Coimbra, e não só…

Rapidamente, transformou-se numa das principais armas de denúncia da situação do país, já mergulhado na guerra colonial, desde 1961, e um símbolo da contestação ao regime ditatorial do Estado Novo, em que a censura e a PIDE agiam com repressão e violência.

Num registo simples e com uma forte sonoridade, "Trova do Vento Que Passa" começa por falar do silêncio sombrio e da “desgraça” em que o país vive.

Mas o tom final é de esperança e de otimismo, porque “há sempre uma candeia / dentro da própria desgraça / há sempre alguém que semeia / canções no vento que passa.”

Por outras palavras, “há sempre alguém que resiste / há sempre alguém que diz não.”

“Há sempre alguém que resiste”

Para além de Adriano Correia de Oliveira, “Trova do Vento que Passa” foi igualmente cantada pelo Quarteto 1111 (1970), Tony de Matos (1977), Dr. Tavares Fortuna (1994), e Manuela Bravo (1996), entre outros.

Amália Rodrigues e Manuel Alegre

O poema de Manuel Alegre foi também interpretado por Amália Rodrigues no disco "Com Que Voz" (1970), sendo a música de Alain Oulman. Nesta versão, a única estrofe igual à de Adriano Correia de Oliveira é a primeira; no restante, a fadista seguiu a segunda, a terceira e a quarta estrofes da ordem do poema.

Vamos lá ouvir – e cantar – “Trova do Vento que Passa”, na interpretação de Adriano Correia de Oliveira e de Amália Rodrigues.

A Organização

sexta-feira, 13 de outubro de 2023

LA HISPANIDAD EN IMÁGENES        

El día 12 de octubre se enmarca como un día simbólico de gran festividad, pues se conmemora la efeméride del Descubrimiento de América y de la expansión de la lengua española.


Para nosotros, representa un día de muchos colores, de muchas tonalidades y de riqueza. No nos referimos al poderío monetario, sino a la belleza y a la intensidad de las relaciones humanas que se entrelazan y se fortalecen bajo una misma lengua.

Ese sentimiento de unión se está perdiendo. Por eso, es muy importante que no nos olvidemos de lo que nos caracteriza como seres humanos. En un tiempo teñido de sangre a causa de la incapacidad de comunicación y de relacionamiento del ser humano, hay que realzar la importancia de los valores esenciales que siguen manteniendo irrompibles los lazos: la comprensión, el respeto, la entreayuda, la solidaridad, la identidad colectiva… en resumen, la UNIÓN.

A lo largo de las próximas dos semanas, podrán visitar nuestra exposición en la biblioteca escolar.

¡Que este día transmita un mensaje de ESPERANZA y de PAZ al mundo! No existe el concepto de “RAZA”, sino de HUMANIDAD a la cual todos pertenecemos.

Los grupos y la profe de Español

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

A CAMINHO DOS 50 ANOS DO 25 DE ABRIL...

“A CANTIGA É UMA ARMA”

Até ao próximo dia 25 de abril, vamos recordar, sempre à quinta-feira, um poema, uma canção, uma história, que nos remetem para os tempos de há 50 anos e para o ambiente cultural e político que então se vivia. 


Trata-se de uma forma de começarmos a assinalar os 50 anos da Revolução dos Cravos, recuperando, ao longo dos próximos meses, 25 canções da chamada música de intervenção ou protesto, uma manifestação artística com forte cariz popular, composta com o intuito de chamar a atenção e de mobilizar para um determinado problema, seja ele de origem social, política ou económica.

Entre nós, esta arma de revolução foi muito comum nos anos 70 do século passado, durante os últimos anos da ditadura do Estado Novo e na aurora da Liberdade e da Democracia.

“Eu não sabia” e o ideal revolucionário

Iniciamos esta atividade com a canção A Cantiga é uma Arma, que tem letra e música de José Mário Branco.


Foi publicada pela primeira vez em 1975, no LP “A Cantiga é uma Arma”, do GAC (Grupo de Ação Cultural – Vozes na Luta, fundado em 1974, depois da Revolução dos Cravos, por José Mário Branco, Fausto, Afonso Dias e Tino Flores).

Apesar de publicada em 1975, a canção foi composta em 1973, quando o seu autor se encontrava exilado em Paris, para o festival dos “Jogos Florais da Imigração Portuguesa", realizado na Cartoucherie de Vincennes em Paris, com organização do jornal "O Salto" e do Movimento dos Trabalhadores Portugueses Emigrados.

Foi um enorme sucesso no festival, muito devido ao facto de a letra ter sido policopiada e colocada por debaixo dos bancos da audiência. O resultado foi que, durante a segunda repetição do refrão, já toda a sala cantava em coro a canção, tendo sido o grande sucesso da noite.

A canção acabaria por ficar em primeiro lugar no concurso musical do festival, mas o júri recusou atribuir o prémio a José Mário Branco, porque, segundo lhe disseram, «um verdadeiro revolucionário não pode utilizar a expressão “eu não sabia”», que é repetida várias vezes ao longo da canção (estas informações foram comunicadas pelo próprio José Mário Branco durante a apresentação do álbum “Inéditos 1967-1999”, na casa da Cultura de Setúbal, a 10 de novembro de 2018).

Apresentando uma mensagem política de cariz revolucionário, tornou-se num dos temas mais conhecidos do GAC, registando, ao longo dos anos, diversas versões/ interpretações.  

Vamos ouvir – e cantar – “A Cantiga é uma Arma”?

A Organização

terça-feira, 10 de outubro de 2023

Alunos do 9.º ano 

debatem métodos de estudo

Cada uma das cinco turmas do 9.º ano participou numa sessão sobre metodologias de estudo, dinamizada pelo professor bibliotecário, em articulação com as respetivas docentes de Português.


A sessão teve como objetivo educar para a autonomia e para o espírito crítico, suscitando nos alunos a apropriação de metodologias e técnicas de estudo autónomo, acompanhando-os na consolidação de competências e de hábitos de trabalho, baseados na consulta, tratamento e produção da informação.

Foi uma oportunidade para analisar/ refletir sobre uma série de situações a evitar e sobre opções a tomar quanto antes, no sentido de tornar o estudo mais rentável, favorecendo a autonomia dos alunos.

A importância de uma alimentação adequada, de descanso e de momentos de lazer, a necessidade de criar rotinas de estudo diário, com um horário fixo, e ainda a análise dos verbos de comando foram outros aspetos explorados, assim como um conjunto de recomendações práticas para tornar o trabalho mais produtivo.

No final, foi distribuída a cada aluno uma brochura intitulada “Metodologia de Estudo”, da autoria do Prof. Luís Arezes, que apresenta seis etapas para um método de estudo e elenca um conjunto de orientações para o trabalho individual.

Na página web do Agrupamento e no blogue da Biblioteca Escolar continua disponível o tutorial utilizado na dinamização da atividade (veja AQUI), um documento de apoio aos estudantes e respetivos encarregados de educação, que se vem juntar a outros documentos já anteriormente disponibilizados em linha.

O trabalho – que aconteceu no âmbito do Plano de Desenvolvimento da Melhoria das Aprendizagens do Grupo Disciplinar de Português (300) – revelou-se muito produtivo, despertando nos alunos grande interesse e um sentido de compromisso, tendo em vista a alteração de comportamentos e de atitudes e uma maior responsabilização quanto às tarefas escolares.

Biblioteca Escolar

sexta-feira, 6 de outubro de 2023

BOAS NOTÍCIAS, APESAR DE...

Jovens são quem mais lê

Fonte: Blogue RBE

Portugal continua a ser um dos países com o índice de leitura mais baixo da Europa.

Apesar das nossas fragilidades, há, contudo, alguns motivos para olhar o presente e o futuro com  otimismo:

“A verdade é que a compra, leitura e partilha de livros é agora muito comum entre os jovens, o que é extremamente positivo para o futuro da leitura.”

                                                   Pedro Sobral, Presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros

Veja aqui os resultados do estudo “Mercado do Livro e Hábitos de Compra em Portugal”,realizado pela GfK.