segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

OPINIÕES DE SEGUNDA

Uma questão de ambição

Nesta segunda-feira, em que o mundo vive uma turbulência trágica nunca vista desde a II Guerra Mundial, Bruna Mesquita fala da ambição humana. E afirma que “devemos ser ambiciosos, mas na medida certa, pois uma ambição, quando positiva, gera sucesso, tanto pessoal como profissional. Já a ambição descontrolada leva o ser humano para o fracasso e a destruir o seu mundo e o que o rodeia.”

Para ler e reler!

"(...) devemos ser ambiciosos, mas na medida certa."

Ambição humana – A meu ver, a ambição humana é um tema como qualquer outro. Nada mais é do que um desejo movido por uma vontade enorme de querer conquistar algo. E assim, como qualquer coisa na vida, tem o seu lado bom e o seu lado mau, tudo dependendo do ponto de vista de cada um.

Por um lado, há pessoas que são ambiciosas, mas de uma maneira saudável. Ou seja, há pessoas que lutam para alcançar os seus objetivos, que sonham alto, que não se contentam com pouco, muito menos com a mediocridade. É neste sentido que Fernando Pessoa  nos interpela na sua obra Mensagem, nomeadamente no poema “D. Sebastião, Rei de Portugal”, com a seguinte pergunta: “Sem a loucura que é o homem/ Mais que a besta sadia,/ Cadáver adiado que procria?” (vv. 8-10).

Sob outra perspetiva, quando a ambição se torna uma obsessão, é muito prejudicial. Por exemplo, aos níveis escolar e profissional, uma pessoa com uma ambição desmedida, sem restrições, nunca reconhece o trabalho bem feito dos seus colegas, não partilha informações, age de forma irracional, desonesta, e considera-se superior. Pessoas assim, geralmente, acabam desmascaradas, despedidas ou isoladas.

À guisa de conclusão, penso que devemos ser ambiciosos, mas na medida certa, pois uma ambição, quando positiva, gera sucesso, tanto pessoal como profissional. Já a ambição descontrolada leva o ser humano para o fracasso e a destruir o seu mundo e o que o rodeia.

Bruna Mesquita, 12.º ano.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

Oferta de fundo documental

O fundo documental da Biblioteca da Escola Secundária acaba de ser enriquecido com a doação por parte da professora Fátima Marques de um conjunto significativo de títulos.

A oferta contempla dezenas de números da revista “National Geographic” e, essencialmente, livros das classes da Literatura (8) e da Geografia e História (9).

No que a esta última área do saber diz respeito, o destaque vai para os 10 volumes da “História do Mundo”, publicada pelas “Selecções do Reader’s Digest”, e ainda para as obras “Lugares Lendários”, “Grandes Museus do Mundo: National Gallery – Washington” e “Cinemas de Portugal”.

Quanto à Literatura, os exemplares oferecidos, todos eles com encadernação requintada, incluem obras clássicas de autores portugueses, tais como Luís de Camões, Almeida Garrett, Alexandre Herculano, Camilo Castelo Branco e Júlio Dinis, e também da Literatura universal, nomeadamente, de Dante, Shakespeare, Maquiavel, Cervantes, Molière, Jonathan Swift, Goethe, Allan Poe, Charles Dickens e Alexandre Dumas.

Pela sua qualidade científica e pela riqueza da encadernação/ edição, merecem ainda referência os dois volumes da coleção “Viagens e Aventuras” (“Explorando as Profundezas” e “No Tecto do Mundo”) e “Vida Selvagem – Animais da Savana”.

À professora Fátima Marques, muito obrigado por este gesto de partilha, num exercício de cidadania ativa em prol da comunidade escolar barquense!

Biblioteca Escolar

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Um salto gigante

Há gestos simples que representam enormes conquistas, pequenos passos que significam um salto gigante na vida de uma pessoa.

O Gabriel Amorim superou medos, ultrapassou reservas, venceu resistências, e, com o apoio ativo e a empatia inspiradora de docentes e de colegas, ousou olhar uma plateia e comunicar com o público: sob a orientação da professora Gabriela Menezes, interagiu com os colegas de uma turma do 12.º ano, dando vida a um poema, que disse com expressividade.

Foram momentos de forte intensidade humanista, que ilustram a forte aposta do Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca na promoção de uma cultura institucional que valoriza a diversidade, a equidade, a inclusão, uma Escola que coloca sempre a Pessoa, cada Pessoa, em primeiro lugar.

Biblioteca Escolar

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

30 assinaturas do “Público” para alunos do Secundário aprofundarem cidadania e literacia mediática

Os alunos do Ensino Secundário passam a ter ao seu dispor, até ao final do ano letivo, 30 assinaturas digitais (individuais e não transmissíveis) grátis do jornal “Público”.

Este serviço resulta de uma candidatura recentemente apresentada pelo Plano Nacional das Artes do Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca, com o objetivo de proporcionar às turmas do Secundário oportunidades de dinamização de trabalhos, utilizando o jornal como um recurso pedagógico, e, ao mesmo tempo, o desenvolvimento de projetos que promovam a literacia dos “media”.

As 30 assinaturas vão, de facto, permitir o acesso às notícias de forma ilimitada e a conteúdos exclusivos, incentivando o compromisso cultural com a comunidade educativa e promovendo a participação, fruição e criação cultural, numa lógica de inclusão e aprendizagem.

Em tempos de desinformação e de crescente manipulação dos cidadãos, a informação credível, sustentada na verdade dos factos e em opiniões qualificadas, é um bem essencial para navegarmos nestes tempos excecionais em que vivemos, num exercício adulto de cidadania que aposta na literacia mediática e na responsabilização cultural.

Usar o jornal como recurso pedagógico, quer no consumo da informação, quer na produção dessa informação, permite dar espaço e voz aos mais jovens de modo transdisciplinar, servindo o Plano Nacional das Artes e o “Público” como agentes potenciadores de aprendizagens mais significativas, para além de oferecerem a diversificação de estratégias pedagógicas que vão ao encontro das competências preconizadas no “Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória”.

Recorde-se que este programa orientado para os estudantes comprometidos com o Plano Nacional das Artes acontece no âmbito de uma parceria estabelecida entre o Ministério da Cultura e este meio de comunicação social.

A equipa PNA | PCE

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

OPINIÕES DE SEGUNDA

A educação e a saúde mental

Para além da saúde física, são crescentes as preocupações com a saúde mental e o equilíbrio emocional das crianças e dos jovens.

Face à alegada “ditadura da felicidade”, Lucília Pereira fala de múltiplas pressões e sublinha que é “imprescindível que a escola faça uma reflexão e tome uma posição responsável sobre a saúde mental.”

“É imprescindível que a escola faça uma reflexão e tome uma posição responsável sobre a saúde mental”.

Recentemente, em Portugal, o governo limitou a venda, nas escolas públicas, de produtos considerados prejudiciais à saúde dos alunos. Discorde-se ou concorde-se com estas restrições, o certo é que existe aqui uma tentativa de entender melhor a saúde física dos jovens e crianças e os modos de a promover. No entanto, venho introduzir uma outra dimensão nesta discussão: e a saúde mental?

Não pretendo desvalorizar as medidas instituídas pelo governo, mas, sim, trazer ao debate a saúde mental e a sua relação com a educação. Isto porque, num mundo que desejamos ser mais informado, a escola não pode fugir à responsabilidade que é compreender as vivências e representações dos seus estudantes. Ou melhor, deve assumir um lugar de destaque na implementação de ações que protejam e promovam a saúde mental, não só dos alunos como também do pessoal docente, pois, infelizmente, a saúde mental ainda é um tabu na nossa sociedade.

Há quem defenda que encontramos hoje nas escolas a “ditadura da felicidade”. Estudos sobre o estado psíquico dos alunos revelam a existência de elevados níveis de ansiedade nas crianças e nos jovens de hoje. Problemas mentais mais sérios são cada vez mais e têm preocupado professores e famílias.

Procuradas as causas, a sociedade, a entidade vaga que usamos regularmente para justificar os nossos problemas, é considerada a culpada. Mas a escola também parece ter responsabilidades: é a pressão de atingir objetivos, ter boas notas, boas médias, entrar no curso superior pretendido.

Perante esta situação, e mais importante que apurar “culpados”, a prioridade deverá ser trabalhar para aligeirar a manifestação desses transtornos. A pandemia e o ensino@distância fizeram os jovens passar mais tempo em casa, agarraram-nos mais aos dispositivos digitais, deixando de conviver com os outros. Torna-se, pois, imprescindível que a escola faça uma reflexão e tome uma posição responsável sobre a saúde mental.

Apesar de serem vários os estudos e as informações relativas a este tema, apelo a uma acrescida consciencialização e valorização desta ligação entre a educação e a saúde mental, para que se identifiquem as situações nas suas fases iniciais e se promovam os tratamentos de forma atempada.

Lucília Pereira, 12.º ano.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

OPINIÕES DE SEGUNDA

A tirania da imagem

Numa sociedade eminentemente preocupada com a imagem, Silvana Silva chama a atenção para o impacto desta “tirania”, sobretudo entre os jovens.

Na sua opinião, devemos cultivar, isso sim, uma “sociedade inclusiva. (…) Devemos ser a melhor versão de nós mesmos e não o que é tido como modelo pela sociedade em que vivemos.”  

"A imagem corporal e a sua influência."

Cada sociedade cria padrões corporais de acordo com a sua cultura, valores, costumes e época, dando origem a padrões de beleza, de sensualidade, de saúde e até mesmo de postura. Estes padrões são difundidos pelos media, que têm um grande impacto nos jovens, que, consequentemente, vão idealizar os seus corpos, de acordo com as imagens exibidas. Programas de TV, filmes, séries, redes sociais, etc., apresentam modelos perfeitos: mulher branca, magra, com cabelos alisados, com roupas de alta-costura, e homem forte, com corpo esculpido por dietas e muita atividade física.

Quando entramos nas redes sociais, deparamo-nos, com frequência, com publicações de jovens a tentar atingir a tal perfeição corporal. Para isso, recorrem a inúmeras dietas, praticam desporto e modelam o corpo. Ao vermos as fotos de corpos perfeitos, nem nos apercebemos dos problemas que estes jovens podem estar a passar como resultado de todas estas dietas e do desporto excessivo.

As tentativas de atingir a imagem corporal perfeita podem ter sérias consequências, como o desenvolvimento de depressões, ansiedade, stress e distúrbios alimentares, como a anorexia e a bulimia, que, nos casos mais graves, podem até levar à morte.

E o responsável por tudo isto é a sociedade em que vivemos, ou seja, somos todos nós. Podemos afirmar que todos os corpos são perfeitos e que não valorizamos a adesão aos padrões de beleza, podemos dizer o que quisermos, mas todos nós, enquanto sociedade, não agimos de acordo com as nossas palavras. Temos, por vezes, atitudes que podem parecer inofensivas, mas que têm um enorme impacto na forma de agir do outro. Um comentário menos correto sobre a aparência do outro pode criar inseguranças e colocar o seu bem-estar em perigo.

É por isso que defendo uma sociedade inclusiva, uma sociedade que aceita as diferenças e a diversidade. Devemos ser a melhor versão de nós mesmos e não o que é tido como modelo pela sociedade em que vivemos.

Silvana Silva, 12.º ano.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Alunos do 4.º ano celebram Dia da Internet + Segura

Os alunos do 4.º ano do Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca assinalaram o Dia da Internet + Segura (8 de fevereiro), participando numa sessão dinamizada pelo Grupo de Informática.

Organizada pela Biblioteca Escolar, a atividade desenvolveu-se na Escola Básica Diogo Bernardes e ainda nas Básicas de Crasto e de Entre Ambos-os-Rios e teve como objetivos centrais a formação para o uso seguro, saudável e consciente da internet e o desenvolvimento de competências de cidadania digital.

Na EB Diogo Bernardes, esteve o professor António Galvão, que orientou o trabalho com as três turmas do 4.º ano, enquanto o professor Carlos Seco visitou a EB de Crasto e o professor Jorge Rocha desenvolveu a atividade na EB de Entre Ambos-os-Rios. Cada um à sua maneira sensibilizou os participantes para os cuidados a ter quando se navega nesta enorme rede global que é a internet.

Entre as múltiplas temáticas da cidadania digital, exploraram a questão da literacia da informação e a necessidade de avaliar a veracidade e a fiabilidade das fontes, tratando sempre de as indicar em nome do respeito pelos direitos de autor, sem nunca deixar qualquer margem para o crime do plágio e para a pirataria.

Os perigos da internet, nomeadamente os cuidados a ter com os dados pessoais, a pegada digital, a instalação de programas, os riscos viciantes dos jogos e o cyberbullying foram outros aspetos analisados.

A terminar, ficou ainda a mensagem de que “o veneno está na dose”, numa clara alusão à necessidade de evitar passar demasiado tempo diante do ecrã e de, em vez disso, investir numa gestão equilibrada do tempo, com espaço também para as atividades ao ar livre.

A Organização

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

OPINIÕES DE SEGUNDA

Deixem-me seguir o meu caminho

Os desafios são imensos e a pressão é uma constante, nomeadamente na vida escolar. “E se não formos essas pessoas bem sucedidas?”.

Daí o apelo de Hélder Baptista: “queridos adultos, (…) deixem-nos ser aquilo que queremos, aquilo que sempre sonhamos, não nos obriguem, por vezes, a tomar decisões que não queremos, pois para vocês pode ser certo, mas para nós, não, e quem sofrerá com isso seremos nós no futuro.”

"O futuro inicia-se na juventude."

Ser jovem nos dias de hoje não é tarefa fácil, contrariamente ao que os adultos teimam em afirmar.

É verdade que temos mais do que é essencial, é verdade que nos encontramos na era digital que abre as gavetas, as janelas e as portas de todos os saberes. E, por isto, os adultos que têm a nossa educação nas mãos, pais e professores, sentem-se no direito de nos exigir mais e melhor, sabendo que por vezes não o conseguimos.

Para não frustrarmos estas expectativas, incutidas desde muito cedo, perdemos o tempo de ser criança e ganhamos umas quantas preocupações. E se não formos essas pessoas bem sucedidas? Que futuro é que nos aguarda? Lançam-nos estas inquietações sob o pretexto de que querem o melhor para nós. Não duvidamos. Mas, ilustres adultos, os tempos são outros, contudo as apoquentações inerentes ao processo de crescimento são as mesmas. Como podem ter esquecido?

É decisiva a vossa presença nesta passagem de jovem para adulto, mas também é necessário que haja margem para decidirmos quem queremos ser, o que queremos ser e que mundo queremos ter na mão. Mesmo assim, não resisto a dizer o quanto os adultos, principalmente os nossos pais, se esmeram a querer decidir por nós, a atrofiar a nossa autonomia em relação a quase tudo.

Se a nossa escolha não é a vossa, não significa que seja um erro. É apenas um caminho diferente que todos vós, adultos, estais convidados a pisar e a ajudar-nos, mas, para isso, é necessário que nos respeitem e que nos deixem tomar decisões que são nossas.

Por isso, queridos adultos, deixem-nos, como jovens, ainda que sob a vossa presença amiga e protectora; deixem-nos voar, alcançar o céu, alcançar objetivos que traçamos desde pequenos com o sonho de sermos isto ou aquilo, deixem-nos ser aquilo que queremos, aquilo que sempre sonhamos, não nos obriguem, por vezes, a tomar decisões que não queremos, pois para vocês pode ser certo, mas para nós, não, e quem sofrerá com isso seremos nós no futuro.

Concluindo, enquanto jovens temos a tarefa árdua de decidir o que queremos fazer da vida. É verdade que o devemos fazer com determinação, responsabilidade e empenho, condições imprescindíveis ao nosso sucesso, que começa a ser o progresso do mundo, e à felicidade que, no fundo, é a de todos nós!

                                                                              Hélder Baptista, 12.º ano.