segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

OPINIÕES DE SEGUNDA

Deixem-me seguir o meu caminho

Os desafios são imensos e a pressão é uma constante, nomeadamente na vida escolar. “E se não formos essas pessoas bem sucedidas?”.

Daí o apelo de Hélder Baptista: “queridos adultos, (…) deixem-nos ser aquilo que queremos, aquilo que sempre sonhamos, não nos obriguem, por vezes, a tomar decisões que não queremos, pois para vocês pode ser certo, mas para nós, não, e quem sofrerá com isso seremos nós no futuro.”

"O futuro inicia-se na juventude."

Ser jovem nos dias de hoje não é tarefa fácil, contrariamente ao que os adultos teimam em afirmar.

É verdade que temos mais do que é essencial, é verdade que nos encontramos na era digital que abre as gavetas, as janelas e as portas de todos os saberes. E, por isto, os adultos que têm a nossa educação nas mãos, pais e professores, sentem-se no direito de nos exigir mais e melhor, sabendo que por vezes não o conseguimos.

Para não frustrarmos estas expectativas, incutidas desde muito cedo, perdemos o tempo de ser criança e ganhamos umas quantas preocupações. E se não formos essas pessoas bem sucedidas? Que futuro é que nos aguarda? Lançam-nos estas inquietações sob o pretexto de que querem o melhor para nós. Não duvidamos. Mas, ilustres adultos, os tempos são outros, contudo as apoquentações inerentes ao processo de crescimento são as mesmas. Como podem ter esquecido?

É decisiva a vossa presença nesta passagem de jovem para adulto, mas também é necessário que haja margem para decidirmos quem queremos ser, o que queremos ser e que mundo queremos ter na mão. Mesmo assim, não resisto a dizer o quanto os adultos, principalmente os nossos pais, se esmeram a querer decidir por nós, a atrofiar a nossa autonomia em relação a quase tudo.

Se a nossa escolha não é a vossa, não significa que seja um erro. É apenas um caminho diferente que todos vós, adultos, estais convidados a pisar e a ajudar-nos, mas, para isso, é necessário que nos respeitem e que nos deixem tomar decisões que são nossas.

Por isso, queridos adultos, deixem-nos, como jovens, ainda que sob a vossa presença amiga e protectora; deixem-nos voar, alcançar o céu, alcançar objetivos que traçamos desde pequenos com o sonho de sermos isto ou aquilo, deixem-nos ser aquilo que queremos, aquilo que sempre sonhamos, não nos obriguem, por vezes, a tomar decisões que não queremos, pois para vocês pode ser certo, mas para nós, não, e quem sofrerá com isso seremos nós no futuro.

Concluindo, enquanto jovens temos a tarefa árdua de decidir o que queremos fazer da vida. É verdade que o devemos fazer com determinação, responsabilidade e empenho, condições imprescindíveis ao nosso sucesso, que começa a ser o progresso do mundo, e à felicidade que, no fundo, é a de todos nós!

                                                                              Hélder Baptista, 12.º ano. 

Sem comentários:

Enviar um comentário