Deixem-me seguir o meu
caminho
Os desafios são imensos e a pressão é uma constante,
nomeadamente na vida escolar. “E se não formos essas pessoas bem sucedidas?”.
Daí o apelo de Hélder Baptista: “queridos adultos, (…)
deixem-nos ser aquilo que queremos, aquilo que sempre sonhamos, não nos
obriguem, por vezes, a tomar decisões que não queremos, pois para vocês pode
ser certo, mas para nós, não, e quem sofrerá com isso seremos nós no futuro.”
"O futuro inicia-se na juventude." |
Ser jovem nos dias de hoje não é tarefa fácil,
contrariamente ao que os adultos teimam em afirmar.
É verdade que temos mais do que é essencial, é
verdade que nos encontramos na era digital que abre as gavetas, as janelas e as
portas de todos os saberes. E, por isto, os adultos que têm a nossa educação
nas mãos, pais e professores, sentem-se no direito de nos exigir mais e melhor,
sabendo que por vezes não o conseguimos.
Para não frustrarmos estas expectativas, incutidas
desde muito cedo, perdemos o tempo de ser criança e ganhamos umas quantas
preocupações. E se não formos essas pessoas bem sucedidas? Que futuro é que nos
aguarda? Lançam-nos estas inquietações sob o pretexto de que querem o melhor
para nós. Não duvidamos. Mas, ilustres adultos, os tempos são outros, contudo
as apoquentações inerentes ao processo de crescimento são as mesmas. Como podem
ter esquecido?
É decisiva a vossa presença nesta passagem de jovem
para adulto, mas também é necessário que haja margem para decidirmos quem
queremos ser, o que queremos ser e que mundo queremos ter na mão. Mesmo assim,
não resisto a dizer o quanto os adultos, principalmente os nossos pais, se
esmeram a querer decidir por nós, a atrofiar a nossa autonomia em relação a
quase tudo.
Se a nossa escolha não é a vossa, não significa que
seja um erro. É apenas um caminho diferente que todos vós, adultos, estais
convidados a pisar e a ajudar-nos, mas, para isso, é necessário que nos
respeitem e que nos deixem tomar decisões que são nossas.
Por isso, queridos adultos, deixem-nos, como
jovens, ainda que sob a vossa presença amiga e protectora; deixem-nos voar,
alcançar o céu, alcançar objetivos que traçamos desde pequenos com o sonho de
sermos isto ou aquilo, deixem-nos ser aquilo que queremos, aquilo que sempre
sonhamos, não nos obriguem, por vezes, a tomar decisões que não queremos, pois
para vocês pode ser certo, mas para nós, não, e quem sofrerá com isso seremos
nós no futuro.
Concluindo, enquanto jovens temos a tarefa árdua de
decidir o que queremos fazer da vida. É verdade que o devemos fazer com
determinação, responsabilidade e empenho, condições imprescindíveis ao nosso
sucesso, que começa a ser o progresso do mundo, e à felicidade que, no fundo, é
a de todos nós!
Hélder Baptista, 12.º ano.
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