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sábado, 30 de março de 2024
sexta-feira, 22 de março de 2024
DIA MUNDIAL DA POESIA
Sarau de Poesia celebra
os valores de
Abril
Os
valores de Abril deram vida ao Sarau que, assinalando o Dia Mundial da Poesia,
tratou de celebrar Abril e as portas que Abril abriu.
A
sessão aconteceu no Auditório Municipal, que se revelou demasiado pequeno, tal
a afluência de alunos, encarregados de educação e familiares em geral, e também
de professores e de outros membros da comunidade educativa.
Numa
iniciativa da Biblioteca Escolar e do Projeto Cultural do Agrupamento, em
articulação com o Grupo de Português e os Pelouros da Educação e Cultura da
Câmara Municipal, o Sarau Poético foi uma verdadeira Festa da Palavra, em que a
leitura e a música se conjugaram harmoniosamente, dando aos participantes a
oportunidade de partilhar as suas emoções e de aprofundar a reflexão sobre as
conquistas de Abril, nomeadamente a Liberdade e a Cidadania.
De
uma forma abrangente, alunos do 1.º Ciclo ao 12.º ano de várias escolas do
Agrupamento e ainda familiares e professores fizeram questão de dar voz à
Palavra feita música e Poesia, celebrando a criatividade, a inspiração poética
e os valores de uma sociedade democrática.
Nas
suas mensagens, tanto o Dr. Soares Alves, Subdiretor do Agrupamento, como o Dr.
José Alfredo Oliveira, Vice-presidente da Câmara Municipal, felicitaram os
participantes na iniciativa, assim como os seus organizadores, enaltecendo o
poder da Palavra e chamando a atenção para a necessidade de cuidar a Democracia
e a Liberdade.
Biblioteca Escolar
50 ANOS DO 25 DE ABRIL
A Liberdade é como um cravo:
precisa
de ser cuidada para não morrer
“A Liberdade pode não durar para sempre. Ela é
como um cravo, precisa de ser cuidada e regada, todos os dias, para não murchar
e morrer”.
A
mensagem foi transmitida por Rui Ramos, no decorrer de uma sessão que dinamizou
para os alunos dos 2.º, 3.º e 4.º anos das EB de Crasto e de Entre
Ambos-os-Rios.
Inspirado
na obra “Miguel e Kiko no 25 de Abril, de Gisela Silva e ilustrações de Susana
Lima, o ator e contador de histórias proporcionou uma animada e interativa teatralização
sobre os valores de Abril.
Sempre
num registo divertido e muito próximo, Rui Ramos conduziu os mais novos por um
interessante vigem no tempo, ilustrando as condições de vida e a repressão da
ditadura e da PIDE, antes do 25 de Abril, o processo revolucionário e a alegria
da chegada da Liberdade, há 50 anos, e o desafio cívico de continuarmos a zelar
por este precioso património, que a Revolução dos Cravos nos ofereceu.
As duas sessões – que complementaram as que já
haviam sido realizadas, uma semana antes, com Inácia Cruz, para os colegas da
EB Diogo Bernardes – inserem-se no âmbito do programa comemorativo dos 50 anos
do 25 de Abril, que o Agrupamento está a implementar.
Os encontros com os dois contadores de histórias
foram devidamente preparados, num trabalho articulado entre os docentes
titulares e a Biblioteca Escolar, que, na hora do conto, fez para cada uma das
turmas a leitura expressiva da obra, com uma abordagem reflexiva das grandes
conquistas de Abril.
Biblioteca
Escolar
quinta-feira, 21 de março de 2024
A CANTIGA É UMA ARMA
“Eu vim de longe, eu vou p'ra longe” (1982)
Em 1982, oito anos depois do fim do seu exílio em
Paris, José Mário Branco publicou “Ser Solidário”, um duplo álbum original que
navega entre o fado e o jazz, entre a canção francesa e a moda popular.
Uma das canções em destaque no disco, sobretudo
pelo profundo significado da letra, é “Eu vim de longe, eu vou pr’a longe”.
Sete anos depois do fim do Processo Revolucionário
Em Curso (PREC), que agitou Portugal, o artista interpreta um sentido
testemunho de desilusão, ou melhor, de “derrota”, mas também de esperança, face
ao curso dos acontecimentos, entre abril de 1974 e novembro de 1975:
“Quando a nossa festa se estragou
E o mês de Novembro se vingou
Eu olhei p'ra ti
E então eu entendi
Foi um sonho lindo que acabou
Houve aqui alguém que se enganou”.
Profundamente desiludido, ou “derrotado”, com o
rumo dos acontecimentos, o artista deixa, no entanto, uma mensagem final de
otimismo e de esperança:
“Quando finalmente eu quis saber
Se inda vale a pena tanto qu'rer
Eu olhei p'ra ti
E então eu entendi
É um lindo sonho p'ra viver
Quando toda a gente assim quiser.
(…) São a parte
que eu posso prever
Do que a minha gente vai fazer”.
A história da produção do álbum “Ser Solidário”
merece, aliás, uma referência. Não conseguindo o apoio de nenhuma editora
nacional para o publicar, José Mário Branco optou por apresentar as canções em
formato espetáculo, no Teatro Aberto, em Lisboa.
As apresentações ao vivo, que se prolongaram no
tempo, sempre esgotadas, foram aproveitadas para distribuir um cheque-disco
pelo público, que serviria como pré-financiamento para a edição do álbum, numa
pioneira estratégia pioneira de “crowdfunding”.
O famoso tema “FMI” era parte integrante do
espetáculo “Ser Solidário”. Gravado numa das exibições, foi publicado em
formato maxi single em 1982 e oferecido juntamente com o LP “Ser
Solidário”, apresentando a mensagem de que, "por determinação expressa do
autor, ficava proibida a audição pública parcial ou total da obra."
Independentemente do posicionamento que cada
cidadão possa ter face ao curso da Revolução dos Cravos, “Eu vim de longe, eu
vou pr’a longe” tornou-se uma canção emblemática, com o seu refrão a fazer
parte do imaginário nacional.
Vamos, então, ouvir – e cantar – “Eu vim de longe, eu vou pr’a longe”, com José Mário Branco…
É uma interpretação no “Programa Vozes de Abril” da
RTP, realizado ao vivo no Coliseu dos Recreios em 2008, no âmbito das
comemorações do 25 de Abril.
A Organização
terça-feira, 19 de março de 2024
quinta-feira, 14 de março de 2024
A CANTIGA É UMA ARMA
“Uns vão bem e outros mal”
A
pouco mais de um mês da passagem dos 50 anos do 25 de Abril, a edição desta
semana de “A Cantiga é uma Arma” recupera uma canção de 1977.
Chama-se
“Uns vão bem e outros mal” e foi escrita, composta e interpretada por Fausto, um
dos grandes cantautores da música popular portuguesa.
Lançada
em 1977, em pleno refluxo revolucionário, a canção faz parte do disco
“Madrugada dos Trapeiros”, um título bem sugestivo e até provocatório.
Pouco
anos depois da Revolução dos Cravos, o ideário de Abril é objeto de reflexão
nesta cantiga, com particular destaque para um dos eixos prioritários da ação
do Movimento das Formas Armadas – o “D”, de Desenvolvimento.
Num
registo intemporal, Fausto fala, da “crise da habitação”, da emigração, fala “de
velhas casas vazias”, de “tanta gente sem trabalho, não tem pão nem tem
sardinha e nem tem onde morar” – “E assim se faz Portugal, uns vão bem e outros
mal”.
Face
a todas estas fragilidades e disfunções sociais, o grito cívico de cantautor
deixa uma pergunta: “E como pode outro alguém, tendo interesses tão diferentes,
governar trabalhadores, se aquele que vive bem, vivendo dos seus serventes, tem
diferentes valores?”.
É
por isso que, na roda da vida, o baile dos trabalhadores bate ao ritmo do
tambor: “Não queremos cá opressores, se estivermos bem juntinhos, vai-se embora
o mandador, vai-se embora o mandador.”
Pouco
anos depois da Revolução dos Cravos, o sonho revolucionário de uma sociedade
livre e democrática, que valoriza a justiça social e o direito de todos a bens
essenciais, é, assim, questionado e objeto de síntese num verso emblemático,
que se repete ao longo da cantiga: “E assim se faz Portugal, uns vão bem e
outros mal”.
Vamos,
então, ouvir – e cantar – este grito de cidadania de Fausto, em 1977: “Uns vão bem e outros mal”…
A Organização
terça-feira, 12 de março de 2024
A CAMINHO DOS 50 ANOS DO 25 DE ABRIL
Teatralização para os mais novos celebra
os valores de Abril
Os valores de Abril estiveram no centro de uma
animada teatralização dinamizada pela atriz Inácia Cruz para os alunos dos 2.º,
3.º e 4.º anos da Escola Básica Diogo Bernardes.
Inspirada na obra “Miguel e Kiko no 25 de Abril”,
de Gisela Silva e ilustração de Susana Lima, selecionada para o concurso de
leitura, a convidada envolveu os mais pequenos numa viagem que os levou a
conhecer o antes, o momento histórico da conquista da Liberdade e o depois da
Revolução dos Cravos.
Sempre num registo vivo e dinâmico, em que os
alunos se tornaram intervenientes na ação, Inácia Cruz deixou a terminar uma
mensagem muito forte, em termos de cidadania proativa: “A Liberdade é um bem
precioso que devemos guardar no coração e ter sempre no pensamento, lutando por
ele”.
As três sessões realizadas no auditório da Escola
Secundária inserem-se no âmbito do programa comemorativo dos 50 anos do 25 de
Abril, que o Agrupamento está a implementar.
No próximo dia 20 de março é a vez de o ator Rui
Ramos visitar as Escolas Básicas de Crasto e de Entre Ambos-os-Rios, para aí
desenvolver idêntico trabalho.
Biblioteca Escolar
sexta-feira, 8 de março de 2024
NO DIA INTERNACIONAL DA MULHER
A mulher não é só casa,
mulher-loiça, mulher-cama,
ela é também mulher-asa,
mulher-força, mulher-chama,
E é preciso dizer
dessa antiga condição
a mulher soube trazer
a cabeça e o coração.
Trouxe a fábrica ao seu lar
e ordenado à cozinha
e impôs a trabalhar
a razão que sempre tinha.
Trabalho não só de parto,
mas também de construção
para um filho crescer farto,
para um filho crescer são.
A posse vai-se acabar
no tempo da liberdade,
o que importa é saber estar
juntos em pé de igualdade.
Desde que as coisas se tornem
naquilo que a gente quer,
é igual dizer meu homem
ou dizer minha mulher.
José Carlos Ary dos Santos
Inácia Cruz teatraliza “Miguel e Kiko
no 25 de Abril”
Na próxima segunda-feira, a atriz Inácia Cruz dinamiza
teatralizações para os alunos dos 2º, 3º e 4º anos da Escola Básica Diogo
Bernardes, inspiradas na obra “Miguel e Kiko no 25 de Abril”, de Gisela Silva e
ilustração de Susana Lima, edição Opera Omnia.
As três sessões vão acontecer no auditório da
Escola Secundária e inserem-se no âmbito do programa comemorativo dos 50 anos
do 25 de Abril, que o Agrupamento está a implementar.
No dia 20 de março será a vez de o ator Rui Ramos
visitar as Escolas Básicas de Crasto e de Entre Ambos-os-Rios, para aí
desenvolver idêntico trabalho.
As sessões estão a ser devidamente preparadas,
num trabalho articulado entre os docentes titulares e a Biblioteca Escolar,
que, na hora do conto, fez para cada uma das turmas a leitura expressiva da
obra, com uma abordagem reflexiva das grandes conquistas de Abril.
Biblioteca
Escolar
quinta-feira, 7 de março de 2024
A CANTIGA É UMA ARMA
SOMOS LIVRES
Na ressaca do 25 de
Abril, a atriz Ermelinda Duarte escreveu e interpretou a cantiga “Somos Livres”,
na peça “Lisboa 72-74”, em exibição no Teatro Vasco Santana,
na altura em funcionamento num edifício situado na Feira Popular.
Depois de a ouvir,
Mário Martins, da editora “Valentim de Carvalho”, convidou-a para a editar em
disco, e José Cid produziu o single.
Também
conhecida como “Uma gaivota voava, voava”, a canção celebra a liberdade
conquistada, tendo sido, pelo seu simbolismo, um dos temas mais populares a
seguir à queda da ditadura do Estado Novo e ao fim da censura, tornando-se um
dos maiores ícones dos anos que se seguiram ao 25 de Abril.
“Somos
livres” ficou imortalizada como uma das canções da Revolução dos Cravos,
continuando, ao longo dos anos, a ser cantada nas escolas e por toda a parte, tal
a simplicidade e a beleza da sua mensagem:
“Uma
gaivota voava, voava,
Asas
de vento,
Coração
de mar.
Como
ela, somos livres,
Somos
livres de voar.”
Para
além de um hino à liberdade acabada de conquistar, a cantiga faz ainda
referência ao fim do pesadelo da Guerra Colonial que atormentara uma geração de
jovens, entre 1961 e 1974/75:
“Uma
criança dizia, dizia
“quando
for grande
Não
vou combater”.
Como
ela, somos livres,
Somos
livres de dizer.”
“Somos
livres” é também uma canção com o olhar virado para o futuro, sempre com a
consciência de que a liberdade é uma conquista inacabada:
“Somos
um povo que cerra fileiras,
Parte
à conquista
Do
pão e da paz.
Somos
livres, somos livres,
Não
voltaremos atrás.”
Nos 50
anos do 25 de Abril, vamos, então, ouvir – e cantar “Somos livres”, com Ermelinda Duarte…
A Organização