quinta-feira, 7 de março de 2024

A CANTIGA É UMA ARMA

SOMOS LIVRES

Na ressaca do 25 de Abril, a atriz Ermelinda Duarte escreveu e interpretou a cantiga “Somos Livres”, na peça “Lisboa 72-74”, em exibição no Teatro Vasco Santana, na altura em funcionamento num edifício situado na Feira Popular.

Depois de a ouvir, Mário Martins, da editora “Valentim de Carvalho”, convidou-a para a editar em disco, e José Cid produziu o single

Também conhecida como “Uma gaivota voava, voava”, a canção celebra a liberdade conquistada, tendo sido, pelo seu simbolismo, um dos temas mais populares a seguir à queda da ditadura do Estado Novo e ao fim da censura, tornando-se um dos maiores ícones dos anos que se seguiram ao 25 de Abril.

“Somos livres” ficou imortalizada como uma das canções da Revolução dos Cravos, continuando, ao longo dos anos, a ser cantada nas escolas e por toda a parte, tal a simplicidade e a beleza da sua mensagem:

“Uma gaivota voava, voava,

Asas de vento,

Coração de mar.

Como ela, somos livres,

Somos livres de voar.”

Para além de um hino à liberdade acabada de conquistar, a cantiga faz ainda referência ao fim do pesadelo da Guerra Colonial que atormentara uma geração de jovens, entre 1961 e 1974/75:

“Uma criança dizia, dizia

“quando for grande

Não vou combater”.

Como ela, somos livres,

Somos livres de dizer.”

“Somos livres” é também uma canção com o olhar virado para o futuro, sempre com a consciência de que a liberdade é uma conquista inacabada:

“Somos um povo que cerra fileiras,

Parte à conquista

Do pão e da paz.

Somos livres, somos livres,

Não voltaremos atrás.”

Nos 50 anos do 25 de Abril, vamos, então, ouvir – e cantar “Somos livres”, com Ermelinda Duarte…

A Organização

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