quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

A CANTIGA É UMA ARMA

"VENCEREMOS"

As canções mobilizam uma comunidade, porque a cantiga é uma arma, ajudando as pessoas a entusiasmar-se por causas e a acreditar que podem vir aí dias de esperança e de exaltação.

Foi assim antes do 25 de Abril e continuou a ser assim, nos tempos que se seguiram à Revolução dos Cravos, em que o fervor revolucionário saiu à rua.

É neste contexto que, esta semana, partilhamos a canção “Venceremos”, de Samuel, um tema que veio a público, em 1975, fazendo parte do álbum “De Pé Pela Revolução”, uma edição do próprio autor.

Trata-se da versão portuguesa de "Venceremos", hino de campanha presencial de Salvador Allende, no Chile, em 1970, a exemplo, aliás, do que acontecera com o tema “O Povo Unido jamais será vencido”, que Luís Cília editou em 1974.

Ambas as canções remetem para o ambiente político no Chile, antes do golpe de estado que, em 1973, depôs Salvador Allende. 

Num tom glorioso e triunfante, canta-se a certeza de um novo tempo, ergue-se o grito da vitória em que “mil cadeias haverá que romper” e “a miséria saberemos vencer”:

“Em cada recanto da pátria

Já se ergue o clamor popular

Anunciando a nova alvorada

E o povocomeçaa cantar”.

Um ano depois da Revolução dos Cravos, é neste ambiente festivo de esperança na “nova alvorada” que se canta, em Portugal, seguros de que cobriremos estas terras de glória, “Todos juntos seremos a história / Que o povo irá construir”.

Vamos, então, recuar a 1975 e ouvir – e cantar – “Venceremos”, com Samuel…

A Organização

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