A Biblioteca Escolar deseja
BOAS FESTAS
Ferramenta de divulgação interativa das atividades da BE e de promoção das literacias...
"LIBERDADE"
Em
plena quadra natalícia e quatro dias depois da celebração dos 75 anos da proclamação,
pela Assembleia Geral das Nações Unidas, da “Declaração Universal dos Direitos
Humanos” (10/12/1948), a edição desta semana de “A Cantiga é uma Arma” dedica a
sua atenção a um tema clássico – “Liberdade”, de Sérgio Godinho.
Editada
alguns meses depois da Revolução dos Cravos, esta canção de intervenção faz
parte do disco “À Queima-Roupa”, tendo-se afirmado, rapidamente, como um dos
temas mais conhecidos do cancioneiro revolucionário do pós “25 de Abril”.
Depois
de mais de quatro décadas de ditadura, com a Revolução de Abril sentia-se a
aurora esperada de um tempo novo, o país vivia “O dia inicial inteiro e limpo /
Onde emergimos da noite e do silêncio / E livres habitamos a substância do
tempo”, como escreveu Sophia de Mello Breyner Andresen.
Conquistado
o sonho da Liberdade, impunha-se, então, a urgência política de passar à
realidade. E, neste contexto, o refrão da canção torna-se emblemático, inspirando
a mudança de mentalidades e a transformação social:
“Só
há liberdade a sério quando houver
A
paz, o pão,
Habitação,
saúde,
educação
Só
há liberdade a sério quando houver
Liberdade
de mudar e decidir
quando
pertencer ao povo o que o povo produzir.”
Eis
o resumo de uma das grandes aspirações da Revolução, que nos convoca para um
dos três famosos “D”, que
constituíam os propósitos centrais no programa político do MFA: Democracia,
Descolonização e… Desenvolvimento.
Um
desenvolvimento traduzido, antes de mais, na garantia dos direitos fundamentais
do ser humano, consagrados e protegidos numa sociedade democrática.
Quase cinco
décadas depois, a mensagem de “Liberdade” – uma canção que é
considerada como uma espécie de “proto rap” – continua atual, tantos são
os desafios dos nossos dias, ao nível da paz, do pão, da habitação,
da saúde, da educação.
Mais do que palavras de ordem, continuam
necessidades prementes no mundo e também em Portugal, um país que está a
caminho dos 50 anos do “25 de Abril”.
Vamos, então, ouvir – e cantar –
“Liberdade”, com Sérgio Godinho…, um tema cujo refrão é um slogan inesquecível
que o próprio autor descreve como “um grafiti posto em rock”.
Sarau de Poesia celebra espírito natalício
Um grupo alargado de alunos do 1.º Ciclo e ainda
algumas crianças da Educação Pré-escolar deram voz a um Sarau de Poesia que
celebrou o espírito da quadra festiva que estamos a viver.
Promovido pela Biblioteca Escolar, o Sarau decorreu na
BE da Escola Básica Diogo Bernardes, contando também com a presença de colegas,
professores e de alguns encarregados de educação.
Em sintonia, todos deram voz ao encanto da Palavra
feita musicalidade, ritmo, Poesia. Todos exercitaram a fluência leitora em voz
alta e em público e aprofundaram a interação Escola/ Família.
Em suma, todos disseram e sentiram a riqueza e a
beleza da Arte, celebrando o Natal e trabalhando na construção de uma “Escola a
Ler”.
Biblioteca Escolar
Entrega dos prémios do Concurso de Leitura
Os três melhores desempenhos em cada um dos cinco escalões do Concurso
de Leitura 2022/2023 receberam os respetivos prémios, no decorrer de uma sessão
que aconteceu no âmbito da programação da Feira do Livro do Município.
Com o patrocínio da Câmara Municipal de Ponte da Barca, o prémio
traduziu-se na entrega de um cheque-livro que os contemplados aplicaram na
aquisição de obras à sua escolha, disponíveis na Feira, que esteve patente ao
público na Praça da República.
A sessão contou com a presença do Diretor do Agrupamento e da Vereadora
da Educação e Cultura, professores e educadoras, assistentes operacionais,
familiares e, como é óbvio, dos próprios premiados.
Nas suas intervenções, tanto o Diretor, Carlos Louro, como a autarca,
Rosa Maria Arezes, enalteceram o trabalho realizado, felicitando os galardoados,
assim como as respetivas famílias e a escola, na pessoa dos professores.
Os premiados
Organizado em cinco escalões, o concurso 2022/2023 trabalhou, na
Educação Pré-escolar, o livro “Poemas para Brincar e Pensar”, de Isabel Pereira
Santos, tendo sido apurados os seguintes resultados: crianças finalistas da EB
Diogo Bernardes, turma B da EB de Crasto e turma A da EB de Entre
Ambos-os-Rios.
No escalão do 1.º Ciclo (“Os Três Desejos”, de Júlio Borges), os
premiados foram Sophie Miculis de Souza, do 4.º ano da EB Diogo Bernardes,
Mariana Martins Freitas, do 4.º ano da EB de Entre Ambos-os-Rios, e Maria João
Araújo, também do 4.º ano da EB de Crasto.
No 2.º Ciclo (“O Menino-Estrela”, de Oscar Wilde), os três melhores
desempenhos foram conseguidos, respetivamente, por Tomás Dias Veloso, Joana
Paço Gomes e Diogo Sousa Gonçalves, todos do 5.º ano.
Finalmente, no Secundário (“O Acontecimento”, da Prémio Nobel Annie
Ernaux), as vencedoras foram três jovens do 12.º ano, atualmente já a
frequentar o Ensino Superior: José Pedro Cerqueira, Inês Sofia Batista Bago e
Mariana Rafaela Sousa da Silva.
A mobilização para a atividade e a qualidade dos desempenhos dos
participantes constituem um bom indicador do impacto positivo da estratégia em
curso, tendo em vista o reforço da construção de uma “Escola a Ler”.
Recorde-se que o Concurso de Leitura é uma atividade já com um longo
percurso, que resulta de um trabalho conjunto dos Departamentos da Educação
Pré-escolar, do 1.º Ciclo e de Línguas, em articulação com a Biblioteca Escolar
e a Biblioteca Municipal.
A Organização
Promoção
das Literacias em Saúde Oral e da Leitura
As
crianças da Educação Pré-escolar e do 1.º Ciclo do Agrupamento de Escolas de
Ponte da Barca participaram em mais um ciclo de sessões de promoção da higiene
e saúde orais.
A
ação envolveu as 27 salas/turmas a funcionar nas Escolas Básicas Diogo
Bernardes, em Ponte da Barca, de Crasto e de Entre Ambos-os-Rios e foi
dinamizada pela Biblioteca Escolar, em articulação com a equipa de Saúde
Escolar da UCC de Ponte da Barca e ainda a Unidade de Saúde Pública do Alto
Minho (ULSAM).
Com
o objetivo da promoção transversal da higiene e saúde orais, da autoestima,
bem-estar e saúde mental positiva, e também do gosto pelo livro e pela leitura,
o trabalho conheceu um primeiro momento com a Biblioteca Escolar a dinamizar a
leitura expressiva das estórias “Pedro e a Pasta de Dentes” e “Amigas
Inseparáveis”, da autoria dos 3.º A e 3.º B da EB Diogo Bernardes, no último ano
letivo, sob a orientação das professoras titulares Anabela Canossa e Emília
Pinto, e que constam do livro digital “SOBE + NA BARCA”, que a BE editou.
Seguiu-se
uma animada conversa de educação para a saúde oral, com a enfermeira
Alexandrina Rodrigues, da equipa de Saúde Escolar da UCC de Ponte da Barca, a
interagir com os miúdos acerca dos cuidados para manter “dentes fortes,
saudáveis e bonitos”.
Ao
mesmo tempo, aconteceu também a aplicação de verniz de flúor às crianças da
Educação Pré-escolar, pela Higienista Oral Ângela Ferreira, da Unidade de Saúde
Pública do Alto Minho.
O
interesse e envolvimento dos miúdos nas atividades constitui um excelente
indicador quanto ao seu compromisso na adoção de comportamentos amigos da saúde
oral.
Biblioteca Escolar
“Portugal
Resiste”
Na
edição desta semana de “A Cantiga é uma Arma”, visitamos um cantor sem grande
visibilidade pública nos tempos que correm, mas que é considerado um dos
primeiros, ou mesmo o primeiro músico de intervenção.
Num
artigo no jornal “Público” (10/09/2020), Nuno Pacheco não tem qualquer dúvida,
considerando que “o canto de exílio português tem um pioneiro e o seu nome é
Luís Cília”.
De
facto, não é possível falar sobre exílio e canções de protesto sem mencionar Luís
Cília, um compositor e intérprete nascido em Angola, mas que veio para Portugal
em 1959, para prosseguir os seus estudos.
Cinco
anos depois, em 1964, acabaria por se exilar em Paris, apenas regressando uma
década mais tarde, a 30 de abril de 1974, no avião em que vieram também umas
quatro dezenas de exilados políticos, entre outros, Álvaro Cunhal e José Mário
Branco.
Neste
período de 10 anos, realizou recitais junto das comunidades emigrantes dos
“bidonvilles” parisienses e em quase todos os países da Europa, denunciando a
guerra colonial e a falta de Liberdade no nosso país. Na altura, os seus discos
entravam em Portugal, clandestinamente, e animavam os convívios da Resistência.
No
ano em que Luís Cília chega a Paris, 1964, chega também à capital francesa
Manuel Alegre. Numa entrevista a João Céu e Silva, publicada no “Diário de
Notícias” (22/02/2018), Cília recorda que conheceu o poeta e resistente
antifascista “num café do Quartier Latin” e que, de seguida, foram “para o
quartinho onde eu vivia, num sétimo andar no Boulevard Sebastopol, onde ele ia
dizendo os poemas e eu musicava.”
E
assim nasce o seu primeiro disco, “Portugal-Angola: Chants de Lutte” (1964),
uma gravação que em boa medida é facilitada pela amizade que, entretanto, havia
travado com a cantora Collete Magny, que o encaminhou para a famosa editora
Chant du Monde.
Trata-se
de um disco que é uma afirmação da Liberdade e um protesto veemente contra a
guerra colonial. A canção “Exílio”, cuja letra é da autoria de Manuel Alegre,
fala por si:
Venho
dizer-vos que não tenho medo,
A
verdade é mais forte do que as algemas,
Venho
dizer-vos que não há degredo
Quando
se traz a alma cheia de poemas.
Pode
ser uma ilha ou uma prisão,
Em
qualquer lado eu estou presente,
Tomo
o navio da canção
E vou direto ao coração de toda a gente.
No
ano seguinte, em 1965, Luís Cília publica novo álbum, "Portugal
Resiste". Com música simples, acompanhando a voz com apenas o som de uma
guitarra tocada pelo próprio cantor, esta canção com o mesmo nome do disco
tornar-se-ia um tema emblemático de combate contra a opressão, a repressão, a
guerra colonial, a ditadura.
Vamos,
então, ouvir – e cantar – “Portugal Resiste”, um poema de Manuel Alegre, musicado e interpretado por Luís Cília…
A Organização
Autora
entusiasma os mais novos para o fascínio da leitura
Um
grupo de alunos do 2.º Ciclo, que integram o Clube de Leitura da EB Diogo
Bernardes, participou numa sessão com Joana Luísa Matos.
Aproveitando
a visita da escritora ao Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca, para
dinamizar encontros com a Educação Pré-escolar e o 1.º ano, os discentes
mostraram interesse em conhecer e conversar com a autora de “As Cinco Ânforas
de Ouro” (2015), uma obra que tinha despertado grande interesse entre os
leitores.
Foi
uma tertúlia emocionante que andou à volta da importância dos cinco valores
centrais trabalhados no livro: a amizade, a solidariedade, a esperança, o
trabalho e o amor.
Num
registo espontâneo e muito próximo, os alunos fizeram perguntas e verbalizaram
experiências e sonhos, ambiente a que Joana Luísa Matos correspondeu com a
partilha do seu percurso de vida, seja como leitora, seja como criadora/
escritora, seja como profissional da área da saúde.
A
mensagem final foi de que, com trabalho persistente e com paixão/ amor, as
coisas tornam-se mais fáceis e os sonhos mais ousados podem mesmo virar
realidade.
Esta
ação – que foi organizada pela Biblioteca Escolar – aconteceu no âmbito da
parceria que o Agrupamento mantém com as edições Opera Omnia, com o objetivo de
favorecer o gosto pelo livro e pela leitura.