Decidir quem queremos ser
Nos tempos que correm,
são inúmeras as pressões que os jovens sentem. Nas palavras da Ana Catarina Gomes,
parece que “só os melhores é que serão gente, só os melhores é que terão o
mundo na mão…”
E, no entanto, há muitos
outros caminhos, igualmente válidos. Daí o seu alerta: “é necessário que haja
margem para decidirmos quem queremos ser, que mundo queremos ter na mão.”
Decidir quem queremos ser – Ser jovem nos dias de hoje não é tarefa fácil, contrariamente ao que os adultos teimam em afirmar.
É verdade que temos mais
do que é essencial; é verdade que nos encontramos na era digital que abre as
gavetas, as janelas e as portas de todos os saberes. E, por isto, os adultos
que têm a nossa educação nas mãos, pais e professores, sentem-se no direito de
nos exigir mais e melhor, a excelência é a meta a atingir. Na verdade, só os
melhores é que serão gente, só os melhores é que terão o mundo na mão…
Para não frustrarmos
estas expectativas, incutidas desde muito cedo, perdemos o tempo de ser criança
e ganhamos umas quantas preocupações. E se não formos essas pessoas bem-sucedidas?
Que futuro é que nos aguarda? Lançam-nos estas inquietações sob o pretexto de
que querem o melhor para nós. Não duvidamos. Só que, ilustres adultos, os
tempos são outros, mas as apoquentações inerentes ao processo de crescimento
são as mesmas. Como podem ter esquecido? Todos vós já calçastes estes
sapatos!
É decisiva a vossa presença
nesta passagem de jovem para adulto, mas também é necessário que haja margem
para decidirmos quem queremos ser, que mundo queremos ter na mão.
Se a nossa escolha não é
a vossa, não significa que seja um erro, é apenas um caminho diferente que
todos vós, adultos, estais convidados a pisar, a iluminar.
Por isso, caros adultos,
deixem-nos, como jovens, ainda que sob o vosso olhar/ presença amiga,
protetora, acalentadora, voar…
Ana Catarina
Gomes, 11.º ano.
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