Celebrar Abril!
No dia em que se assinala o 48.º
aniversário da Revolução dos Cravos, Rita Vilela evoca a “opressão e a pobreza
extrema” dos tempos do Estado Novo e canta a “Revolução que deu asas a Portugal
para reconquistar a dignidade e a liberdade perdidas.”
Eis o canto de uma jovem à “Revolução que
reclamou a dignidade, a saúde, a educação, o tomar nas mãos o destino das
nossas vidas. (…) O 25 de abril!”
"(...) A ressuscitação chegou com um cravo vermelho ao peito." |
Felizmente, nasci muito depois do Estado
Novo, muito depois do país salazarista sufocado pela opressão e pobreza
extrema. Tempos marcados pela clausura, mais tarde derrotada pela Revolução que
deu asas a Portugal para reconquistar a dignidade e a liberdade perdidas.
Antes do que viria a ser o 25 de abril
de 1974, viviam-se momentos de terror e angústia testemunhados por aqueles que
resistiram ao caos de um país censurado e acorrentado ao fascismo e à ditadura.
Desde os testemunhos das crianças e adolescentes que viram a PIDE matar e
espancar inocentes, aos testemunhos das mulheres, mães e esposas obedientes que
aprenderam a ler às escondidas e rezavam oprimidas e aos testemunhos dos
homens, jovens, maridos e pais ausentes, obrigados a ir para a guerra sofrer e
ver os companheiros morrer.
Corações atropelados pela tormenta de um país em ruínas,
onde os dias demoravam a passar e eram invadidos pelo negrume de uma vida de
submissão e guerra. Era viver do pouco que a vida dava e do único prato cheio
do dia, a esperança que aquecia as almas cansadas, mesmo sem certezas do que
estaria por vir. A esperança de dias melhores.
Aquela que viria a ser a ressuscitação chegou com um cravo
vermelho ao peito. Levantaram-se as vozes recalcadas, cantou-se a liberdade e
viu-se renascer das cinzas o país. A Revolução que reclamou a dignidade, a
saúde, a educação, o tomar nas mãos o destino das nossas vidas. A libertação do
povo escravizado, exaurido e torturado.
O mudar de vida dos Portugueses…
O 25 de abril!
Rita Vilela, 12.º ano.
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