segunda-feira, 18 de abril de 2022

OPINIÕES DE SEGUNDA

Nascer para conviver

Os problemas da solidão e o seu impacto na estabilidade emocional continuam na ordem do dia. Mais ainda agora, na sequência da pandemia…

Nesta segunda-feira pascal, Sara Parente retoma o tema, sublinhando que a solidão “é um problema muito sério que deve ser cada vez mais falado e valorizado, pois o ser humano não nasceu para se sentir sozinho, nasceu para conviver e para amar e ser amado.”

"(...) O ser humano nasce para conviver."

Nos dias que correm, a solidão tem vindo a assumir novas formas que merecem uma reflexão especial, até porque, cada vez mais, as pessoas sentem-se sós, em diversas circunstâncias.

Em primeiro lugar, é importante distinguir o “sentir-se só” de “estar ou viver sozinho”. Estas expressões não têm o mesmo significado, pois o “sentir-se só” é quando a pessoa sente que não pertence a um lugar, é quando, mesmo estando com alguém, nos sentimos perdidos e isolados, sem qualquer tipo de comunicação, partilha e cumplicidade.

Por sua vez, “estar sozinho” é quando nós mesmos optamos por viver assim, seja pelo motivo que for, já que eu posso estar ou viver sozinha, mas não me sentir só, se é esta situação que eu pretendo para mim e que me preenche, em determinado momento da minha vida.

Por outro lado, a solidão é subjetiva e é assim que ela tem de ser compreendida. Quantas vezes, uma pessoa pode estar rodeada por outras pessoas e, mesmo assim, sentir-se só, porque a solidão é algo que se vive quando não estamos bem a nível psicológico e quando sentimos um vazio que nada nem ninguém consegue preencher. E, quando alguém entra neste estado, é frequente tentar aliviar a sua dor e problemas refugiando-se em substâncias prejudiciais para a saúde, tais como o álcool, o tabaco, as drogas.

É muito importante reconhecer os perigos da solidão, uma vez que não é nada bom uma pessoa sentir-se só, sentir que não pertence a um lugar, sentir que não é útil ou querido. A solidão não tem estatuto, pode afetar qualquer um e, por isso, é um problema muito sério que deve ser cada vez mais falado e valorizado, pois o ser humano não nasceu para se sentir sozinho, nasceu para conviver e para amar e ser amado.

Sara Parente, 12.º ano.

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