terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Celebrando os 500 anos da descoberta                do Estreito de Magalhães

No passado dia 28 de novembro, assinalou-se uma data memorável para Ponte da Barca e para a Humanidade.

Há precisamente 500 anos, Fernão de Magalhães e a sua Armada das Molucas conseguiam concretizar o sonho: a 28 de novembro de 1520, a armada entrou, novamente, no mar aberto, navegando já num outro oceano, “para lá do fim do mundo”. Estava descoberta a passagem do Oceano Atlântico para o outro mar, o então chamado Mar do Sul.

Diz-se que as lágrimas escorreram pelo rosto de Magalhães…

Monumento ao navegador:
Praça Fernão de Magalhães - Ponte da Barca

Depois de sete semanas épicas, a explorar quase 600 quilómetros labirínticos e assustadores, em condições meteorológicas extremas.

Depois de sete semanas aflitivas, desafiando medos e enfrentando o desconhecido, a ponto de uma das naus, a “Santo António”, ter desertado, a 8 de novembro…

Depois de sete semanas de tempestade, surge a bonança e as condições náuticas que encontram são tão favoráveis que ao navegador só ocorre um nome para o novo mar – chama-lhe Oceano Pacífico.

E à passagem acabado de descobrir, dando novos mundos ao mundo, “por mares nunca de antes navegados” (Camões), atribui a designação de Canal de Todos-os-Santos. Depressa, porém, os cartógrafos tratam de lhe dar o nome que ficaria para a posteridade, imortalizando o seu descobridor – é o Estreito de Magalhães. 

Ainda têm grandes desafios para ultrapassar. Como o da travessia, pela primeira vez e à primeira tentativa, da imensidão do Oceano Pacífico, até chegarem às longínquas ilhas a que chamam de São Lázaro e que, uns anos depois, seriam designadas de Filipinas. Mas já está conseguida a primeira grande descoberta da mais extraordinária aventura marítima da história e da ciência, que se tornaria “A Primeira Viagem ao redor do Mundo” (António Pigafetta) em continuidade.

A viagem mais revolucionária, que provaria em navegação a esfericidade da Terra, já afirmada teoricamente por Pitágoras, há dois mil anos.

A viagem que revelaria à Humanidade, de uma forma experimental, a verdadeira dimensão global do planeta que habitamos e que alteraria, para sempre, os limites do conhecimento e redesenharia o “mapa mundi” que ainda hoje usamos.

A viagem que conseguiu unir todos os oceanos e provar pela experiência que estes se alargam por uma maior extensão, circundando os continentes.

A viagem que abriu horizontes para uma notável herança científica, cultural, civilizacional, para um valioso património universal.

Foi há 500 anos! Sob a liderança de Fernão de Magalhães, o mentor e capitão-geral da expedição marítima mais revolucionária da História da Humanidade. Sob a liderança de um herói que tem as suas raízes na antiga Terra da Nóbrega e em São Martinho de Paço Vedro de Magalhães, freguesia-sede da Casa-mãe da linhagem dos Magalhães, cujo sangue lhe corria nas veias.

500 anos de história e de glória, que alimentam esta memória, que hoje recordamos, isto é, oferecemos, de novo, com o coração.

Fernão de Magalhães: um herói à escala global, que uniu povos e abraçou continentes. De Ponte da Barca para o mundo!

Luís Arezes 

Sem comentários:

Enviar um comentário