Celebrando os 500 anos da descoberta do Estreito de Magalhães
No passado dia 28 de novembro, assinalou-se uma data memorável para Ponte da Barca e para a Humanidade.
Há precisamente 500 anos, Fernão de Magalhães e a sua Armada das Molucas conseguiam concretizar o sonho: a 28 de novembro de 1520, a armada entrou, novamente, no mar aberto, navegando já num outro oceano, “para lá do fim do mundo”. Estava descoberta a passagem do Oceano Atlântico para o outro mar, o então chamado Mar do Sul.
Diz-se que as lágrimas escorreram pelo rosto de Magalhães…
Monumento ao navegador: Praça Fernão de Magalhães - Ponte da Barca |
Depois de sete semanas épicas, a explorar quase 600 quilómetros
labirínticos e assustadores, em condições meteorológicas extremas.
Depois de sete semanas aflitivas, desafiando medos e enfrentando o
desconhecido, a ponto de uma das naus, a “Santo António”, ter desertado, a 8 de
novembro…
Depois de sete semanas de tempestade, surge a bonança e as condições
náuticas que encontram são tão favoráveis que ao navegador só ocorre um nome
para o novo mar – chama-lhe Oceano Pacífico.
E à passagem acabado de descobrir, dando novos mundos ao mundo, “por mares nunca de antes navegados” (Camões), atribui a
designação de Canal de Todos-os-Santos. Depressa, porém, os cartógrafos tratam
de lhe dar o nome que ficaria para a posteridade, imortalizando o seu
descobridor – é o Estreito de Magalhães.
Ainda têm grandes desafios para ultrapassar. Como o da travessia, pela
primeira vez e à primeira tentativa, da imensidão do Oceano Pacífico, até
chegarem às longínquas ilhas a que chamam de São Lázaro e que, uns anos depois,
seriam designadas de Filipinas. Mas já está conseguida a primeira grande
descoberta da mais extraordinária aventura marítima da história e da ciência,
que se tornaria “A Primeira Viagem ao
redor do Mundo” (António Pigafetta) em continuidade.
A viagem mais revolucionária, que provaria em navegação a esfericidade da
Terra, já afirmada teoricamente por Pitágoras, há dois mil anos.
A viagem que revelaria à Humanidade, de uma forma experimental, a
verdadeira dimensão global do planeta que habitamos e que alteraria, para
sempre, os limites do conhecimento e redesenharia o “mapa mundi” que ainda hoje
usamos.
A viagem que conseguiu unir todos os oceanos e provar pela experiência que
estes se alargam por uma maior extensão, circundando os continentes.
A viagem que abriu horizontes para uma notável herança científica,
cultural, civilizacional, para um valioso património universal.
Foi há 500 anos! Sob a liderança de Fernão de Magalhães, o mentor e
capitão-geral da expedição marítima mais revolucionária da História da
Humanidade. Sob a liderança de um herói que tem as suas raízes na antiga Terra
da Nóbrega e em São Martinho de Paço Vedro de Magalhães, freguesia-sede da
Casa-mãe da linhagem dos Magalhães, cujo sangue lhe corria nas veias.
500 anos de história e de glória, que alimentam esta memória, que hoje
recordamos, isto é, oferecemos, de novo, com o coração.
Fernão de Magalhães: um herói à escala global, que uniu povos e abraçou
continentes. De Ponte da Barca para o mundo!
Luís Arezes
Sem comentários:
Enviar um comentário