Só há um remédio: ler, ler, ler!
Alunos do 2.º ciclo da Escola Básica e Secundária Diogo Bernardes, em Ponte da Barca, participaram num animado colóquio com António Mota, consagrado escritor com 85 obras já publicadas.
Inserido no âmbito do ciclo “À conversa com...”, da responsabilidade da Biblioteca Escolar e do Grupo Disciplinar de Língua Portuguesa/Português, o colóquio proporcionou aos discentes uma oportunidade para contactarem, ao vivo, com um dos autores que mais frequentemente se cruza com eles nas suas experiências de leitura.
Num registo muito informal e divertido, António Mota partilhou com os miúdos alguns dos momentos mais significativos do seu percurso de vida e do seu mundo, convocando memórias, vivências e espaços da sua infância que, seguramente, terão marcado o seu imaginário e que continuam a ser motivo de inspiração criadora.
Entre as recordações, mereceu um aplauso geral a prenda que recebeu quando fez sete anos – uma cabra que o obrigou a descobrir o que é a responsabilidade – e também a apresentação, por intermédio de um powerpoint , de alguns dos locais mágicos onde gostava de ler e onde escreveu o primeiro livro.
Aliás, a propósito da descoberta dos livros e da leitura que aconteceu, ainda em criança, através da Biblioteca Itinerante da Fundação Calouste Gulbenkian, António Mota fez questão de realçar que a dinâmica da leitura é como aprender a andar de bicicleta, isto é, “temos de treinar muito até apanhar o gosto”.
Foram os caracóis que me ensinaram a escrever – explicou. Escrevo muito lentamente, mas nunca desisto, sou persistente até conseguir o que pretendo.
E foi esta a grande mensagem final que deixou aos alunos que interagiram com todo o interesse, colocando questões e tecendo comentários: “Se dão erros ortográficos e de sintaxe e se não têm gosto, nem inspiração para escrever, só há um remédio – ler, ler, ler!”.
Um grande semeador
No Livro de Honra do Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca, António Mota deixou o seguinte depoimento:
“Quando entrei aqui pensei no meu avô António. Ele semeava os cereais com a sua mão. Era um grande semeador.
Espero que, embora mais comedido, o meu gesto de semear tenha alguns frutos.
Obrigado a todos.”
Este colóquio aconteceu no âmbito da parceria existente entre o Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca e o Grupo LEYA.
Luís Arezes, professor bibliotecário
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