Violência doméstica
É um problema antigo e o confinamento tende a agravá-lo.
Na crónica desta semana, a Filipa Magalhães coloca o crime em
causa à consideração dos leitores, porque “todos podemos e devemos dizer NÃO à
violência e ultrapassar a sociedade arcaica com que, muitas vezes, nos
deparamos.”
Em suma, só uma atitude tem de ser posta de lado – a indiferença!
Como é possível alguém magoar a quem
diz amar? – Segundo
dados divulgados pela comunicação social, perto de metade dos homicídios, em
Portugal, ocorre em contexto de violência doméstica.
Todos os anos, chovem notícias como esta, dizendo que mais
uma mulher foi abusada ou violentada pelo marido ou companheiro, quebrando o
seu direito à vida. E a verdade é que, de acordo com os especialistas, a
situação de confinamento por causa da pandemia tende a agravar este problema
dramático, havendo um receio fundado de que, no isolamento de muitas casas,
possa estar a viver-se um sem número de verdadeiras tragédias humanas.
Por vezes, até somos testemunhas de acontecimentos de
violência doméstica e, frequentemente, mostramo-nos indiferentes. E tu, serias
capaz de passar indiferente? Já paraste para ouvir a voz de quem mais precisa
de ser ouvido? Ou será que o problema está no facto de a nossa sociedade ter
normalizado estes comportamentos?
Há alguns anos atrás, quando uma mulher levava “porrada”,
“era porque merecia”, e era esta atitude por parte da sociedade que levava a
uma retração do elo mais fraco, deixando-a num silêncio que ficava esculpido no
rosto, com a marca de uma mão, minimizando-a a uma simples propriedade, cuja
liberdade de expressão (direito inato) era quase inexistente.
Atualmente, em pleno séc. XXI, o crime de violência
doméstica é um crime público e, por isso, todos podemos e devemos dizer NÃO à
violência e ultrapassar a sociedade arcaica com que, muitas vezes, nos
deparamos.
Filipa Magalhães, 12.º ano.
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