Ser
Português é…
Numa das primeiras aulas de Português
do presente ano letivo, dedicada a uma oficina de escrita, os alunos das turmas
A e B, do 12.º ano, foram desafiados a exprimir a sua opinião sobre Portugal e
os portugueses.
Denunciando uma acentuada capacidade
crítica ou até um notável sentido de humor dos seus autores, eis alguns
trabalhos que evidenciam as qualidades, mas também os defeitos que caraterizam
o povo lusitano.
Professora Laura Rodrigues
Ser português é carregar em si uma
nação repleta de história e conhecimento, é ter nas veias o sangue e a coragem
dos mais audazes, é tradição e admiração.
Ser
português é orgulhar-se da sua história e das suas origens, é sofrer com as
derrotas e vibrar com as conquistas. É apoiar o nosso povo em qualquer lado e
em qualquer circunstância.
Um bom português aprecia um bom copo de vinho
e um prato cheio de comida. Aprecia desde as tripas ao bacalhau, do verde ao
maduro. Dança o folclore ao toque de uma concertina e canta o fado ao som de
uma guitarra. Um bom português sabe sofrer e continua a lutar. Encontra paz, ao
som do rebentar das ondas do mar que outrora tanta dor o fez passar.
Português
é aquele que sai levando consigo o seu país e contando em um dia regressar. É aquele
que acolhe os povos que nos visitam como se fossem da família. Ser português é
ajudar.
Mas ser português é muito mais que isto, é união e amizade,
é muita comida e bebida, é futebol, é música, ser português é tanta coisa. Mas
acima de tudo e de qualquer outra coisa, ser português é orgulhar-se deste
pequeno e belo país à beira mar plantado.
Maria Armanda Cerqueira, 12.º
A
Mariana Leitão, 12.º A
No ano de
1179, por meio da Bula “Manifestis
Probatum”, documento redigido pela Sede Papal do Vaticano, o equivalente à
atual Organização Mundial de Saúde, foi finalmente reconhecido pela comunidade
internacional o transtorno psico-fisiológico-social que hoje em dia afeta mais
de onze milhões de pessoas: “ser português”.
A epidemia foi
contraída pelo paciente zero, D. Afonso Henriques, que se autodiagnosticara em
1143, e alastrou-se ao longo de quase um milénio, chegando mesmo a atravessar
continentes.
Sintomas de
que poderá “ser português”: o doente
revela uma tendência sistemática para não cumprir horários, usando expressões
como “lá para as onze e pico…” ou “às duas e tal…”; o paciente demonstra um
total desrespeito para com o sistema de tributação fiscal vigente, através de
atitudes como fuga aos impostos e não passar fatura; o típico português é
impelido a comer arroz em toda e qualquer refeição (inclusive sobremesas),
ignorando a importância de outros hidratos; o infetado começa a demonstrar
memória curta, elegendo líderes demagogos e irresponsáveis, cujas ações visam a
satisfação do povo, a curto-prazo, sem salvaguardar o futuro; a infeção do
vírus lusitano resulta ainda no perpétuo descontentamento para com a pátria,
mas paradoxal amor à nação, olhando os tempos idos com nostalgia e saudade.
Ainda não
existe cura definitiva, mas o tratamento mais recomendado pela Comunidade
Europeia é emigrar para a França. Um dos efeitos secundários deste procedimento
é a “azeitice”, que consiste na
utilização constante de terços, fieiras de ouro e camisolas da Seleção
Portuguesa de Futebol.
Isto
é ser português…
João Sousa, 12.º A
Sara Arezes, 12.º A
Enquanto jovens cidadãs de um país
tão diminuto, mas com tanto para oferecer, torna-se imperativo valorizar e,
consequentemente, dar a conhecer aquilo que Portugal tem de melhor. Porque,
afinal de contas, ser português é ter coragem, ambição, dedicação, espírito de
aventura, amor à pátria, amor ao mundo.
Desde os tempos remotos que os
portugueses se têm afirmado como seres inigualáveis, desde sempre que alcançam
inúmeros e grandiosos feitos. Como prova disso, não podemos ficar indiferentes
à época que se revelou como o auge do povo lusitano, os Descobrimentos, momento
no qual se deram novos mundos ao mundo, no qual se enfrentaram todos e
quaisquer obstáculos, o que permitiu um enriquecimento tanto a nível pessoal,
para os nossos marinheiros, como económico e cultural para o país. Relembrar o
passado é relembrar não só o auge como também os momentos mais difíceis e daí
destacar a bravura, a união e a luta pela liberdade, pelos direitos de
Portugal, pondo sempre em prática o lema “O povo unido jamais será vencido”.
E que bom é ser português neste tempo
presente. E porquê? Porque continuamos a desempenhar um papel crucial. Somos os
melhores nos mais variados domínios. Joana Vasconcelos na arte plástica,
Cristiano Ronaldo no futebol, António Guterres e Marcelo na política, Salvador
Sobral na música, por aí adiante…
Enfim, desde sempre e para sempre que
é um orgulho pertencer a esta nação, porque ser português é honrar o passado,
trabalhar e viver o presente e procurar melhorar o futuro!
Inês Costa, 12.º B
Joana Ferreira, 12.º B
Ser português é um fardo,
é carregar uma grandiosa história aos ombros, é ter a correr nas veias o sangue
de um lutador.
Portugal fora outrora dos maiores países do
mundo, um país com um povo ambicioso, que levou a nação a novas conquistas e à
evolução. Ser descendente destes bravos homens desperta em cada um de nós uma
necessidade constante de corresponder às expectativas passadas, desperta uma
vontade de ser mais, de ajudar o mundo a evoluir em nome de Portugal.
A
aventura que nos vai no sangue leva-nos a partir para o desconhecido sempre que
o desejo de alcançar novos horizontes fala mais alto. Somos um povo capaz e
talentoso, com grandes nomes em diversas áreas, desde o Ronaldo, no futebol,
até Pessoa e Saramago, na literatura.
Somos
uma nação rica em cultura, “nunca lhes faltando amabilidade e vontade de ajudar
o próximo”, dizem os estrangeiros. Detemos a chama da revolução. Somos uns
patriotas desmedidos, de alma grande e mão ao peito.
Ser
português é procrastinar, é comer bem e preservar as tradições. Ser português é
ser campeão europeu. Ser português é ser um campeão no mundo.
Carolina
Fernandes, 12.º B
Cristiana Tenente, 12.º B
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