Viva o leitor…
Subordinado ao tema “Ler o mundo”, celebra-se hoje o
Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor.
Com esta iniciativa da UNESCO, pretende-se assinalar
a importância da alfabetização e, sobretudo, exaltar o poder da leitura, nos
mais diversos suportes, enquanto alavanca da inclusão e da cidadania ativa,
porque aos livros cabe a missão de “inspirar a compreensão, o diálogo e a
tolerância”.
Isto mesmo afirma a Diretora-Geral da UNESCO na sua
mensagem, realçando que a efeméride representa uma “oportunidade para
reconhecer o poder dos livros na mudança das nossas vidas para melhor”.
Segundo Irina Bokova, os livros constituem “símbolos
globais de progresso social” e, por isso, o desafio que se nos coloca é muito
claro: “devemos redobrar os esforços para promover o livro, a caneta, o
computador, juntamente com todas as formas de leitura e de escrita, de modo a
combater o analfabetismo e a pobreza, a construir sociedades sustentáveis, e a
fortalecer as bases da paz”.
É verdade que, à escala planetária, ainda existe a
vergonhosa situação de 175 milhões de adolescentes incapazes de ler uma única
frase. Entre nós, no entanto, o problema ganha outros contornos. Mais do que a alfabetização,
isto é, a capacidade de ler e de escrever, o grande desígnio é o da literacia,
ou seja, trabalhar a capacidade de perceber e de interpretar o que é lido.
Vivemos, de facto, mergulhados num oceano imenso de
informação, à distância de um simples clique. O difícil não é, portanto, chegar
até ela. Difícil – diria mesmo, determinante – é compreender, avaliar e
selecionar o que nos interessa, de uma forma eficiente, autónoma, crítica e
inventiva, de modo a desenvolver conhecimentos próprios e soluções inovadoras.
Este é o admirável mundo da literacia da informação,
cujo poder é decisivo na sociedade em que vivemos, na medida em que constitui
uma porta privilegiada para o sucesso pessoal, cívico e profissional.
Neste dia e em todos os dias do ano, viva, então, o
livro. Porque ele encerra um valor incalculável e oferece o caminho firme para
a afirmação da liberdade, da cidadania, da democracia. Porque ele é a
personificação da criatividade, do desejo de partilha de ideias e de
conhecimentos, a alavanca da compreensão, do diálogo e da tolerância. Ele é o
suporte da Cultura e a garantia da sobrevivência dos valores do Humanismo.
E, neste dia simbólico, viva, sobretudo, o leitor. O
leitor que sabe “ler o mundo” e entender a vida. O leitor que sabe ler e
escrever a sua Existência, na direção da utopia desejável. O leitor que sabe
orientar-se na construção de um projeto pessoal, com horizontes vastos e
espírito lúcido.
Prof. Luís Arezes
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