segunda-feira, 22 de março de 2021

OPINIÕES DE SEGUNDA

Tempos de confinamento

Neste tempo estranho, marcado por tantas perdas e pela saudade de tantas experiências felizes, há também muitas descobertas a valorizar.

Ao fim de um ano de pandemia, a Rita Vilela esboça um balanço deste tempo “que parece não ter fim”. Fala do lado sombrio e de realidades novas, porque “a verdade é que passamos a dar valor às pequenas coisas que antes nos pareciam tão insignificantes.”

Para ler e (re)pensar!   

"(...) dar valor às pequenas coisas 
que antes nos pareciam tão insignificantes."

Tempos de confinamentoSaudade! O que melhor descreveria esta fase, que já se prolonga há mais de um ano? Uma fase em que a solidão e o isolamento se apoderam de nós e nos deixam um vazio na alma…

Este ano, que parece não ter fim, tem muito que se lhe diga. Desespero e aflição da classe médica que luta com todas as suas forças, a tristeza de quem perde pessoas especiais e a angústia daqueles cuja vida parou e os deixou desamparados, sem nada. Um ano caótico, deveras, mas deu que pensar, isso deu. 

A verdade é que passamos a dar valor às pequenas coisas que antes nos pareciam tão insignificantes. O toque, os abraços, uma boa conversa, os sorrisos contagiantes, as tão queridas festas populares, o convívio com os amigos e tantas outras coisas. Esta solidão que nos atormenta deixa-nos a pensar como a vida era tão bonita, tão simples, mas tão bonita. Percebemos que tudo isto, os afetos, a união, o convívio e a proximidade nos fazem tanta falta.

E estes momentos desafiantes e agonizantes em que vivemos, a ausência de toda a convivência e contacto físico servem-nos de reflexão.  Ausência esta que nos deixa um vazio melancólico que só as lembranças e a esperança preenchem.

Por fim, fica a saudade, a saudade de tudo, dos momentos, das pessoas, das mais pequenas coisas que não valorizamos, inclusive daquilo que nos foi impedido de viver.

Rita Vilela, 11.º ano.

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