quarta-feira, 25 de março de 2015

IN MEMORIAM

Foto Alfredo Cunha - Porto Editora
Foi hoje a sepultar aquele que é justamente considerado um dos maiores poetas portugueses de todos os tempos e um criador de dimensão universal.
Nascido em 1930, no Funchal, Herberto Helder de Oliveira sempre cultivou a solidão e o isolamento. Homem de mil ofícios, vagabundo do mundo, a arte nobilíssima a que se dedicou por inteiro e com genialidade foi a do silêncio criador de metáforas e de símbolos.
Entre o seu título de estreia em 1958 – O Amor em Visita – e A Morte sem Mestre, último e premonitório livro lançado no ano passado, brilha uma constelação de obras radiosas que constituem um verdadeiro manancial de sabedoria e um precioso património, onde todos – gerações atuais e vindouras – continuaremos a ser desafiados a decifrar o inexplicável e o mágico e a descobrir o enigma do mundo e o mistério da vida.
Deixou-nos o criador que recusava prémios e entrevistas e que detestava os mecanismos da mediatização. Deixou-nos, não! Porque a grandeza perene não morre e, por isso, ele permanece eternamente entre nós, qual estrela maior desta pátria pluricontinental que é a Língua Portuguesa!
Na hora da partida, mais do que falar dele, importa lê-lo! Tal como ele defendeu, sempre, ao longo da sua vida...
Luís Arezes

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