Tempos de confinamento
Neste tempo estranho,
marcado por tantas perdas e pela saudade de tantas experiências felizes, há
também muitas descobertas a valorizar.
Ao fim de um ano de
pandemia, a Rita Vilela esboça um balanço deste tempo “que
parece não ter fim”. Fala do lado sombrio e de realidades novas, porque “a verdade é que passamos a dar valor às pequenas coisas
que antes nos pareciam tão insignificantes.”
Para ler e (re)pensar!
Tempos de confinamento – Saudade!
O que melhor descreveria esta fase, que já se prolonga há mais de um ano? Uma
fase em que a solidão e o isolamento se apoderam de nós e nos deixam um vazio
na alma…
Este ano, que parece não ter fim, tem muito que se lhe
diga. Desespero e aflição da classe médica que luta com todas as suas forças, a
tristeza de quem perde pessoas especiais e a angústia daqueles cuja vida parou
e os deixou desamparados, sem nada. Um ano caótico, deveras, mas deu que
pensar, isso deu.
A
verdade é que passamos a dar valor às pequenas coisas que antes nos pareciam
tão insignificantes. O toque, os abraços, uma boa conversa, os sorrisos
contagiantes, as tão queridas festas populares, o convívio com os amigos e
tantas outras coisas. Esta solidão que nos atormenta deixa-nos a pensar como a
vida era tão bonita, tão simples, mas tão bonita. Percebemos que tudo isto, os
afetos, a união, o convívio e a proximidade nos fazem tanta falta.
E
estes momentos desafiantes e agonizantes em que vivemos, a ausência de toda a
convivência e contacto físico servem-nos de reflexão. Ausência esta que nos deixa um vazio
melancólico que só as lembranças e a esperança preenchem.
Por
fim, fica a saudade, a saudade de tudo, dos momentos, das pessoas, das mais
pequenas coisas que não valorizamos, inclusive daquilo que nos foi impedido de
viver.
Rita Vilela, 11.º ano.
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