Ilusões do mundo virtual
São muitos os que passam grande parte
do seu tempo presos à cor e ao movimento que as redes sociais oferecem. Tudo
sugere um mundo fantástico, “mas a verdade é que, por trás de um rosto
sorridente, é muito provável que esteja uma alma a sofrer.”
Por isso é que Ana Gonçalves não hesita em afirmar que “deveríamos
dar um intervalo ao mundo virtual e aproveitar mais os momentos presentes,
reais, preservando, ao máximo, a nossa privacidade.”
Fica o convite!
E tu, vives no mundo real? – Assistimos a uma crescente preocupação em estar ligado ao mundo virtual através da internet. Todo esse tempo despendido leva à negligência das próprias vidas.
Nas redes sociais, vemos, todos os dias, uma felicidade aparente,
mas a verdade é que, por trás de um rosto sorridente, é muito provável que esteja
uma alma a sofrer. Somos inundados por rostos felizes, aparentemente bem-sucedidos,
porventura numa tentativa desesperada de aliviar frustrações ou de procurar
afirmação perante o mundo. Vidas expostas, quase ao minuto, através de fotos,
vídeos, “stories”, numa busca frenética da aparência de felicidade plena...
Com frequência, encontramos pessoas que, apesar de acompanhadas,
mantêm diálogos digitais, em vez de conversarem com quem se encontra a seu
lado. Grupos de amigos que, em vez de comunicarem entre si verbalmente, prestam
mais atenção às redes sociais. Pais que não acompanham o crescimento dos
filhos, jovens e adultos que não procuram realizar-se profissionalmente, por esperarem
que a vida perfeita que almejam lhes surgirá sem empenho e dedicação.
Canalizar todos os esforços para a publicação da foto ideal, sob o
ângulo mais perfeito, pode traduzir a derradeira tentativa de transformar
momentos “imperfeitos” na vida de sonho. E, quantas vezes, o querer,
constantemente, parecer feliz e realizado nas redes sociais mais não é do que
uma tentativa de camuflar uma angústia ou frustração permanente…
Acredito que devemos partilhar o que nos traz felicidade, mas,
quando passamos demasiado tempo a fazê-lo nas redes sociais, resta-nos menos
tempo para o vivenciar, em pleno, na vida real.
O medo de partilhar as nossas angústias e sofrimento leva a este
refúgio. Acontece que a partilha do menos bom nas nossas vidas também é
importante. Para isso precisamos da confiança que um ombro amigo e uma boa
conversa nos podem oferecer.
Não digo que sou contra as redes sociais, pois facilitam-me imenso,
ao poder falar com o meu pai e a minha família distante, mas, às vezes,
deveríamos dar um intervalo ao mundo virtual e aproveitar mais os momentos
presentes, reais, preservando, ao máximo, a nossa privacidade.
Ana Gonçalves, 10.º ano
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