segunda-feira, 29 de novembro de 2021

OPINIÕES DE SEGUNDA

                Ilusões do mundo virtual

São muitos os que passam grande parte do seu tempo presos à cor e ao movimento que as redes sociais oferecem. Tudo sugere um mundo fantástico, “mas a verdade é que, por trás de um rosto sorridente, é muito provável que esteja uma alma a sofrer.”

Por isso é que Ana Gonçalves não hesita em afirmar que “deveríamos dar um intervalo ao mundo virtual e aproveitar mais os momentos presentes, reais, preservando, ao máximo, a nossa privacidade.”  

Fica o convite!

"(...) Deveríamos dar um intervalo ao mundo virtual, 
(...) preservando, ao máximo, a nossa privacidade."

E tu, vives no mundo real? Assistimos a uma crescente preocupação em estar ligado ao mundo virtual através da internet. Todo esse tempo despendido leva à negligência das próprias vidas.

Nas redes sociais, vemos, todos os dias, uma felicidade aparente, mas a verdade é que, por trás de um rosto sorridente, é muito provável que esteja uma alma a sofrer. Somos inundados por rostos felizes, aparentemente bem-sucedidos, porventura numa tentativa desesperada de aliviar frustrações ou de procurar afirmação perante o mundo. Vidas expostas, quase ao minuto, através de fotos, vídeos, “stories”, numa busca frenética da aparência de felicidade plena...

Com frequência, encontramos pessoas que, apesar de acompanhadas, mantêm diálogos digitais, em vez de conversarem com quem se encontra a seu lado. Grupos de amigos que, em vez de comunicarem entre si verbalmente, prestam mais atenção às redes sociais. Pais que não acompanham o crescimento dos filhos, jovens e adultos que não procuram realizar-se profissionalmente, por esperarem que a vida perfeita que almejam lhes surgirá sem empenho e dedicação.

Canalizar todos os esforços para a publicação da foto ideal, sob o ângulo mais perfeito, pode traduzir a derradeira tentativa de transformar momentos “imperfeitos” na vida de sonho. E, quantas vezes, o querer, constantemente, parecer feliz e realizado nas redes sociais mais não é do que uma tentativa de camuflar uma angústia ou frustração permanente…

Acredito que devemos partilhar o que nos traz felicidade, mas, quando passamos demasiado tempo a fazê-lo nas redes sociais, resta-nos menos tempo para o vivenciar, em pleno, na vida real.

O medo de partilhar as nossas angústias e sofrimento leva a este refúgio. Acontece que a partilha do menos bom nas nossas vidas também é importante. Para isso precisamos da confiança que um ombro amigo e uma boa conversa nos podem oferecer.

Não digo que sou contra as redes sociais, pois facilitam-me imenso, ao poder falar com o meu pai e a minha família distante, mas, às vezes, deveríamos dar um intervalo ao mundo virtual e aproveitar mais os momentos presentes, reais, preservando, ao máximo, a nossa privacidade.

Ana Gonçalves, 10.º ano

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