Viajar a nossa alma
Na crónica
desta semana, Rita Zamith propõe uma viagem. Uma viagem pelo universo do “eu” e
à descoberta do mundo do “outro”.
Tudo isto “para
nos conhecermos com a ajuda daquilo que nos rodeia ‘para além daquilo que está
dentro de nós’, como as pessoas com quem lidamos.”
Então, boa
viagem!
Mudança do processo de autodescobrimento durante as viagens |
Viajar não é tão simples quanto parece. Não é uma questão de fazer as malas e visitar novos locais. Vai muito além disso. Deixamos para trás parte do nosso antigo “eu” e construímos uma nova peça que faltava para nos conhecermos com a ajuda daquilo que nos rodeia “para além daquilo que está dentro de nós”, como as pessoas com quem lidamos.
O mundo é
demasiado grande para o conhecermos na íntegra. Portanto, penso que cada um de
nós o perceciona da forma que lhe foi apresentado, conforme a cultura onde
nasceu e tudo o que construímos, de acordo com a nossa personalidade. Quando
viajamos, é-nos mostrado outro mundo, novas facetas que nunca antes
tínhamos visto, cheirado, ouvido,… sentido. Assim, creio que, a partir desse
momento, as nossas imagens mentais mudam. Descobrimos outras pessoas, outros
tipos de seres, aos quais não estávamos acostumados e, quando fazemos uma
autoanálise acerca do nosso próprio ser, apercebemo-nos de que está diferente,
está mudado. Mas o mais relevante é que, enquanto fazemos esta autorreflexão, concluímos
que nos estamos a encontrar, também, a nós mesmos. Não totalmente. Acredito que
estamos num processo de autodescobrimento até ao fim dos nossos dias. Porém,
encontramos mais um bocadinho de nós.
Concluo que
viajar não é viajar o corpo, a vida e a mala. Acho que viajar é viajar o “eu”,
a nossa alma, que descobre o outro à medida que se autodescobre.
Rita Zamith, 12.º ano
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