“Ser português é…”
Na
crónica desta semana, Rita Ribeiro reflete sobre a idiossincrasia da alma
nacional, sobre alguns dos traços que nos tornam únicos no mundo. E conclui: “Ser
português é um orgulho. Ser português é um privilégio. Ser português é tanto.”
E
é mesmo!
Ser português é tanto.
Pensei que seria fácil enumerar tudo o que nos torna tão nossos, mas é
complicado passar para o papel tudo o que sentimos quando, no silêncio, o nosso
hino soa e todas as vozes se unem ao som d’“A Portuguesa”.
Ser português é
sentirmo-nos grandes num país tão pequeno. É um orgulho imenso na nossa
cultura, nas nossas tradições e gastronomia. É vibrar com os nossos atletas. É
ter o coração apertado sempre que a seleção joga e gritar a plenos pulmões
quando, no último minuto, um de nós faz a diferença.
Ser português é ser
consumido por um patriotismo desmedido e um bairrismo, muitas vezes,
irracional. É criticar um país no quotidiano, mas jamais admitir que algum
estrangeiro o faça. É a incessante luta entre regiões para decidir qual a
palavra certa a usar e como é correto pronunciá-la.
No entanto, ser português
também é errar. É viver num país onde roubar comida, por necessidade, é crime,
mas roubar milhões é permitido; ou viver, grande parte do tempo, numa realidade
paralela, onde os Descobrimentos representam apenas o apogeu do povo português
e não uma época de tortura e opressão dos povos que colonizamos. É acabar tudo
em cima do prazo de entrega. É deixar tudo para o dia seguinte.
Ser português é tudo isto
e muito mais. Ser português é um orgulho. Ser português é um privilégio. Ser
português é tanto.
Rita Ribeiro, 12.º
ano
Sem comentários:
Enviar um comentário