Nascer para conviver
Os problemas da solidão e o
seu impacto na estabilidade emocional continuam na ordem do dia. Mais ainda
agora, na sequência da pandemia…
Nesta segunda-feira pascal,
Sara Parente retoma o tema, sublinhando que a solidão “é um problema muito
sério que deve ser cada vez mais falado e valorizado, pois o ser humano não
nasceu para se sentir sozinho, nasceu para conviver e para amar e ser amado.”
"(...) O ser humano nasce para conviver." |
Nos dias que correm, a
solidão tem vindo a assumir novas formas que merecem uma reflexão especial, até
porque, cada vez mais, as pessoas sentem-se sós, em diversas circunstâncias.
Em primeiro lugar, é
importante distinguir o “sentir-se só” de “estar ou viver sozinho”. Estas
expressões não têm o mesmo significado, pois o “sentir-se só” é quando a pessoa
sente que não pertence a um lugar, é quando, mesmo estando com alguém, nos
sentimos perdidos e isolados, sem qualquer tipo de comunicação, partilha e
cumplicidade.
Por sua vez, “estar sozinho”
é quando nós mesmos optamos por viver assim, seja pelo motivo que for, já que
eu posso estar ou viver sozinha, mas não me sentir só, se é esta situação que
eu pretendo para mim e que me preenche, em determinado momento da minha vida.
Por outro lado, a solidão é
subjetiva e é assim que ela tem de ser compreendida. Quantas vezes, uma pessoa
pode estar rodeada por outras pessoas e, mesmo assim, sentir-se só, porque a
solidão é algo que se vive quando não estamos bem a nível psicológico e quando
sentimos um vazio que nada nem ninguém consegue preencher. E, quando alguém
entra neste estado, é frequente tentar aliviar a sua dor e problemas
refugiando-se em substâncias prejudiciais para a saúde, tais como o álcool, o
tabaco, as drogas.
É muito importante
reconhecer os perigos da solidão, uma vez que não é nada bom uma pessoa
sentir-se só, sentir que não pertence a um lugar, sentir que não é útil ou
querido. A solidão não tem estatuto, pode afetar qualquer um e, por isso, é um
problema muito sério que deve ser cada vez mais falado e valorizado, pois o ser
humano não nasceu para se sentir sozinho, nasceu para conviver e para amar e
ser amado.
Sara Parente, 12.º
ano.
Sem comentários:
Enviar um comentário