segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

OPINIÕES DE SEGUNDA

Doze anos marcantes

A escola, para além da família e do meio envolvente, representa um papel central no processo educativo e na formação da personalidade de cada pessoa.

Quase a terminar o Secundário, Maria Barreira analisa como a escola pode moldar “o nosso crescimento enquanto pessoas.” E conclui que muito daquilo que é hoje “se deve a estes doze anos e às pessoas que fizeram parte deles.”

"Muito do que nós somos é resultado do contacto que temos
com o meio em que vivemos e é isso que nos torna diferentes."

Com o aproximar do fim do ensino secundário, tenho vindo a pensar em como a escola pode influenciar o nosso crescimento enquanto pessoas. Ou seja, como é que a escola pode influenciar a nossa maneira de pensar, de agir e até alguns comportamentos que temos no nosso dia a dia.

A educação é o ato de educar, de instruir, de disciplinar, de ajudar a descobrir. No seu sentido mais amplo, educação significa o meio em que os hábitos, costumes e valores de uma comunidade são transferidos de geração em geração.

Por outro lado, a personalidade pode ser definida como as características estáveis de uma pessoa incluindo as capacidades, talentos, hábitos, preferências, fraquezas e outras qualidades importantes que variam de indivíduo para indivíduo. Na formação da personalidade, vários fatores exercem influência como conhecimentos, valores, experiências, crenças, modos de agir, costumes e hábitos.

Na minha opinião, estes dois conceitos estão interligados, ambos se complementam, no sentido em que a educação (a educação escolar e a educação que nos é dada pelos nossos pais) influencia bastante a construção da nossa personalidade. Esta construção tem início logo na infância, quando estabelecemos contacto com a nossa família. Nesse momento, somos influenciados pelas relações às quais somos submetidos com os nossos familiares, pelos processos educativos dos nossos pais, pela região em que moramos, entre outros. A partir daí, os diversos grupos com os quais interagimos no decorrer dos anos também moldam a nossa personalidade como, por exemplo, a escola, o grupo de amigos, os nossos vizinhos, os locais em que nos divertimos, etc. Seguindo esta linha de pensamento, é possível dizer que nós não nos mantemos os mesmos durante toda a nossa vida. Ou seja, quando entramos em contacto com diferentes grupos, a nossa trajetória é marcada por mudanças na forma de agir, de pensar, de encarar as situações, de socializar, enfim, somos seres mutáveis.

No meu caso pessoal, considero que a infância foi a etapa mais marcante no meu crescimento. É verdade que muito daquilo que sou hoje se deve a estes doze anos e às pessoas que fizeram parte deles, desde funcionários, professores, colegas, amigos. Todos foram e são importantes para o meu crescimento enquanto pessoa. A infância foi, sem dúvida, a idade mais bonita, mais feliz e aquela que me dá mais saudade. Também foi decisiva, pois é nesta fase que nós estamos mais “disponíveis” para ouvir, para descobrir, para adquirir valores como o respeito, a empatia, a solidariedade, valores esses essenciais na formação do ser humano.

Maria Barreira, 12.º ano.

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