segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

“Opiniões de Segunda”

Violência doméstica

É um problema antigo e o confinamento tende a agravá-lo.

Na crónica desta semana, a Filipa Magalhães coloca o crime em causa à consideração dos leitores, porque “todos podemos e devemos dizer NÃO à violência e ultrapassar a sociedade arcaica com que, muitas vezes, nos deparamos.”

Em suma, só uma atitude tem de ser posta de lado – a indiferença!

 Não tens que fazer das tripas coração!
 

Como é possível alguém magoar a quem diz amar? – Segundo dados divulgados pela comunicação social, perto de metade dos homicídios, em Portugal, ocorre em contexto de violência doméstica.

Todos os anos, chovem notícias como esta, dizendo que mais uma mulher foi abusada ou violentada pelo marido ou companheiro, quebrando o seu direito à vida. E a verdade é que, de acordo com os especialistas, a situação de confinamento por causa da pandemia tende a agravar este problema dramático, havendo um receio fundado de que, no isolamento de muitas casas, possa estar a viver-se um sem número de verdadeiras tragédias humanas.

Por vezes, até somos testemunhas de acontecimentos de violência doméstica e, frequentemente, mostramo-nos indiferentes. E tu, serias capaz de passar indiferente? Já paraste para ouvir a voz de quem mais precisa de ser ouvido? Ou será que o problema está no facto de a nossa sociedade ter normalizado estes comportamentos?

Há alguns anos atrás, quando uma mulher levava “porrada”, “era porque merecia”, e era esta atitude por parte da sociedade que levava a uma retração do elo mais fraco, deixando-a num silêncio que ficava esculpido no rosto, com a marca de uma mão, minimizando-a a uma simples propriedade, cuja liberdade de expressão (direito inato) era quase inexistente.

Atualmente, em pleno séc. XXI, o crime de violência doméstica é um crime público e, por isso, todos podemos e devemos dizer NÃO à violência e ultrapassar a sociedade arcaica com que, muitas vezes, nos deparamos.

Filipa Magalhães, 12.º ano.

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