segunda-feira, 5 de outubro de 2020

 “Opiniões de Segunda” – O dilema da Eutanásia

Na crónica desta segunda, Clara Marinho abre o debate sobre um tema fraturante, que está na ordem do dia e acerca do qual ninguém fica indiferente.

“O dilema da Eutanásia”: para ler, refletir, e…

 

“A vida é uma obrigação, ou a morte é um direito?”

O dilema da Eutanásia. A eutanásia é um assunto polémico porque diz respeito à vida humana. Não é fácil aceitar que uma vida, qualquer que ela seja, deixe de fazer sentido. Mas, infelizmente, há situações extremas em que a vida passa a ser meramente vegetativa.

Nestas circunstâncias, lamento que, na maior parte dos países, não só da Europa, como de todo o mundo, não se aceite que haja casos em que a vida de uma pessoa deixe de fazer sentido. Por este motivo, a eutanásia é ilegal e controversa.

Nesses países, as pessoas não têm liberdade de escolha, quando se trata de decidir de que forma fazer face a um dia a dia completamente dominado pelo sofrimento causado por uma doença crónica incurável. Infelizmente, Portugal é um desses países.

Eu apoio a liberdade de escolha e acho que cada um deveria ter o direito de, em pleno uso das suas faculdades mentais, em situações de doença crónica incurável, poder decidir sobre a forma como quer viver. Se viver significar para uma pessoa um sofrimento diário permanente e a perda da sua dignidade, de tal modo que a sua vida se torne um tormento insuportável, renovado diariamente, então essa pessoa, esse ser humano, tem que ter o direito de decidir e conscientemente expressar quando e como deve ser posto termo a esse sofrimento.

A palavra “eutanásia” tem origem numa palavra grega que significa “boa morte”, isto é, uma morte tão tranquila quanto possível. A todos os doentes que sofrem de doenças incuráveis e que não conseguem viver uma vida com dignidade e sem dor, a sociedade deve reconhecer-lhes o direito de poder decidir se a única solução é escolher a eutanásia ou morte assistida.

Sei que é um assunto muito sensível porque está em causa a vida humana, mas, afinal, “a vida é uma obrigação, ou a morte é um direito?”.

Clara Marinho, 8.º ano

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