quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Sarau Poético

Um grupo alargado de participantes deu voz a um Sarau Poético que decorreu no auditório da Escola Básica Diogo Bernardes.
Promovido pela Biblioteca Escolar, o Sarau registou a participação de alunos de todos os níveis de ensino – desde a Educação Pré-escolar ao Secundário –, assinalando-se ainda o envolvimento de professores, encarregados de educação e outros membros da comunidade educativa.
Em sintonia, todos deram voz à Palavra feita musicalidade, ritmo, magia, Poesia. Em suma, todos disseram/ sentiram a riqueza e a beleza da Arte de autores consagrados. E também houve tempo para um inédito da Professora Fátima Mesquita:

              Deus sonhou...
Teve um dia Deus um sonho,
Vir cá abaixo, a este mundo tristonho,
E para tal se concretizar,
Seu único filho fez encarnar
No seio de Maria se vai gerar
E o humilde José o vai educar.

Uma dúvida, porém, a Deus atormentava,
Mas cheio d’amor os homens desafiava.
Em suas mãos depositava seu destino:
Este menino, este espírito divino,
Será bem aceite, criará discórdia,
Será alvo d’ódio, de misericórdia?

Pobre menino, era Deus encarnado,
Pelos pastores foi venerado,
E até lá dos Orientes,
Vieram reis, trouxeram presentes.
Entre as palhas foi deitado,
E pelos animais foi bafejado.

Fez-se homem, cresceu em sabedoria,
A todos cativava, com sua alegria.
Alguns havia, a quem incomodava,
E em segredo, a revolta germinava,
Pelas palavras que proferia,
Pelas curas, os milagres que fazia.

Seu imenso poder, quase magia,
De onde lhe vinha, ninguém sabia!
Cativava o pobre e até o abastado,
Por todos, sem exceção, era procurado.
Apregoava um reino, não deste mundo,
Que palavras estas… que sentido profundo!

Os homens de poder começaram a temer,
Este rei magnífico o que vai pretender?
Não eram palácios, ouro ou dinheiro,
O que o movia… um amor verdadeiro!
Esse sentimento, de seu Pai era vontade,
Unir todos os homens numa irmandade.

Uma multidão o seguia pelos desertos
Curiosos, homens de fé, corações abertos.
A todos ouvia, de todos cuidava,
Até aos pecadores ele abraçava!
Mas os mesmos homens que o aclamavam,
No dia seguinte, à morte o entregavam.

Sofreu horrores, o nosso querido Jesus,
Humilhado, espancado, sucumbiu na cruz.
Porquê tão atroz sofrimento, afinal?
Para nos mostrar seu amor incondicional,
Que não é preciso morrer, nem matar,
Basta amar e saber perdoar!

Fátima Mesquita
(5 de dezembro 2016)   

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