segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

OPINIÕES DE SEGUNDA

Ao comando da sua própria vida

Em plena quadra natalícia, Carolina Rodrigues fala dos diferentes papéis que a Mulher foi assumindo (ou cumprindo), ao longo do tempo. E assinala os progressos, lentos, na conquista plena dos seus direitos.

“Felizmente, a situação alterou-se”. Na sua opinião, hoje, as mulheres são “livres para conduzirem o seu próprio destino”. “Contudo – sublinha – “continuam a sofrer pressões”…

"Mulheres (...) livres para conduzirem o seu próprio destino".

Os papéis da Mulher – Ao observar as mulheres que me rodeiam, constato que, dependendo da geração a que pertencem, desempenham papéis muito diferentes e, à medida que se aproximam da minha geração, sinto que o seu lugar na sociedade se vai tornando mais relevante.

A Constituição de 1933 estabeleceu o princípio da igualdade entre cidadãos perante a lei, com exceção da mulher. Esta era considerada diferente e a lei refere as “diferenças resultantes da sua natureza e do bem da família”. Era vista como mais frágil, física e emocionalmente, mas, na verdade, o papel secundário que lhe era reservado era bastante exigente: tinha de ser mãe, dona de casa, esposa. Era, assim, relegada para segundo plano, na família e na sociedade, em geral, o que, de resto, ainda acontece atualmente, mais frequentemente do que seria desejável.

Julgo que a mulher só começou a comandar um pouco a sua própria vida, embora de forma muito subtil, quando acedeu a medidas anticoncecionais; talvez a pílula tenha sido a chave para abrir algumas portas para uma liberdade que se foi conquistando muito lentamente. Pior do que esse cativeiro era ainda o daquelas que tinham de suportar violência doméstica sem acesso a qualquer ajuda médica ou judicial. A educação e a escola também lhes eram vedadas.

É neste contexto de opressão e de limitação das suas liberdades que algumas mulheres vão desempenhar um papel muito importante: vão contribuir para a denúncia das desigualdades entre homens e mulheres e, sobretudo, para a necessidade de lutar por mudanças que possam atribuir à mulher plenos direitos.

Felizmente, a situação alterou-se: hoje, as mulheres ocupam os mesmos lugares profissionais que antes eram apenas permitidos aos homens; estudam, são donas do seu corpo, livres para conduzirem o seu próprio destino; hoje, as mulheres divorciam-se, partilham as tarefas domésticas, partilham a guarda dos filhos… Contudo, continuam a sofrer pressões: a beleza, a profissão, a obrigação de ser dona de casa, mulher, mãe…

Carolina Rodrigues, 12.º ano.

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