quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013


Concurso de expressão escrita
“Geração Móvel e Desafios”


No âmbito das celebrações do “Dia Europeu da Internet Mais Segura”, que se assinalou ontem, 5 de fevereiro, o Grupo Disciplinar de Português e a Biblioteca Escolar promoveram um concurso de expressão escrita subordinado ao tema “Geração Móvel e Desafios”.
Os trabalhos foram desenvolvidos sob a orientação do respetivo professor da disciplina de Português, aguardando-se para breve a publicação em ebook dos textos apurados ao nível das turmas.
Reconhecendo a qualidade global dos originais, o júri considerou merecedores de um aplauso especial um trabalho em cada escalão: “O meu grande amor!”, de Vanda Tavares (3.º Ciclo do Ensino Básico) e “A Internet nunca se esquece!”, de Mariana Antunes (Ensino Secundário)...

O meu grande amor!
Ainda era um jovem inocente e não conhecia muito bem os perigos a que estava sujeito na internet.
Tudo começou quando me ofereceram o telemóvel que eu tanto queria: comecei por experimentar os jogos, a sua sonoridade, pois adoro música, explorar as suas potencialidades e mandei umas mensagenzitas aos meus amigos para lhes dar a novidade.
Cheguei à escola a gabar-me do meu telemóvel topo de gama e senti até que alguns amigos meus ficaram com uma pontinha de inveja. Mais tarde, já em casa, fiquei horas a fio a mexer no telemóvel, nem queria comer, estava tão viciado, fiquei um gabarolas de primeira. Ao fim de algum tempo, comecei a perder alguns amigos, é verdade, mas tinha o meu grande amor, o telemóvel!
Como tinha muito saldo, um dia resolvi aceder à internet. A partir dessa altura, comecei a passar lá muito tempo, até que um dia deparei-me com um anúncio muito apelativo que dizia: “Parabéns! Foi o nosso vencedor desta semana, acabou de ganhar internet grátis durante cinco anos! Clique em “Levantar o Prémio”. É óbvio que nem hesitei, cliquei logo com grande alegria, sem ter noção dos perigos que podia estar a correr.
Começou então a desaparecer dinheiro do saldo do meu telemóvel, cerca de 4 euros por semana. Eu não percebia o que estava a acontecer, por isso resolvi logo pedir ajuda ao meu pai, informando-o do que me tinha sucedido. Claro que ele me deu logo um raspanete e explicou-me que tudo aquilo estava a acontecer por eu ter caído na cantiga de ganhar um prémio e por ter dado os dados do meu telemóvel a alguém que eu não conhecia de lado nenhum, coisa que jamais se deve fazer. O meu pai tratou, então, de cancelar o meu cartão e mudou para outro.
Apelo, por isso, a todos que nunca deem os vossos dados na internet, para que não venham a ter uma experiência tão ou ainda mais desagradável do que a minha, porque depois pode ser tarde para se remediar o erro cometido.
                                                                               Vanda Antunes Tavares – 8.º E
A Internet nunca se esquece!
            Estava feliz.
            Os dias passavam e em todos eles tinha um sorriso nos lábios, um brilho no olhar. Sentia-me preenchida e satisfeita com a vida. Tinha muitos amigos, uma família fantástica, boas notas e sobretudo o que pensava ser o namorado perfeito. Perfeito mesmo. Às vezes dava por mim a pensar que para o resto da minha vida só precisava de finalizar os meus estudos, trabalhar no que eu queria, casar com ele, ter filhos e… final feliz! Parecia mesmo um conto de fadas!
            Porém, nunca nos meus piores sonhos (já que estava a viver um sonho) pensei no que se passaria meses depois.
            Comecei a achar que o meu namorado (atual ex-namorado, ou melhor dizendo, uma pessoa que nem conheço) não era o príncipe encantado como o tinha desenhado. Mas o amor que sentia por ele era tão cego e de tal modo gigante que nem a isso ligava.
E o inevitável aconteceu. A nossa relação acabou. Todavia, em vez de ficarmos amigos, fruto de vários meses juntos, acabámos chateados, muito chateados! Ódio e uma intensa vontade de vingança foi o que sobrou no coração dele. Aliás, esses sentimentos passaram rapidamente do coração para a cabeça, tendo ele já preparado um plano para eu deixar de ser uma pessoa feliz.
            Bem… já chega de lengalenga! Vou falar do que realmente me levou a escrever este texto (ou espécie de diário, não sei).
            Como já se deve perceber, o meu antigo namorado utilizou as redes sociais (sem querer fazer publicidade), mais concretamente o Facebook, o mais utilizado neste momento, com o simples objetivo de arruinar as minhas pedras preciosas: os meus amigos.
            Criou uma conta como se fosse eu e utilizou uma foto – incluída no meu perfil verdadeiro – para a tornar mais credível. Enviou “pedidos de amizade” e conversou com algumas pessoas minhas conhecidas (suponho que não tenham sido boas conversas segundo alguns relatos). Humilhou-me, publicando estados impróprios, se é que me entendem… A conta falsa foi apagada, decorridos dois ou três dias, já não me recordo bem.
            Como se não bastasse, um ou dois meses depois, entrou na minha conta original e fingiu ser eu, mas aí foram breves minutos e não foi tão grave como na primeira situação.
            Claro que chorei, sofri, sofri muito, mas não chorei por muito tempo. Felizmente, tinha amigos que me conheciam e sabiam perfeitamente que tudo aquilo era falso, que não podia ser eu e que, sem sombra de dúvida, era obra do meu “amigo”. Contei com a ajuda de um anjo que desceu dos céus para me ajudar, uma minha professora (já não é minha professora atualmente, mas não deixa de ser minha professora, pelo simples facto de me ensinar a viver sempre que converso com ela), a quem devo muito da minha felicidade. E se consegui levantar-me e voltar a ser feliz é grande parte a ela que o devo. Agradeço muito aos meus amigos, que ainda são os meus amigos, passado já quase um ano, e que hoje considero os meus alicerces. Não, como é óbvio, não me esqueço da minha família que me ajudou muito, principalmente a minha mãe.
Concluindo, não cedam as vossas palavras-passe a ninguém. Eu cedi a minha, confesso. Claro que a mudei, a do Facebook, mas esqueci-me de alterar a do correio eletrónico. Se alguém confiar verdadeiramente em ti, não precisa das tuas senhas de acesso. (Eu não fui obrigada, mas aprendi esta lição da pior maneira). Cuidado também com as fotos, que podem ser colocadas em sítios que não queiras. Nada, mas mesmo nada é seguro neste “mundo”.
Acabo com uma frase que, de certeza, marcará a minha vida para sempre: “Tu até te podes esquecer do que fazes na Internet, mas a Internet nunca se esquece!
Mariana Antunes, 10.º D

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